Por Carl Teichrib. Forcing Change, Volume 9, Edição 2.
Este ensaio é o rascunho de um capítulo para um livro a ser lançado, que possivelmente terá o título Visions of One. Neste artigo, exploraremos a ideia da divindade, conforme ela é expressa no Movimento de Nova Era e em várias ramificações da filosofia espiritual. Mais do que isto, compararemos e confrontaremos essas afirmações de divindade com o texto bíblico.
O propósito? Compreender melhor a profundidade e abrangência do relato do Gênesis e reconhecer que sua essência continua em ação ainda hoje. Na verdade, Gênesis 3 revela como é nosso mundo moderno.
"Como não há separação, cada um de nós é como Deus, e Deus está em cada um de nós. Experimentamos Deus e Deus experimenta por meio de nós. Somos literalmente formados pela energia de Deus..." — Shirley MacLaine. [1]
"Quando esse dia chegar, olharei para todos vocês, irmãos e irmãs, como trabalhadores da Luz e me envolverei com vocês na transformação do nosso mundo... Preparem-se para verem a si mesmos como Deuses." — Maitreia, um Mestre Ascencionado [2].
"Somos como deuses em nosso poder, somos universais e participamos na evolução da própria matéria em consciência e vida." — Barbara Marx Hubbard. [3].
"— Levantem-se todos."
As cadeiras foram deslocadas quando todos na sala de conferências se levantaram.
"— Agora, peguem a mão da pessoa que está ao seu lado e formem um círculo", pediu nosso conferencista do período da tarde. Rapidamente, procurei a saída, mas uma mão segurou a minha e me puxou para o fim de uma linha. Outra mão conectada.
Olhando para minha cadeira a três metros de distância, pude ver que a luz do meu gravador em fita microcassete ainda estava ligado. Pelo menos, eu conseguiria captar o áudio daquilo que eu estava testemunhando. Eileen Sarafis, uma vocalista da Broadway com álbuns de músicas evangélicas gravados, entrou em nosso círculo gigante. A riqueza de sua voz fluiu para cada canto daquele salão.
"Eu SOU o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Último. Eu SOU, Eu SOU... Eu SOU a Palavra de Deus, Eu SOU o Cordeiro... Eu SOU o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores. Eu SOU Santo, Santo Senhor, Deus Todo-Poderoso, que era, e é e que há de vir... Eu SOU isto Eu SOU..."
A última nota do canto dela terminou em um sussuro reverente e muitos estavam com seus olhos fechados e em profunda introspecção. Interrompendo o momento, nosso palestrante — agora em pé no centro — calmamente reconheceu a divindade que estava ao redor dele:
"— O Cristo que está dentro de mim saúda, honra e respeita o Cristo dentro de cada um de vocês."
As mãos foram liberadas e os homens e mulheres, idosos e jovens, voltaram-se e inclinaram-se com veneração uns para os outros. Cada um era um ser divino; todos eram Deus.
Fiquei parado como uma estátua e depois, junto com os demais, retornei para o meu assento.
O ano era 1999 e a civilização estava prestes a entrar em um novo milênio. Para este fim, aquele evento de um dia, realizado em 10 de julho em Fort Wayne, no estado de Indiana, promovido pela Unidade Espiritual das Nações (SUN, de Spiritual Unity of Nations) [4] tinha como título "1999: O Ano da Aliança". Os participantes de todo o meio-oeste americano tinham se reunido para ajudar na criação de uma nova era na evolução da consciência. A aurora de Aquário estava próxima.
Foi um dia interessante. O egiptólogo Ahmed Fayed, que tinha sido um guia pessoal para Shirley MacLaine, Henry Kissinger, Frank Sinatra, a princesa Diana e Elizabeth Taylor, conversou conosco sobre a importância mística do Ano 2000. O curandeiro pelas energias Roger Stair leu um trecho do Evangelho Aquariano de Jesus o Cristo [5], de inspiração "angélica" e nos disse que, "sua verdade pessoal era tão mutável quanto suas convicções". John Davis (fotografia ao lado), diretor da SUN, tinha anteriormente lançado seu livro Revelations For Our Time: A New Paradigm for the Next Millennium (Revelações Para o Nosso Tempo: Um Novo Paradigma para o Próximo Milênio), e estava disponível para autografar os exemplares. Houve discussões animadas de uma Nova Era emergente no terreno da interação social, religião e política — até a ideia de um Partido da Luz, uma "síntese dos partidos Republicano, Democrata, Libertário e Verde." [6].
Em todo o evento houve atividades para transformação participativa, incluindo a canalização em grupo de inteligências extra-humanas e uma liberação hipnótica em massa da culpa. Mais tarde, os participantes foram levados a uma entonação coletiva e dinâmica do AUM hindu. Começando em uma nota baixa e ritmo lento, a entonação cresceu em intensidade até terminar em um clímax. O líder, visivelmente esgotado após o êxtase alcançado com o som, encerrou dizendo: "— Vamos rezar." Em uníssono, as muitas vozes invocaram:
"— Nosso Pai que estás nos céu, santificado seja o teu nome, venha o teu reino..."
Tudo foi muito espiritual.
Por que eu estava ali? Como um cristão chamado para pesquisar a Unicidade e suas derivações, compareci ao evento para compreender melhor como o Movimento de Nova Era estava abordando o milênio. No processo, testemunhei expressões de autodivindade, correlacionadas com aquilo que o apóstolo Paulo chama em Romanos 1 de "a mentira".
A Mentira
Em Romanos 1:18-32, Paulo escreveu sobre como a verdade está sendo suprimida e substituída por uma mentira específica. Em vez de adorar o Deus verdadeiro, cujos atributos são claramente visíveis a partir do tempo da criação até o momento presente — incluindo Seu "eterno poder", uma característica que distingue Ele mesmo de tudo o mais — a humanidade "adorou e serviu a criatura em vez de o Criador". Substituímos o "Deus incorruptível" pelo "homem corruptível". O resultado? Paulo vinculou a imoral transformação sexual como uma extensão da adoração à criação, pois no processo passamos a odiar a Deus e a humanidade se aparta da justiça em sua busca por interesses mesquinhos e malignos.
