03/08/2018

As lições de Satanás para o Mundo

Por Israel C. S. Rocha

O mundo jaz no maligno e os não-nascidos em Cristo e possivelmente até alguns cristãos incautos tem absorvido doutrinas diabólicas, estrategicamente forjadas pelo Maligno Arquiteto deste Mundo para destruir crianças, cristãos, família e todos os valores e princípios de Jesus Cristo.

Somos massiva e extenuantemente doutrinados por músicas, autoridades políticas e científicas, TV, cinema, rádio, Internet, falsos pregadores, falsos profetas e até mesmo por um simples cartaz na rua. Ai de nós se Deus não abreviasse esse Tempo.

Neste artigo, elenco uma ínfima fração de como o "Faze o que queres isso há de ser toda a Lei" - a satânica Thelema do bruxo Aleister Crowley - tem sido o hino anticristão de nossa sociedade, que tem colhido as dores de ter abandonado os princípios do Senhor pelos princípios iluministas.

O diabo nos ensinou que:

  • Somos deuses em potencial ou em desenvolvimento cármico.
  • A rebeldia contra pais e o sistema judaico-cristão é a chave da iluminação.
  • Que é legal uma criança ter um outro adulto além de seus tutores legais para protegê-la, mesmo tendo este se apaixonado por ela quando ainda era um bebê (o pedófilo e bestial "imprinting" de Jacob por Renesmee na saga Crepúsculo).
  • A única verdade é a dita por jornais e cientistas renomados, mesmo sem método científico, mesmo sem comprovação em laboratório ou prova matemática irrefutável.

O diabo nos ensinou que:

  • A Bíblia é um livro manipulado pela Igreja Católica para aprisionar, com estórias fantasiosas, a mente das pessoas e impedi-las de serem "iluminadas".
  • Os cristãos são retrógrados, conservadores e militantes contrários aos direitos das sofridas minorias (fora dos templos).
  • Os cristãos devem ser obrigatoriamente prósperos e saudáveis e que tem o direito de exigir e determinar isto (dentro dos templos).
  • Deus é uma invenção de seres mentalmente fracos (para alguns).

O diabo nos ensinou que:

  • Que Lúcifer foi mal-interpretado e condenado por um Deus tirano (para os "iluminados")
  • Que nada é errado se te faz "feliz", isto é, se te dá prazer.
  • Todas "as formas de amor" são válidas se levam à "felicidade" (prazer).
  • Você não precisa lutar por seu casamento nem por sua família, se não está feliz, abandone tudo.

O diabo nos ensinou que:

  • Os homossexuais são hiper-felizes, equilibrados e livres de preconceito enquanto os héteros são ogros desequilibrados que precisam ser redirecionados.
  • O fim da família (pai, mãe e filhos) não colapsará a sociedade, muito pelo contrário: a levará a um novo e surpreendente patamar de felicidade.
  • É melhor os pais trabalharem mais e terem menos tempo (ou nenhum) para a educação dos filhos.
  • É normal e comum brigas constantes no lar, traição entre casais, filhos rebeldes e que odeiam seus pais.
  • Não nascemos homem nem mulher. O sexo não é biológico.

O diabo nos ensinou que:

  • A Bíblia é uma fábula e Deus um delírio.
  • Os crentes na Bíblia são palhaços.

O diabo nos ensinou que:

  • Urge despovoar a Terra que está sobrecarregada e exaurindo em recursos.
  • Uns são melhores que outros.
  • As "sub-raças" (cristãos, judeus, latinos e todos os demais "não-iluminados") devem ser controladas e erradicadas.
  • Tirar a vida é melhor que envelhecer ou enfrentar uma grande tragédia ou vergonha.

