19/03/2016

Cinco pontos preocupantes na igreja protestante moderna

Por Sinclair Ferguson, via portal Voltemos ao Evangelho.

Eu tento não me concentrar tanto ou por muito tempo nas coisas desanimadoras que vejo, simplesmente porque penso que devo ser cuidadoso para não me tornar ressentido e cínico. Por ser escocês, já tenho tendência nativa suficiente para ser melancólico! Mas, é verdade que há muitas coisas para causar preocupação. A passagem exposta na minha ordenação ao ministério do Evangelho foi 2 Coríntios 4:1-6, e tem me servido como um guia desde então.

Paulo diz que ele renunciou não somente os caminhos vergonhosos ou dissimulados, mas que ele também não “faz” algo simplesmente porque “funciona”. Em vez disso, ele expõe a verdade, e o faz de tal forma que a verdade do Evangelho e sua própria integridade estejam claras. Por outro lado, nós nos tornamos uma igreja muito pragmática; temos uma sede pelo tamanho (maior é visto como melhor.)

Nós também temos semeado um culto à personalidade e ao guru. Tenho visto materiais do comitê de indicação pastoral declarando sem rodeios que eles precisam de um “comunicador extraordinário” para ser seu ministro. Muita da nossa filosofia tem de fato se tornado mundana.

Uma evidência recente disto está na tranquilidade em que alguns cristãos hoje falam sobre “a qualidade do nosso culto.” Mas ao contrário de seus antepassados, eles cultuam somente uma vez aos domingos. Muitos pastores sabem que um culto noturno não teria muita presença por todos os tipos de razões que eu acho que não serviriam diante do Deus do universo que é digno de ser louvado e adorado, por toda eternidade! Pergunto-me o que Ele pensa da qualidade do nosso culto*.

Também me preocupa que estamos vivendo na era do líder de louvor e do conselheiro ao invés do pregador (o que fazemos e sobre o que falamos – infelizmente geralmente sobre nós mesmos – tem prioridade sobre Deus falar conosco).

E ainda há a falta da oração e da igreja que ora. Para mim isto é o mais preocupante, por esta razão:

Temos construído igrejas aparentemente fortes, grandes, bem sucedidas e ativas. Mas muitas de nossas igrejas nunca se congregam para orar. Ressalto: nunca!

O que isso indica sobre a vida da igreja como uma comunidade? A marca do verdadeiro espírito apostólico na igreja é que nos entreguemos juntos à oração e à Palavra (Atos 6:4). Não me espanta que “crescia a palavra de Deus, e […] se multiplicava o número dos discípulos” (Atos 6:7). Sendo assim, não deveria nos surpreender que, enquanto muitas igrejas visam o crescimento, geralmente este é uma reposição de números, não de conversões.

Desejo fortemente que nossas igrejas aprendam a manter as coisas principais no centro, que aprendamos a ser igrejas verdadeiras, calorosos companheiros de oração, de ensino e ministração do Evangelho, e de amor mútuo genuíno. No final do dia, tal Igreja só precisa “ser” para que visitantes sintam que essa é uma completa nova ordem da realidade e sejam atraídos a Cristo.

2012 Ligonier Ministries. Original: What Concerns You About Modern-Day Protestant Christianity? ©

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.

Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. (2 Coríntios 4:1-6)

18/03/2016

A Tragédia Política e a Planejada Convulsão Social Brasileira

Por Israel C. S. Rocha.

O Brasil enfrenta seus piores inimigos: uma legião vermelha tomou conta deste país. Uma legião que se entende por proprietária da nação, senhora absoluta do brasileira, senhora de todos, deus acima do bem e do mal. Quando um ser se sente injustiçado por ser investigado e rotula quem o investiga de fascista, quando um ser mente ao ponto de defender suas mentiras mesmo com provas e contradições escancaradas é por que desceu os degraus da loucura pela prepotência, pela arrogância e pela doença espiritual que corroi sua mente e degenera sua razão.

Deus tem usado homens para expor o lamaçal da podridão política, homens cujas vidas estão em risco, bem como a de seus familiares. Homens com os quais temos de estar lado-a-lado em oração como o Juiz Sérgio Moro, Dep. Magno Malta e Dep. Jair Bolsonaro. Vozes que se levantam contra o tsunami vermelho, contra a corrupção moral e a convulsão social promovida pelo marxista Foro de São Paulo. A convulsão faz parte do processo de marxização do Brasil, o conflito de classes que já se arrasta há décadas aqui e que nos tem aproximado de Cuba como nação.