A chave liga-desliga espiritual e social sobre o qual Paulo falou é uma conclusão lógica da rejeição do Criador, de Seus padrões e de Seus atributos. À medida que declaramos a nós mesmos como "Deus" e adoramos o homem corruptível, seja de uma maneira auto-realizada ou no narcisismo da sabedoria coletiva, nossa moral fica solta e sem âncora, mudando sempre que nossas convicções também mudarem. Os padrões morais de Deus não são mais obedecidos; ao contrário, nós é que criamos as regras da forma que mais nos agrade. Presentemente, fazemos isto no Ocidente por meio do poder caótico da democracia emocional e a imposição do politicamente correto. É uma estrada confusa de "ditadura das massas" e historicamente isto abre a porta para mais medidas coercitivas.
Entretanto, ao considerarmos a raiz da "mentira", precisamos abordá-la em sua origem: o livro do Gênesis. Em particular, precisamos examinar rapidamente duas seções — a Queda do Homem e a Imagem de Deus.
À Sua Imagem
Em Gênesis 1:26-27, vemos que a Humanidade foi criada em um ponto inicial definitivo na história — houve um princípio — e que fomos modelados segundo a imagem de Deus. A linguagem usada expressa a singularidade posicional da humanidade em contraste com o restante da natureza criada. Existe algo especial com o ser humano; Deus nos criou de forma distinta do reino animal. Mas, ser feito à "Sua imagem" não significa "tornar-se Deus" ou estar em um processo de "união divina" — uma alma divina refletindo e retornando para uma alma divina — como é interpretado no misticismo judaico, [7] pois algo criado não pode se equiparar a Deus, que está fora da criação. [8] Isaías 42:8 deixa bem claro que Deus não compartilha Sua glória com ninguém, nem dá Seu louvor aos ídolos. Fazer isso invalidaria Sua posição exclusiva como o Deus verdadeiro. Além disso, pedir para Deus compartilhar Sua glória é similar a sugerir que Ele pratique uma falácia lógica.
Gênesis 1:26-27, ao revés, é sobre refletir a natureza espiritual de Deus e as características atribuídas: amor, empatia, consciência moral e justiça, racionalidade, discernimento e julgamento, dignidade e personalidade distintiva. A "semelhança" de Deus colocada dentro da humanidade comunica uma qualidade que tem o objetivo de refletir a bondade de Deus e, como Deus é espírito, e nós temos um espírito, um relacionamento eterno torna-se possível. Um vínculo significativo entre o Criador e a humanidade pode assim ocorrer, conforme modelado nos eventos de Gênesis 2, quando Deus comunga diretamente com o primeiro casal — que estando dentro de Sua vontade e sem pecado, é uma demonstração na Terra dos atributos de Deus. O amor, refletindo e respondendo ao amor.
Devido ao fato de sermos criados à imagem de Deus, o valor da humanidade não é medido pelos padrões humanos, classificações econômicas, editos políticos ou mensurações técnicas. Temos valor intrínseco por causa do nosso Criador e é nisto que descobrimos o fundamento para a dignidade e valor do ser humano.
Mas, é no Novo Testamento que encontramos a implicação mais profunda da imagem revelada de Deus, Sua encarnação em um corpo humano para o propósito da nossa salvação: Jesus Cristo. [9]. Além disso, Jesus Cristo recebe o título de "último Adão" e Homem celestial" (1 Coríntios 15:45,47), rótulos que trazem o testemunho para a declaração em Gênesis 1:26 e a restauração da comunhão entre Criador e criação — uma renovação que vem por meio da obra de Deus, e não do homem corrompido. Como o apóstolo Paulo observou, nós que estamos em Cristo Jesus, "traremos também a imagem do homem celestial" [10]. Finalmente, em linguagem em paralelo com Gênesis 1, Jesus Cristo é mostrado como "a imagem do Deus invisível", por excelência (Colossenses 1:15).
Portanto, nossa salvação vem literalmente de fora, não de nós mesmos. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." [Efésios 2:8-9]. Conhecendo e reconhecendo nossos limites, que não podemos reivindicar a obra da salvação, que é de Deus, corretamente aceitamos quem nós somos: criados à Sua imagem, sem qualquer vanglória de autodivindade. Por outro lado, o mundo proclama que podemos salvar a nós mesmos [11] — nós nos tornamos "como Deus".
O historiador esotérico Richard Cavendish revelou como o Gênesis 1:26 é usado pelos ocultistas para fortalecer a crença deles de "se tornar como Deus":
"'O homem foi feito à imagem de Deus' e tem sido frequente e sardonicamente observado que 'Deus foi feito à imagem do homem'. Ambas as afirmações são aceitas como verdadeiras na magia. O homem pode fazer a si mesmo Deus, porque tem a centelha divina dentro de si. Ele é uma imagem em miniatura de Deus e Deus é homem exaltado." [12].
A Queda do Homem
Em Gênesis 2 lemos que o primeiro casal humano, Adão e Eva, tinha um relacionamento íntimo com seu Criador; era uma comunhão real e que envolvia conversação frequente. Não somente eles interagiam em um nível pessoal, mas Deus atendeu diretamente às necessidades físicas deles preparando-lhes um lugar especial, o Jardim do Éden. Propósito, significado, descanso e prazer estavam resumidos neste paradigma do amor expressado de Deus. Todavia, uma opção foi deixada para o casal sair desse projeto e romper a comunhão, pois como Deus é o autor do amor, a escolha é necessária para o amor existir. Entra em cena a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
A escolha dada em Gênesis 2 é clara: comer do fruto da árvore, ou obedecer a Deus e se abster. Com essa opção vem uma advertência: Se comeres, morrerás. Essa consequência aparentemente severa tem uma consideração lógica. Como Deus é o Criador e, portanto, o detentor legal da vida, escolher intencionalmente um caminho diferente do Dele é entrar no caminho da morte. Em Gênesis 3, a humanidade fica diante de um tentador serpentino, chamado de Satanás, ou Diabo. Embora as interpretações artísticas desse adversário variem desde um monstro medieval até uma figura de revistas de quadrinhos com chifres, ou um elegante homem de negócios, 2 Coríntios 11:14 nos diz que ele pode aparecer como um "anjo de luz". No Jardim do Éden, ele veio dialogar, questionar e se envolver na arte da contemporização — ele veio fazer política.