O diabo nos ensinou que:

  • Não há apenas um Caminho, mas milhões deles: o seu querer e vontade.
  • Deus aprisionou Adão em um Jardim e Lúcifer os libertou iluminando-o por meio do auto-conhecimento (para os "iluminados").
  • Super-armas e extraterrestres provocam os sinais apocalípticos nos Céus e na Terra e não a Ira de Deus contra o pecado.

O diabo nos ensinou que:

  • Não há pecado no que te faz feliz.
  • Adorar a uma cantora, banda, time é saudável e aceitável.
  • O aborto é um direito inalienável da mulher.

O diabo nos ensinou que:

  • Os adeptos de certa "religião da Paz" tem o direito de se casar com uma criança.
  • Certa "religião da Paz" deve exterminar todos os infiéis.
  • O domingo substituiu o sábado com Dia do Senhor.

O diabo nos ensinou que:

  • Jesus é branco de olhos azuis.
  • O Messias ainda está para vir.
  • A igreja deve atrair fiéis para dentro de templos ao invés de ir por todo mundo e pregar o evangelho à toda a criatura.

O diabo nos ensinou que:

  • Confessar que Jesus Cristo é Senhor e a crer que Deus o ressuscitou dos mortos não é suficiente para ser salvo (para alguns cristãos).
  • Precisamos de boas-obras para sermos salvos.
  • Que tudo dito pelos "gurus espirituais" devem ser seguidos ainda mais se contrariarem a Bíblia

O diabo nos ensinou que:

  • Homem que não assedia todas as mulheres, mesmo quando compromissado, não é homem.
  • Todo flerte é assédio.
  • Homem e mulheres tem de ser lascivos e promíscuos.
  • Pedofilia não é doença da alma mas, também uma orientação sexual.

O diabo nos ensinou que:

  • Extraterrestres existem, demônios e Satanás, não.
  • Não há Céu ou Inferno, quando morremos tudo acaba ou recomeça em outra vida.
  • Um homem de notável inteligência resolverá os problemas do mundo e deverá ser adorado e seguido por isso.

O diabo nos ensinou que:

  • É preciso reconstruir o Templo de Salomão.
  • Luas de Sangue e a natureza em "dores de parto" são meros fruto do uso indevido do Planeta, superpopulação e aquecimento global.
  • A Terra é uma planeta vagante num universo criado espontaneamente e que a vida é apenas outra série de infinitos eventos aleatórios e sucessivos: a evolução.

E, possivelmente, também ensinará que:

  • O Arrebatamento será uma abdução em massa.
  • A Vinda de Jesus Cristo será uma invasão extraterrena.
  • O Escolhido para governar o mundo é judeu da linhagem de Jesus Cristo.

16/01/2018

Do sofrimento à glória

Por Israel C. S. Rocha

Problemas e desafios são parte da vida e só terminam quando ela termina. Finda quando morrermos, mas só se estivermos salvos em Cristo Jesus, porque se não estivermos, a morte será apenas o começo de um eterno e infernal problema.

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (João 16:33)

A despeito das heresias do pseudoevangelismo moderno, o justo está condenado a passar por aflições, dor, angústias e sofrimentos nessa vida terrena, mas tendo a promessa imaterial e certa de um dia morar com o Senhor no Céus e receber um corpo glorioso e incorruptível. Parece loucura? E é, de fato, loucura para os que perecem, mas não para os que foram comprados pelo Sangue de Jesus Cristo, para os quais "a morte é lucro" e razão de regozijo nos Céus.

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. (Romanos 8:18)

Mas enquanto estivermos aqui, devemos combater "o bom combate e guardar a fé", esperando com bom ânimo pela vinda de Nosso Senhor e suportando o caos desse mundo; o qual, quanto mais conheço, mais lhe tenho aversão: quantas conspirações, tragédias, perseguições... o povo sofrendo nas mãos de governantes corruptos que se aprazem em fazer o mal e em derramar sangue inocente. Se posam como ovelhas mas, são lobos vorazes.