Nossos líderes são discípulos de Fidel e não medirão esforços para implantar uma ditadura que impõe a pobreza para todos exceto para os "amigos". É muito fácil promover o caos e distribuir a pobreza culpando os outros pelo fracasso de qualquer coisa: burguesia, judeus, classe média, cristãos... O "sucesso" do comunismo dura enquanto ainda há o dinheiro gerado por quem produz e termina quando todos percebem que não há razão para produzir. Não duvidem do que são capazes, pois estão acostumados com revolução, morte e sangue.

Igualmente obstinada e sanguissedenta é a maré islâmica. Não temos controle de nossas fronteiras e, por mais que algumas instituições se empenhem, a Maré Vermelha tem empurrado jihadistas para dentro do país. O último golpe foi em dezembro quando a "suserana" Dilma liberou a exigência de vistos para as olimpíadas, um convite claro aos inimigos do ocidente. Só um milagre impedirá um atentado. Só um milagre impedirá derramamento de sangue neste país quer seja por comunistas quer por muçulmanos.

Oremos por nossa nação. Arrependamo-nos de nossos erros e afrontas contra Deus. O SENHOR tem exortado o Brasil e exigido arrependimento desta nação idólatra, corrupta e imoral. Deus tem enviado Sua Ira mas também tem prometido livramento mediante arrependimento.

Voltemos nossas esperança ao Senhor. Não será um homem a resolver as mazelas do Brasil. A solução do Brasil é Jesus Cristo, a oração por misericórdia pelos tempos tenebrosos que se aproximam. Tal como o povo hebreu no Antigo Testamento, estamos cercados por inimigos poderosos e se continuarmos rebeldes contra Deus teremos o mesmo fim que tiveram: a dor e o sofrimento.

Por diversas vezes Israel se afastou de Deus e mesmo após várias repreensões do Senhor insistiam em resistir a Deus; e então vinha a destruição: eram saqueados, levados cativos, massacrados pelas hordas inimigas. Mas quando se arrependiam, Deus levantava homens para livrar seu povo; até que este novamente se esquecia de Deus e o ciclo se repetia.

Hoje a história se repete: o mundo se esqueceu de Deus, o povo de Deus tem se curvado a outros deuses e a Ira virá. Mas pela oração dos remanescentes, Deus tem novamente levantado homens para livrar o seu povo. A oração pode muito em seus efeitos e só ela pode nos livrar dos exércitos inimigos.

Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. (Isaías 55:6,7)

16/03/2016

Aisha: a noiva-criança de Maomé

Por Ali Sina, tradução do texto original pelo portal Ex-Muçulmanos.

O pensamento de que um homem maduro possa ficar sexualmente excitado por uma criança é perturbador. Só tem um nome para isso: pedofilia – um dos crimes mais depreciáveis. Os humanos, e até os animais, são protetores com as crias. Um grito infantil por socorro, que venha de qualquer criança, desperta o desejo de proteção na maioria dos animais. Pedófilos estão entre as classes de pessoas mais depravadas porque eles violam a confiança infantil.

É difícil acreditar que o profeta do Islã, o homem literalmente cultuado e imitado por mais de um bilhão de almas benignas, era de fato um depreciável pedófilo. Maomé se casou com Aisha quando ela tinha seis anos e consumou o matrimônio quando ela tinha nove. Ele tinha então 54 anos. As evidências disso são esmagadoras; estão relatadas pela própria Aisha em dúzias de hadiths e os muçulmanos nunca duvidaram deles até agora, a época em que as pessoas começaram a levantar a sobrancelha.