"Certamente não morrereis", foi a mensagem que ele deu a Eva. "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." [Gênesis 3:5]. Aquele era um momento de decisão e de exercer a responsabilidade. Os benefícios de escolher comer do fruto pareciam mitigar o custo; a vida permeneceria, a sabedoria seria concedida e o status seria elevado. Eles se envolveram na técnica dialética apresentada — eles pegaram o fruto e o comeram.
Ao fazerem isso, as informações apresentadas pelo tentador foram descobertas como meias-verdades. O "benefício" da imortalidade desapareceu e o sonho de se tonar "como Deus" provou ser ilusório. Ao contrário, a humanidade desde então tem sofrido a praga dos "pesadelos divinos" — reis, poderes e estados "brincando de Deus" para o detrimento de incontáveis milhões. Logicamente, a parte da verdade foi que nós experimental e espiritualmente entramos no reino do "conhecimento do bem e do mal".
O "conhecimento do bem e do mal" é algo que há muito tempo tem sido debatido nos círculos teológicos, embora o significado essencial possa ser algo muito básico: experimentar autonomia sem reverência a Deus e com a capacidade de atuar sobre o bem e o mal. Observe que Adão e Eva não tinham falta de capacidade intelectual antes de comerem o fruto, pois tomavam decisões com conhecimento (Gênesis 2:15-25). Além disso, Eva demonstrou compreensão antes de intencionalmente desobedecer a ordem de Deus (Gênesis 3:2-3). Assim, a existência deles antes da queda não era como a da "alegria ignorante" dos animais, nem eram eles inocentes de relações sexuais, como alguns já sugeriram, pois tornar-se "uma carne" foi instituído em Gênesis 1:28 e 2:24. Ao contrário, a existência deles antes da queda estava estruturada em torno da ordem amorosa estabelecida por Deus. Eles somente eram responsáveis por escolher o amor e a vida segundo a vontade de Deus, ou buscar uma alternativa.
Mas, todos nós não temos essa mesma responsabilidade? Parte de sermos "feitos à imagem de Deus" significa que precisamos responder ao nosso Criador. Acredito que Emil Brunner, um teólogo suíço, acertou quando escreveu:
"O homem é, e continua sendo, responsável, qualquer que seja sua atitude pessoal em relação ao seu Criador. Ele pode negar sua responsabilidade, pode fazer mal uso de sua liberdade, mas não pode se livrar de sua responsabilidade. A responsabilidade é parte da estrutura imutável de ser do homem. Isto é: a existência real do homem — de todo homem, não somente o homem que acredita em Cristo — consiste no fato positivo que ele foi criado para responder a Deus." [13].
Adão e Eva responderam na negativa. A comunhão com Deus foi interrompida, a humanidade ficou distanciada da verdadeira sabedoria (podemos apenas especular que tipo de conhecimento benéfico teríamos ganho se eles não tivessem sucumbido à tentação) e nos encontramos em hostilidade à "imagem de Deus" do amor justo. A morte, não a falsa promessa de imortalidade, foi colocada em movimento.
Tampouco a divindade humana-ascencionada, "ser como Deus" veio a frutificar. Deus reconheceu que eles tinham se tornado "como um de nós" em Gênesis 3:22, mas o contexto é sobre o conhecimento do bem e do mal, não sobre tornar-se uma divindade. Em vez disso, Deus declarou isto como um fato consumado. Em outras palavras, a queda de Adão e Eva não foi um acontecimento que levou a algo maior ou melhor — como ensinado no Mormonismo. [4] — mas um ato completo de desobediência. Eles tinham deliberadamente desobedecido a ordem de Deus e agora o pecado e a morte estavam incorporados na existência espiritual e física da humanidade. Provérbios fala sobre o erro cometido: "Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte." [Provérbios 14:12]. Romanos 5:12 explica o pecado e a morte fazendo um vínculo direto ao relato do Gênesis. "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram."
Mas, da mesma forma como Gênesis 1:26 tem sido usado como base para afirmar que "Deus é um homem exaltado", a queda em Gênesis 3 tem sido usada para justificar o "progresso humano".
Retornando à visão ocultista, Cavendish escreve o seguinte em seu livro, The Black Arts (As Artes Negras):
"A força de direção que está por trás da magia negra é a sede por poder. Seu objetivo final foi declarado, de forma bastante apropriada, pela serpente no Jardim do Éden... 'Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.' No ocultismo, a serpente é um símbolo da sabedoria e há vários séculos que os magos se dedicam à busca do fruto proibido que cumprirá a promessa da serpente. Isto, levado ao extremo máximo é... tornar a si mesmo um deus." [15].
Arte negra é um termo inadequado. A busca de união em um jugo com uma "divindade cósmica" envolvida na natureza e na humanidade é uma esperança e aspiração que abrange toda a experiência humana.
Um exemplo pode ser encontrado no Ano Europeu do Meio Ambiente (de 1987). Para marcar a ocasião, a Comissão das Comunidades Europeias e a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) colaboraram em um livro intitulado New Ideas in Environmental Education (Novas Ideias em Educação Ambiental). Iniciando no Capítulo 1 — um ótimo lugar para iniciar — descobrimos que "no caso da ecologia planetária, o problema está na consciência humana." [16].
A Queda em Gênesis foi então apresentada como uma metáfora do despertar evolucionário. "A fonte dos nossos problemas planetários está no ponto na evolução em que o indistinto foi transformado em intenção por meio da ação da vida humana. Como tantos eventos, isto é lembrado nos mitos e foi contado ao longo dos tempos nas lendas do Jardim do Éden..."
Tradicionalmente, a Serpente é o símbolo da Sabedoria e o mensageiro de Deus na Terra. Portanto, a Serpente simboliza a consciência, um ponto bem-compreendido pelos iogis e outros praticantes que conhecem um pouco da Kundalini, o "poder da serpente", esse despertar, por meio da hierarquia dos chakras, ou centros de consciência, como eles são compreendidos no pensamento hindu e budista, permite ao iniciado adquirir sucessivamente níveis mais elevados de consciência." [17].