Não entres pela vereda dos ímpios, nem andes no caminho dos maus. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo. Pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar. (Provérbios 4:14-16)

Contudo, nada escapa ao controle total e absoluto de Deus. Nada pode contra os Santos se não for pela Mão de Deus. O maligno não nos toca, Deus é quem nos toca para nosso crescimento, correção e arrependimento de uma vida pecaminosa ou até mesmo para o martírio.

O sangue dos mártires foi e é derramado e o evangelho de Cristo é assim enraizado e propagado e vive até hoje. Quantos não se converteram ao ver inocentes sendo falsamente acusados de toda sorte de coisas e por estes "crimes" cruelmente mortos e barbarizados. Deus nos guarde do martírio, mas nos dê forças, coragem e graça para enfrentá-lo se esta for a Vontade do Senhor. Afinal, de uma forma ou de outra vamos morrer, uns dormindo, outros agonizando em hospitais, outros em acidentes, outros assassinados, todos voltaremos ao pó de onde viemos, mas, os mártires terão grande galardão e toda uma vida Eterna de glória.

Muitos estudiosos da História da Igreja concordam que vivemos um breve hiato em termos de perseguição contra os Santos, mas isto, somente em alguns lugares pois, em muitos países, a perseguição sempre foi implacável e mortal. O sangue dos santos é derramado todos os dias, principalmente, em países dominados pelo comunismo e o Islã.

Mas, ainda que morramos, somos mais do que vencedores em Cristo Nosso Senhor e Salvador. Ademais, Nosso Senhor Jesus Cristo nos ajuda em nosso sofrimento e o Espírito Santos intercede por nós com gemidos inexprimíveis. O sofrimento produz um peso de glória eterno e nos aperfeiçoa, molda nosso caráter e nos nos aproxima de Deus.

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. (Romanos 8:35-37)
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. (Romanos 8:26)
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente. (2 Coríntios 4:17)

Decerto que nem tudo na vida cristã é sofrimento: temos a constante alegria da salvação e da inefável presença de Deus em nossas vidas e a certeza da Vida Eterna. Por vezes nos prostramos, por vezes somos abatidos pelo cansaço e tristezas deste mundo, mas o Senhor vem e renova nossas forças e voltamos às alturas aquilinas.

Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. (Isaías 40:31)

Por vezes o sofrimento vem para trazer aprendizado e é bom que aprendamos o quanto antes o que Deus nos quer ensinar, pois, a lição só terminará quando aprendermos. Por isso, ore e tudo o que o Espírito Santo revelar que precisa de concerto, faça. Se é preciso perdoar alguém, perdoe! Se é preciso abandonar uma vida de pecados, abandone! Se é preciso mudar conceitos pré-estabelecidos e contrários à Palavra de Deus, mude! Se é preciso crescer na graça e no conhecimento, cresça! Se é preciso orar mais, ore! Se é preciso jejuar mais, jejue! Aprenda logo o que Deus quer ensinar, mude o que precisa mudar para estar mais próximo da feitura de Cristo e da Vontade Deus.

Chore na presença de Senhor, exponha suas mazelas, as impurezas e imundícies de sua alma, rogando-Lhe por perdão e libertação. Conte suas fraquezas e peça a Ele forças, sabedoria e Direção. Clame por Deus e por Seu socorro. Ele lhe ouvirá, mas no tempo d'Ele. Clamando você terá duas certezas: a primeira é que Deus está contigo! A segunda é que a vitória é uma questão de tempo, o tempo preciso e precioso do Senhor.

Não peça que Ele se apresse, ou encurte seu sofrimento, só peça que Ele te dê forças para suportar e inteligência para aprender tudo que é preciso.

Deus é conosco e nada pode contra Sua Vontade. Ninguém nos toca a não ser Deus. Ninguém nos prova a não ser Deus. Ninguém nos livra a não ser Deus. Nunca duvide disso. Confie no Senhor. Renove suas forças pelo clamor e súplicas. Mudemos. Cresçamos. Aprendamos. Sejamos a cada dia mais parecidos com Cristo, libertos de murmuração, libertos do medo e firmes e confiados em Deus.

Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. (1 João 5:18)
O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. (1 Samuel 2:6,7)

O sofrimento virá, passará e sairemos mais fortes dele. Os desafios virão e aprenderemos com eles, cresceremos com Ele. Confie no Senhor, pois:

Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor. (Jeremias 17:7)

Maranata!

07/01/2018

Deus escolheu a sua própria família

Por Charles H. Spurgeon.

As grandes verdades sempre se encontram na Bíblia, exclusivamente na Bíblia. Vocês não acreditam em qualquer outro livro além da Bíblia, acreditam? Se eu pudesse provar aquilo que afirmo, com base em todos os livros da cristandade; se eu pudesse voltar no tempo e achar provas na biblioteca de Alexandria, mesmo assim vocês não acreditariam nesta doutrina mais do que antes; mas por certo vocês darão crédito ao que diz a Palavra de Deus.

Selecionei alguns poucos textos para serem lidos a vocês. Quando temo que vocês possam desconfiar de alguma verdade, gosto de apresentar uma série inteira de passagens da Bíblia, a fim de que vocês se sintam por demais impressionados para duvidarem, se porventura realmente não acreditam em tal verdade. Tão-somente permitam-me examinar uma série de trechos bíblicos, onde os crentes são chamados de eleitos.

Naturalmente, se as pessoas estão sendo chamadas de eleitas, não se pode duvidar que deve haver uma eleição. Se Jesus Cristo e os Seus apóstolos estavam acostumados a designar os discípulos pelo título de eleitos, então certamente devemos crer que é isso que eles são, porque, de outra maneira, tal vocábulo não significaria coisa nenhuma.

Jesus Cristo declarou:

Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.

(...) pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.

E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu (Marcos 13:20, 22 e 27).

Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? (Lucas 18:7)
.

Juntamente com esses, muitos outros trechos bíblicos poderiam ser selecionados, onde aparecem palavras como eleitos, escolhidos, conhecidos de antemão ou destinados, ou então onde aparece alguma expressão como minhas ovelhas, ou alguma designação similar, demonstrando que o povo de Cristo é distinguido do resto da humanidade.

Porém, vocês devem possuir suas próprias concordâncias bíblicas, e não precisarei perturbá-los com muitos textos. Em todas as epístolas dos apóstolos, os santos são continuamente chamados de “os eleitos”. Na epístola aos Colossenses, encontramos Paulo asseverando:

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia…” (3:12).

Quando Paulo escreveu a Tito, designou a si mesmo nestes termos:

Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus (...) (Tito 1:1).

E, referindo-se aos crentes, o apóstolo Pedro estipula:

eleitos, segundo a presciência de Deus Pai (...) (I Pedro 1:2).

E então, se vocês examinarem os escritos de João, descobrirão que ele apreciava muitíssimo esse vocábulo. Declara ele: “O presbítero à senhora eleita…” (II João 1). E também refere-se aos “… filhos da tua irmã eleita… (II João 13). E, por semelhante modo, sabemos onde é que está escrito: “Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda…” (I Pedro 5:13). Não, durante aqueles primeiros dias, os crentes não se envergonhavam de usar essa palavra; e nem receavam falar a respeito da ideia por ela representada.

No entanto, nestes nossos dias, tenho que admitir, esse vocábulo tem sido revestido de certa diversidade de significações, e muitas pessoas têm mutilado e manchado essa doutrina da eleição, de maneira tal que a têm transformado numa autêntica doutrina de demônios. E muitos daqueles que atualmente se chamam de crentes, bandearam-se para as fileiras dos antinomianos.