Tenha em mente que esse texto foi usado "como um apelo para novas abordagens para a educação ambiental" [18] O Prefácio declarava: "O que é necessário é tanto evolução e transformação radical, guiando o sistema educacional por novas avenidas..."
O Capítulo 1 continua:
"A Serpente, como o princípio da consciência, fecundou Eva, a Mãe Terra, que por sua vez, deu origem a um novo Adão, um novo tipo de Homem... Ao comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, Adão rompeu as amarras do indistinto e entrou no terreno da mente, com seu potencial para reflexão e escolha." [19].
Destacando escolha, foi explicado que, "nosso tempo é um tempo marcado por uma busca espiritual. Embora tenha havido uma perda de fé em práticas religiosas tradicionais, e pouca satisfação no secularismo das décadas passadas, há uma busca generalizada por significado que pode incluir, mas não pode ser satisfeita pela racionalidade ordinária." [20].
Para este fim, um inventário das correntes espirituais foi sugerido como uma validação da busca: Judaísmo-Cristianismo no "espírito, em vez de na letra", Hinduísmo, Budismo Tibetano e Zen, Taoísmo, Sufismo, Escolas de Mistério, Gnosticismo, Catarismo, Templarismo, Maçonaria, Cabalismo, Rosa-Cruz, Antroposofia e Teosofia. [21].
Por que esta lista? Simples: cada uma dessas correntes oferece "união com Deus". O Hinduísmo, por meio da Yôga, [22] o Cabalismo (misticismo judaico) por meio da emanação do simbolismo iluminado, [23] o misticismo cristão por meio do ascetiscismo e das práticas experimentais [24]... cada corrente estende as técnicas de unificação e perfectibilidade. A Árvore da Expansão da Consciência está carregada com um fruto apetitoso e reluzente.
Finalizando esta "nova visão para a educação", o texto oferecia a possibilidade de avanço humano na luz do que o místico católico Pierre Teilhard de Chardin previu em seu famoso livro The Phenomenon of Man (O Fenômeno do Homem):
"O resultado do mundo, as portas da entrada futura para o super-homem... Elas serão abertas para um avanço de todos juntos, em uma direção em que todos juntos possam se unir e encontrar completude em uma renovação espiritual da terra..." [25].
A mensagem? Juntos comemos o fruto. Juntos, nos tornamos mais do que Homem.
O Mercado de Frutas
O que testemunhei na conferência da SUN, em Fort Wayne, e o que você acaba de ler com relação à interpretação mística do Jardim do Éden, são pequenas amostras da nossa declarada divinização humana. Ao considerar as citações seguintes, ensinos de autoridades eminentes em cada campo respectivo, ficará óbvio o quão disseminada e similar é a busca pela Unidade humana-divina.
Movimento de Nova Era
O Movimento de Nova Era é um classificação eclética da espiritualidade e autoconscientização, incorporando elementos das religiões orientais, Filosofia Perene (todas as religiões compartilham uma mesma verdade), ensinos canalizados ("anjos", espírito-guia, etc.), esoterismo e neopaganismo. A mensagem fundamental é a seguinte: "Uma Humanidade, um mundo, uma expressão verdadeira da divindade, unidade dentro do Cristo... Um Centro de Consciência... Unidade em todas as coisas." [26]. Embora o termo "Movimento de Nova Era" seja menos usado hoje do que foi em décadas passadas, ele permanece relevante, pois seus preceitos foram infundidos dentro de todas as facetas da sociedade ocidental.
Nas palavras de John Denver, um músico e cantor popular estadunidense e ícone da Nova Era: "Ouvimos o clamor dos nossos corações expressando a conectividade e a integridade e o reconhecimento de que somos um." [27].
"Nada pode me tocar, exceto a ação direta de Deus e Deus é meu Eu Onipotente. Posso fazer todas as coisas por meio da Força do Cristo Eu SOU. Eu SOU a FORÇA!" — John Randolph Price (maiúsculas no original). [28].
"Você é a Presença de Deus. Deus está presente na Terra por causa de você." — Ken Carey. [29].
"O Deus universal é um, porém ele é mais do que um; todas as coisas são Deus; todas as coisas são uma só... os homens, os pássaros, as bestas e os animais que rastejam são divindades, feitas em carne." — The Aquarian Gospel of Jesus the Christ (O Evangelho Aquariano de Jesus, o Cristo) [30].
Teosofia
A Teosofia chama a si mesma de "Sabedoria Divina" e é um sistema de filosofia esotérica emprestada dos mitos mundiais, do ocultismo ocidental e da espiritualide oriental. A Teosofia organizada foi fundada no fim dos anos 1800s por meio do trabalho da médium espírita de origem russa Helena Petrovna Blavatsky, que foi uma das co-fundadoras da Sociedade Teosófica. William Q. Judge, outro co-fundador, descreveu a Teosofia como "inclusiva de todos os sistemas e de todas as experiências". [31]. A palestrante e autora Cherry Gilchrist, nos diz que "o ímpeto da Teosofia é que permitiu que todo o Movimento de Nova Era viesse a existir". [32].
"A Teosofia pede que todos reflitam se devem dar lugar ao animal inferior, ou olhar para cima e serem governados pelo Deus interior." — William Q. Judge. [33].
"O homem não deve ser forçado, ele deve ser livre. Ele não é um escravo, mas um Deus em formação, e o crescimento não pode ser forçado, mas precisa ser desejado a partir de dentro." — Annie Besant. [34].
"... O homem interior é o único Deus do qual podemos estar cientes. E como poderia ser diferente? Aceitem nosso postulado que Deus é um princípio infinito e universalmente difundido, e como pode o homem sozinho deixar de se encher da e na Divindade?" — H. P. Blavatsky. [35].
Sociedade Rosa-Cruz
A Sociedade Rosa-Cruz é uma escola esotérica de pensamento que tem sua origem no século 17 e afirma possuir a linhagem da figura lendária do místico alemão Christian Rosenkreuz. Ao longo dos séculos, várias ordens e sociedades inspiradas pela Rosa-Cruz — ou afirmadas credenciais rosa-cruzes — surgiram e se multiplicaram na Inglaterra, Alemanha, França e EUA. Algumas ainda existem e novas ordens foram formadas nos anos recentes. Mas, o gene rosa-cruz inegavelmente influenciou o ocultismo moderno e o misticismo ocidental.
Uma organização com uma linhagem rosa-cruz professa é a Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz (AMORC), que foi constituída em 1915 e tem sua sede em San José, na Califórnia, EUA. Famosa por seus anúncios públicos em jornais e revistas de circulação nacional, a AMORC é um corpo fraternal mundial com lojas e cursos de estudo em ritmo individual. Seus ensinos em divindade apresentam Deus como a "Força Universal Criadora" [36] e que "para encontrar Deus, precisamos vê-lo em todas as coisas ao mesmo tempo..." [37].
Em um Discurso Confidencial do Nono Grau da AMORC, lemos que: "Desde o mais elevado até o mais baixo, tudo é UM (maiúsculas no original), junto com uma narrativa profética da redenção da humanidade por meio do intercurso místico da natureza." [38].
As três citações seguintes da AMORC apresentam seu conceito de divindade:
"Ela [a Mente Divina] não é somente a mente de Deus, mas também a consciência e mente de todos os seres vivos no plano terreal..." — AMORC. [39].
"O Templo do Universo, o Templo da Terra e o Templo da Vida são somente um no Templo do Homem... A Luz Messiânica precisa emanar da Jerusalém Celestial, que vibra dentro de nós." — Christian Bernard. [40].
"O Deus de hoje, em nossa compreensão e consciência, não será o Deus do próximo ano, pois Deus evoluirá, conforme a consciência da alma evoluir. Essa evolução continuará até que o homem se torne plenamente consciente da consiência do Cósmico..." – AMORC. [41].
Maçonaria
A maioria dos homens que ingressa na loja maçônica faz isso sem compreender a filosofia e o alcance espiritual da Maçonaria. Como a experiência da loja está envolvida em simbolismo e alegorias, é fácil para o membro mediano passar pelas experiências sem compreender as mensagens profundas incorporadas nos rituais e movimentos. Os historiadores maçônicos há muito tempo reconhecem essa ignorância geral.
Todavia, a partir do primeiro grau — Companheiro Aprendiz — o candidato é incentivado a buscar a luz do conhecimento maçônico e trabalhar pela perfeição. [42]. Se esse desafio for verdadeiramente buscado, não somente o membro da loja procurará estudar as camadas de significado do ritual, mas se envolverá ativamente em um estudo mais profundo de sua Arte. É nessa busca que se encontra uma riqueza de literatura produzida por ilustres pensadores e líderes maçônicos: obras de história, filosofia, jurisprudência e comentários. Aqui, neste corpo de conhecimento, encontramos a aplicação espiritual da Maçonaria.
Como Grande Comandante Soberano do popular ramo do Rito Escocês, Henry C. Clausen, escreveu em 1981: "…a ciência e religião serão fundidas em um expoente unificado de um poder espiritual de sobreposição… O tema, em essência, é que as revelações do misticismo oriental e as descobertas da ciência moderna suportam as crenças e ensinos maçônicos e do Rito Escocês." [43].
"O homem é um deus em formação e, como nos mitos místicos do Egito, na roda do oleiro ele está sendo moldado. Quando sua luz brilha para elevar e preservar todas as coisas, ele recebe a coroa tripla da deidade e ingressa na assembleia dos Mestres Maçons que, em seus mantos de azul e dourado, procuram dispersar as trevas da noite com a luz tripla da Loja Maçônica." — Manly P. Hall. [44].
"Aqui está o grande segredo da Maçonaria — que ela torna um homem ciente dessa divindade que está dentro dele..." — Joseph Fort Newton. [45].
"A Maçonaria, portanto, não é apenas um sistema de moralidade, que inculca as éticas mais elevadas por meio das quais resultam, se seguidas, o desdobramento consciente da divindade, mas é também uma grande apresentação dramática da regeneração. Ela retrata a recuperação da divindade oculta do homem e seu encaminhamento para a luz.” – Foster Bailey. [46].
As citações acima se encaixam na seguinte seleção de J. D. Buck, um estimado proponente da Maçonaria e Teosofia espirituais de um século atrás. Este texto, um pequeno exemplo do que é a vanglória humana, é um excerto de seu livro Mystic Masonry (Maçonaria Mística).
"É muito mais importante que os homens se esforcem para se tornarem Cristos do que creiam que Jesus era o Cristo. Se o estado crístico somente pode ser alcançado por um único ser humano durante toda a evolução da espécie, então a evolução do homem é uma farsa e a perfeição humana é uma impossibilidade... Jesus não é menos Divino porque todos os homens podem alcançar a mesma perfeição Divina." [47].
Ou, para colocar a divindade humana dentro do contexto coletivista: "A humanidade como um todo é, então, o único Deus Pessoal." [48].
Mormonismo
Tornar-se um "Deus" e a fisicalidade de Deus como um ser humano avançado são conceitos encontrados no Mormonismo. A história da religião inicia com Joseph Smith e as visitações que ele recebeu de um mensageiro angelical, de modo que citarei os ensinos de Smith.
"O próprio Deus foi o que nós somos agora, e é um homem exaltado, que está assentado lá nos céus!"
"... Aqui, então, está a vida eterna — conhecer o único Deus sábio e verdadeiro; e vocês têm de aprender como serem deuses vocês mesmos, e serem reis e sacerdotes para Deus, o mesmo que todos os deuses fizeram antes de vocês, isto é, indo de um pequeno grau para outro, e de uma pequena capacidade para uma grande, de graça em graça, de exaltação em exaltação..." — Joseph Smith (itálico no original; tradução nossa). [49].
"O Pai [Deus] tem um corpo de carne e ossos tão tangível quanto o do homem..." — Doutrina e Convênios. [50].