A despeito de tudo isso, por qual motivo haveríamos de sentir vergonha dessa ideia, ainda que os homens a tenham distorcido? Amemos a verdade de Deus quando ela está sendo atacada, tanto quando ela está sendo aceita. Se por acaso houve algum mártir a quem já amávamos antes dele ser submetido à tortura da roda, deveríamos amá-lo mais ainda depois que ele já foi esticado e torturado ali. Quando a verdade de Deus é submetida às pressões, não devemos tachá-la de falsa. Gostamos de ver a verdade de Deus quando ela está sendo submetida a alguma provação, porque então podemos discernir qual é a exata proporção que ela teria, se não tivesse sido distorcida e torturada pela crueldade e pelas invenções astuciosas dos homens.

Se vocês tivessem oportunidade de ler as muitas epístolas que os antigos pais da Igreja escreveram, então descobririam que eles sempre se dirigiram ao povo de Deus chamando-os de “os eleitos”. De fato, o vocábulo comumente utilizado nas conversações diárias, entre muitos daqueles cristãos primitivos, para aludirem uns aos outros, era “eleito”. Com grande frequência empregavam o termo para se dirigirem uns aos outros, ficando assim demonstrado que eles acreditavam que todo o povo de Deus manifestamente se compõe de “eleitos” do Senhor.

No entanto, passemos a examinar os versículos bíblicos que provarão, de forma positiva, a veracidade dessa doutrina. Abram suas Bíblias no trecho de João 15:16, e ali vocês observarão que Jesus Cristo escolheu o Seu povo, pois Ele mesmo declara:

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

E em seguida, no versículo 19 desse mesmo capítulo, assegura o Senhor:

Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.

Verifiquem também o que está escrito em João 17:8, 9:

… porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.

E abramos ainda as nossas Bíblias na passagem de Atos 13:48:

Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.
Se certos indivíduos quiserem dissecar em pedacinhos miúdos essa passagem, poderão fazê-lo; mas o fato inegável é que ela diz “destinados para a vida eterna”, no original grego, tão claramente como é possível dizê-lo; e não nos importamos com todos os comentários em contrário que têm surgido.

Vocês quase nem precisam ser relembrados a respeito do que ensina o capítulo 8 da epístola aos Romanos, porque confio que vocês estão perfeitamente familiarizados com aquele capítulo, e que, por esta altura dos acontecimentos, já o estão compreendendo perfeitamente bem. Lemos ali, nos versículos 29 e seguintes:

Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, à vista destas cousas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as cousas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.

Por semelhante modo, é desnecessário repetir por inteiro o capítulo 9 da epístola aos Romanos. Enquanto esse capítulo continuar sendo uma parte integrante das Escrituras, ninguém será capaz de provar que o arminianismo está com a razão. Enquanto esse capítulo estiver ali, nem mesmo as mais violentas distorções do texto serão capazes de extirpar das Escrituras a doutrina da eleição.

Não obstante, leiamos versículos como este: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço” (vv. 11 e 12). E em seguida lemos, no versículo 22 e seguintes: “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão…?”

Mas poderíamos, igualmente, apelar para o trecho de Romanos 11:7, que determina: “Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos”. E no versículo 5 daquele mesmo capítulo, lemos: “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”. Não há que duvidar, porém, que vocês todos estão lembrados da passagem de I Coríntios 1:26-29, que estipula: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.

Uma vez mais, recordemo-nos de uma passagem como a de I Tessalonicenses 5:9:

… porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo.

E, finalmente, vocês poderão considerar o meu texto, o qual, conforme penso, deveria servir de prova suficiente da doutrina da eleição. Entretanto, se vocês continuam precisando de mais provas, poderão encontrá-las procurando-as com mais vagar, se porventura não têm conseguido até agora remover as suas dúvidas a respeito da doutrina.

Trecho do sermão pregado por Charles Haddon Spurgeon, no dia 2 de setembro de 1855,
na Capela New Park Street em Southwark, Inglaterra.