"[Falando da condição divina] O que é isto? Herdar o mesmo poder, a mesma glória e a mesma exaltação, até que você chegue à posição de um deus e ascenda ao trono do poder eterno, da mesma forma como aqueles que partiram antes." — Joseph Smith [51].
Dificilmente Tudo Isto É uma Coincidência
Você consegue ver uma tendência?
Infindavelmente o homem afirma sua divindade. Hoje, o Humanismo Cósmico vende isto como um pacote de grupo — afinal, é sobre cada um de nós, juntos, evoluindo o universo em harmonia e unidade. "A humanidade em um todo", aceitando e adotando a Unidade. O diretor da SUN, John Davis, explica da seguinte maneira: "O Sol de Deus representa a consciência em massa, ciente de si mesma, como ela verdadeiramente é por meio da unidade de todas as pessoas. O conceito do indivíduo e do todo tornados Um..." [52].
Philip Comella, autor de The Collapse of Materialism e apresentador do programa Conversations Beyond Science and Religion, expressa isto assim: "A verdade está diante de nós: Somos a mente única e estamos sonhando este mundo. Somos Deus..." (itálico no original). [53].
Alternativamente, o Criador dos Céus e da Terra declara uma posição contrária da que possui o mundo: "Porque eu sou Deus e não homem..." [Oséias 11:9].
"A quem, pois, me fareis semelhante, para que eu lhe seja igual? diz o Santo." [54].
Não há comparação — nós não criamos o universo, não vencemos a morte. Por mais que tenhamos avançado, nossas limitações são manifestas. Quanto mais a humanidade aprende e mais o conhecimento avança, mas descobrimos o quão incompreensivelmente complexo nosso universo realmente é — um universo que declara a glória do Criador. [55].
Mas, em vez de dobrar nossos joelhos diante de Jesus Cristo, o Santo que separou a luz das trevas, que formou o reino animal com fronteiras distintas entre as espécies, que elevou a humanidade como um embaixador real [56] e que está exaltado acima de tudo — "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele" [57] — o homem orgulhosamente proclama sua própria grandeza e quer redimir a si mesmo.
Além disso, nossa autoredenção é reforçada por "inteligências exteriores" seja por "Mestres Ascencionados" que falaram a Helena Blavatsky, ou a figura angélica que visitou Joseph Smith, ou os espíritos-guias que sussuram aos médiuns da Nova Era. Até as mensagens canalizadas dos aparentes extradimensionais "irmãos do espaço" pregam essa mesma doutrina: você é parte do contínuo da consciência universal, você é parte de Deus e, portanto, é Deus, e sua redenção — de fato, a salvação da Terra — está latente dentro de você mesmo. Um médium para mensageiros de outros planetas escreve: "A Segunda Vinda é iminente e você também pode se preparar. Esta é particularmente uma boa ideia porque você é isto. Você é a Segunda Vinda... Torne-se seu próprio Messias..." [58].
Sem qualquer surpresa, o famoso pesquisador de abduções por extraterrestres e professor na Escola de Medicina da Universidade de Harvard, John E. Mack, (fotografia ao lado) explicou que muitos abduzidos por OVNIs experimentam um estado mental tranformacional:
"A consciência alterada que os encontros de abdução produzem se assemelham de algumas formas com os estados de transe dos xamãs e, como os povos indígenas e nativos, os abduzidos são levados mais para perto de um mundo natural que está vivo com espíritos de todos os tipos e é cada vez mais visto como sagrado." [59].
Isto reflete apropriadamente aquilo que os próprios extraterrestres retratam: "os abduzidos consistentemente reportam que os seres parecem estar mais próximos de Deus do que nós estamos, atuando como mensageiros, espíritos guardiães, ou anjos, intermediários entre nós e a Fonte Divina." [60].
Reconectar-se à "Fonte" — ou como um paciente de Mack descreveu, "Deus-Deusa-Tudo o que é — torna-se para muitos abduzidos o novo propósito da vida." [61].
Nada disto acima é coincidência, pois cada expressão simplesmente reflete aquilo que um anjo ofereceu a Adão e Eva, com a morte sendo o alto custo de realizar o negócio. Repetidamente a humanidade nega o Deus do Gênesis e continua a cair na enganação dos supostos anjos.
Não somos deuses — somos corruptos. Ironicamente, quanto mais proclamamos sermos "como Deus", mas afirmamos a baixeza da humanidade. Isto apesar das boas intenções. As palavras do teórico social Jeremy Rifkin ecoa pelo tempo, mostrando-nos simplesmente outro "círculo dos deuses".
"A humanidade está abandonando a ideia que o universo opera com verdades inflexíveis, porque ela não mais sente a necessidade de ser restringida por essas cadeias. A natureza está sendo feita de uma maneira nova, desta vez pelos seres humanos. Nós não mais nos sentimos como convidados na casa de outra pessoa, obrigados, portanto, a fazer nosso comportamento se conformar com um conjunto de regras cósmicas pré-existentes. É a nossa criação agora. Nós é quem fazemos as regras. Nós estabelecemos os parâmetros da realidade. Nós criamos o mundo e, por causa disso, não mais nos sentimos em posição de submissão às forças de fora. Não temos mais de justificar nosso comportamento, pois agora somos os arquitetos do universo. Não somos responsáveis por nada além de nós mesmos, pois nós somos o reino, o poder e a glória para sempre." [62].
Notas Finais
1. Shirley MacLaine, Going Within: A Guide for Inner Transformation (Bantam Books, 1989), pág. 66.
2. Messages from Maitreya the Christ, Volume 1, conforme canalizadas por Benjamin Crème (Tara Press, 1980), pág. 76. Maitreia é considerado um bodhisattva — um Homem Aperfeiçoado no caminho budista, um Mestre Ascencionado — e é profetizado nos círculos esotéricos como o vindouro "Instrutor Mundial".
3. Barbara Marx Hubbard, Conscious Evolution: Awakening the Power of Our Social Potential (New World Library, 1998), pág. 212.
4. A Unidade Espiritual das Nações (Spiritual Unity of Nations, ou SUN) é uma derivação da Comunhão Copta Internacional, um centro de aprendizado sediado em Michigan para o ensino esotérico e ocultista.
5. The Aquarian Gospel of Jesus the Christ (O Evangelho Aquariano de Jesus o Cristo) foi uma "escritura" dada a Levi H. Dowling por um declarado ser angélico, que conferiu a Levi o acesso aos Registros Akáshicos, um compêndio não-físico de conhecimento secreto. O livro foi lançado em 1907 e, desde então, tem sido um texto importante nos círculos de Nova Era e teosóficos.
6. A partir de um folheto distribuído no evento da SUN em 1999, "O Partido da Luz". Essa estranha aspiração política foi a criação de Da Vid, diretor da Fundação da Paz Global. O Partido da Luz foi fundado em 1994.
7. O misticismo judaico está centrado na Cabala (também se escreve Qabalah, ou Kabbalah), construída com base nos significados simbólicos e esotéricos do universo. Veja The Early Kabbalah, editado por Joseph Dan (Paulist Press, 1986), pág. 84. Interpretação adicional inclui a ideia de um homem e mulher universal aperfeiçoados, "para o aperfeiçoamento de todas as coisas", conforme expresso por meio do poder regenerativo do membro masculino. Veja The Kabbalah Unveiled, traduzido por S. L. MacGregor Mathers (Samuel Weiser, 1970), pág. 84.
8. Na visão da Cabala de Gênesis 1:26-27, Deus como espírito não está em atuação física direta na criação da humanidade; ao revés, este é o processo criativo em ação. Mas, não é isto que a leitura direta do Gênesis descreve. Ao contrário, encontramos Deus intimamente envolvido em toda a criação, incluindo a criação de Adão e Eva.
9. Veja João 14:9, Colossenses 2:9 e Hebreus 10:5.
10. 1 Coríntios 15:49.
11. Eu me lembro do que Anton LaVey, fundador da Igreja de Satanás, escreveu com relação à salvação "satânica": "Não existe céu algum de glória reluzente, nem inferno onde os pecadores são tostados. O aqui e o agora são nosso dia de tormento! O aqui e o agora são nosso dia de alegria! O aqui e o agora são a nossa oportunidade! Escolhei este dia e esta hora, pois redentor algum vive! Diga ao teu próprio coração: 'Sou meu próprio redentor'." A Bíblia Satânica (Avon Books, 1969; tradução nossa), pág. 33.
12. Richard Cavendish, The Black Arts (G. P. Putnam’s Sons, 1967), pág. 5.
13. Emil Brunner, "Man and Creation", Readings in Christian Theology, Volume 2: Man’s Need and God’s Gift (Baker Book House, 1976, editado por Millard J. Erickson), pág. 49.
14. Veja Gospel Principles (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1997), pág. 33. Veja também True to the Faith: A Gospel Reference (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 2004), pág. 57.
15. Cavendish, The Black Arts, pág. 1.
16. Mark Braham, "The Ecology of Education", New Ideas in Environmental Education (Croom Helm, direitos reservados pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, patrocinada pela Comissão das Comunidades Européias, 1988, editado por Salvano Briceno e David C. Pitt), pág. 5. Nos agradecimentos, os editores observaram o "auxílio e estímulo" da UNESCO e do UNEP.
17. Idem, pág. 8, 9.
18. Idem, "Introdução", pág. xi.
19. Idem, pág. 9.
20. Idem, pág. 20.
21. Idem, pág. 20.
22. O Bhagavad Gita é uma escritura hindu épica sobre o papel do Yôga em alcançar a perfeição, salvação e unidade com Deus. "Quando um sábio é alguém no Yôga, ele logo é alguém em Deus." (5:6b). No Srimad-Bhagavatam, Canto Primeiro, Capítulo 2, Texto 29, lemos que o Yôga é também a realização de Sri Krsna, a "Personalidade da Divindade". Veja a edição de A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (The Bhaktivedanta Book Trust, 1978), pág. 131. O Harper’s Dictionary of Hinduism explica que o propósito do yôga é misturar mente e corpo em "perfeita unidade" e que cada método é uma preparação para o Raja yôga. Quando alcançada, "a unidade fundamental de tudo o que existe é realizada". Veja Margaret e James Stutley, Harper’s Dictionary of Hinduism: Its Mythology, Folklore, Philosophy, Literature, and History (Harper & Row, 1977), pág. 350. O livro The Hindu Tradition, editado por Ainslie T. Embree (The Modern Library, 1966), fala de Shiva (ou Xiva), o Deus Supremo na cosmologia hindu e a identidade e natureza de Shiva em continuidade: "Shiva assume as formas de Brahma e Vishnu e o chefe dos celestiais... Ele assume as formas também de homens e mulheres, de fantasmas e espíritos e de todos os animais aquáticos... Algumas vezes, ele cria presentes, outras vezes recebe esses presentes; algumas vezes ele se apresenta no Yôga e outras vezes, torna-se o objeto da contemplação de outros no Yôga. Ele pode ser visto na plataforma sacrificial ou na estaca sacrificial; no meio do fogo... ele é todo ato, ele é toda omissão; ele é justo, ele é injusto" (pág. 235-236). A mais elevada forma de autoconsciência é considerada a consciência de Shiva, "em que todo o universo aparece como eu ou Shiva" e isto é alcançado pela graça obtida por meio da disciplina espiritual do yôga. Veja Jaideva Singh, Siva Sutras: The Yoga of Supreme Identity (Motilal Banarsidass Publishers, 2006), pág. xxx.
23. A literatura da Cabala que apresenta este aspecto inclui Gareth Knight, The Practical Guide to Qabalistic Symbolism (Samuel Weiser, 1978, edição em um volume); A. E. Waite, The Holy Kabbalah: A Mystical Interpretation of the Scriptures (Carol Publishing Group, 1995 — publicado originalmente em 1929); S. L. MacGregor Mathers, The Kabbalah Unveiled (Samuel Weisner, 1970 — publicado originalmente em 1887); Gershom Scholem, Major Trends in Jewish Mysticism (Schocken Books, 1995 — publicado originalmente em 1941); e Leo Schaya, The Universal Meaning of the Kabbalah (University Books, 1971).
24. Para uma visão crítica do misticismo cristão, veja Greg Hammond, Mystic Seduction: Awakening Christians to a Real and Present Danger (BeAlertMinistry.com, 2014). Dois outros livros cristãos que analisam aspectos do misticismo cristão são A Time of Departing: How Ancient Mystical Practices are Uniting Christians with the World’s Religions, de Ray Yungen (Lighthouse Trails Publishing, 2002/2006), e Faith Undone, de Roger Oakland (Lighthouse Trails Publishing, 2007).
25. Mark Braham, "The Ecology of Education", New Ideas in Environmental Education, pág. 29.
26. John Davis and Naomi Rice, Messiah and the Second Coming (Coptic Press, 1982), pág. 21.
27. John Denver, "É uma Possibilidade", Windstar Journal, Winter 1986, pág. 6. Denver iniciou a Fundação Windstar em 1976 para promover a educação sobre paz, sustentabilidade, crescimento pessoal e desenvolvimento espiritual da Nova Era.
28. John Randolph Price, The Planetary Commission (The Quartus Foundation, 1984), pág. 133.
29. Ken Carey, The Starseed Transmissions (HarperSanFrancisco, 1982/1995), pág. 51. O texto de Starseed é composto de mensagens canalizadas de uma autoproclamada projeção da consciência crística da divindade da humanidade.
30. Levi. H. Dowling, The Aquarian Gospel of Jesus the Christ (De Vorss & Co., 1982), Capítulo 28:4,9a.
31. William Q. Judge, Ocean of Theosophy (The Theosophy Company, 1947, publicado originalmente em 1893), pág. 20.
32. Cherry Gilchrist, Theosophy: The Wisdom of the Ages (HarperSanFrancisco, 1996), pág. 4.
33. Judge, Ocean of Theosophy, pág. 51.
34. Annie Besant, Esoteric Christianity (Theosophical Publishing House, 1901, edição de 1982), pág. 220. Besant foi presidente da Sociedade Teosófica e uma líder dentro do movimento socialista fabiano.
35. Helena Petrovna Blavatsky, The Key to Theosophy (Theosophical University Press, 1995, publicado originalmente em 1889), pág. 67.
36. Christian Bernard, So Mote It Be! (Supreme Grand Lodge of AMORC, 1995), pág. 157.
37. Master Monograph, Illuminati Section, Degree 12, Monograph 25 (Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz, sem data definida), pág. 4.
38. Fragmentos de Masters and the Afflatus of the Illuminati, Ninth Degree Confidential Discourse, Number One (Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz, sem data definida). O texto "tudo é UM" é encontrado na parte inferior da penúltima página. Em seguida, o Princípio Divino Criativo — manifestado como sexo — é revelado por meio do relato de um intercurso místico e profecia da redenção.
"Por meio do conhecimento a terra será salva e os Grandes caminharão na terra, como nos tempos antigos. Observem a cauda do Escorpião conforme ele cai pelo ar (onde ele primeiro torna-se visível por aquilo que é) até o mar, que se torna em sangue. Quando o Escorpião está na terra ele é ali o Princípio do Pai dentro da Mãe. Não revelem isto. Portanto, a árvore produz, a seiva aparece, surgem as folhas, as flores florescem e o fruto aparece... Mas, o Escorpião se levantará da terra, a partir do mar, passando pelo ar, levando com ele sua coroa estrelada, a redenção da humanidade."
39. Rosicrucian Glossary: A Key to Word Meanings (Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz, 1975, sétima edição), pág. 13.
40. Bernard, So Mote It Be!, págs. 87-88.
41. Master Monograph, Temple Section, Degree 9, Preliminary Monograph 3 (Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz, sem data definida), pág. 5.
42. Veja Entered Apprentice Lecture, terceira edição, conforme editado por Ralph P. Lester, Look to the East! A Ritual of the First Three Degrees of Masonry (Fitzgerald Publishing Corporation, 1918 — publicado originalmente em 1874).
43. Henry C. Clausen, Emergence of the Mystical (Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria, Jurisdição Sulista, 1981), pág. xi.
44. Manly P. Hall, The Lost Keys of Freemasonry (Macoy Publishing and Masonic Supply Company, 1954 — publicado originalmente em 1923), pág. 92. Hall, um filósofo esotérico, foi considerado um dos maçons mais influentes do século 20.
45. Joseph Fort Newton, The Builders: A Story and Study of Masonry (The Torch Press, 1916), pág. 293.
46. Foster Bailey, The Spirit of Masonry (Lucis Trust, 1996 — publicado originalmente em 1957), pág. 105.
47. J. D. Buck, Mystic Masonry and the Greater Mysteries of Antiquity (Regan Publishing, 1925), pág. 62.
48. Idem, pág. 61.
49. Joseph Smith, discurso em King Follett, conforme impresso por Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine (Bookcraft, 1979, segunda edição), pág. 321.
50. Doutrinas e Convênios da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 130:22. Frequentemente abreviado como D&C, o livro é considerado pelos mórmons uma escritura revelada a Joseph Smith.
51. Joseph Smith, discurso em King Follett, conforme impresso por Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine (Bookcraft, 1979, segunda edição), pág. 321.
52. John Davis, Revelation for Our Time: A New Paradigm for the Next Millennium (Spiritual Unity of Nations Publishing, 1998), pág. 85.
53. Philip Comella, The Collapse of Materialism: Visions of Science, Dreams of God (Rainbow Ridge Books, 2014), pág. xvi.
54. Isaías 40:25.
55. Veja Salmos 19.
56. Veja Gênesis 1.
57. Colossenses 1:16.
58. Zoev Jho, E. T. 101: The Cosmic Instruction Manual for Planetary Evolution (HarperSanFrancisco, 1995), págs. 44-45.
59. John E. Mack, Passport to the Cosmos: Human Transformation and Alien Encounters (Crown Publishing, 1999), pág. 154.
60. Idem, pág. 276.
61. Idem, pág.272.
62. Jeremy Rifkin, Algeny (The Viking Press, 1983), pág. 244.