Sejamos honestos em dizer que os muçulmanos não se sentem envergonhados pelo fato de o profeta deles ser um pedófilo. Eles mesmos praticaram esse ato por mais de mil anos e muitos deles ainda estão praticando. Eles só se sentem embaraçados pelo mundo estar questionando isso. Mas as provas são esmagadoras:

  • Sahih Muslim Livro 008, número 3310
  • Aisha (Alá esteja satisfeito com ela) relatou: “O apóstolo de Alá (que a paz esteja sobre ele) se casou comigo quando eu tinha seis anos, e eu fui admitida em sua casa quando eu tinha nove anos”.
  • Sahih Bukhari volume 7, livro 62, número 64
  • Relatou Aisha: que o profeta se casou com ela quando ela tinha seis anos de idade e consumou o matrimônio quando ela tinha nove anos, e daí ela permaneceu com ele por nove anos (até sua morte).
  • Sahih Bukhari Volume 7, livro 62, número 65
  • Relatou Aisha: que o profeta se casou com ela quando ela tinha seis anos e consumou seu casamento quando ela tinha nove anos. Hisham disse: “eu tenho sido informado que Aisha ficou com o profeta por nove anos (até a sua morte).”
  • Sahih Bukhari volume 7 livro 62 número 88
  • Relatou Ursa: O profeta escreveu o contrato de casamento com Aisha quando ela tinha seis anos e consumou seu casamento com ela quando ela tinha nove anos de idade; e ela permaneceu com ele por nove anos (até a sua morte).

    Alguns muçulmanos dizem que foi Abu Bakr quem se aproximou de Maomé pedindo que ele se casasse com sua filha. Isto não é verdade.

  • Sahih Bukhari 7.18
  • Relatou Ursa: O profeta pediu a Abu Bakr pela mão de Aisha em casamento. Abu Bakr disse “mas eu sou seu irmão.” O profeta disse: “você é meu irmão na religião de Alá e no livro, mas a lei permite que eu me case com Aisha”.

    Os árabes eram primitivos. Ainda assim, eles tinham alguns códigos de ética que honravam escrupulosamente. Por exemplo, embora eles guerreassem por todo ano, eles se abstinham de hostilidade durante certos meses sagrados. Eles também consideravam Meca uma cidade sagrada e não faziam guerra contra ela. Também era costume que amigos íntimos fizessem pacto e considerassem um ao outro como verdadeiros irmãos. O profeta desrespeitava todas essas regras a qualquer hora que elas ficassem no seu caminho ou no de seus caprichos.

    Abu Bakr e Maomé prometeram serem irmãos. Então, de acordo com seus costumes, Aisha era uma sobrinha para Maomé. Ainda assim, isto não o impediu de pedir ao pai dela que a entregasse a ele quando ela tinha apenas seis anos de idade. Mas este profeta moralmente relativista usava a mesma desculpa para rejeitar uma mulher que ele não gostava.

  • Sahih Bukhari volume 7 livro 62 número 37
  • Relatou Ibn Abbas: Disseram ao profeta: “não vai se casar com a filha de Hamza?” Ele disse: “ela é a minha sobrinha adotiva (filha do irmão)”.

    Hamza era meio tio de Maomé. No Islã, casar-se com primos em primeiro grau é aceitável. Maomé rejeitou a filha de Hamza, não porque este fosse seu tio, mas com a desculpa de que Hamza era seu irmão adotivo. Abu Bakr também era irmão adotivo de Maomé, então qual a diferença? Aisha era uma menina bonita, enquanto que a filha de Hamza não o era. O relativismo moral de Maomé se torna mais evidente neste hadith.

    Relatou Aisha, Ummul Muminin: “O profeta (que a paz esteja sobre ele) disse: o que a lei não permite em razão da consanguinidade, também não permite em razão da adoção”.

    No hadith seguinte, o autoproclamado profeta confidenciou a Aisha que ele havia sonhado com ela.

  • Sahih Bukhari 9.140
  • Relatou Aisha: O apóstolo de Alá disse para mim: “você se mostrou duas vezes em sonho para mim antes de eu me casar com você. Eu vi um anjo carregando você toda envolta em um pedaço de seda e eu disse a ele: ‘descubra-a’ e na minha frente lá você estava. Eu disse a mim mesmo: ‘se isto é de Alá, então deve acontecer’”.

    Se Maomé teve realmente tal sonho ou se mentiu não é o que importa. Sonhos são revelações do próprio subconsciente e não mensagens do mundo dos espíritos. Isto mostra que Aisha era um bebê carregado por um anjo quando Maomé sentiu atração por ela.

    Há numerosos hadiths que explicitamente revelam a idade de Aisha na época de seu casamento.

  • Sahih Bukhari 5.236
  • Relatou o pai de Hisham: Khadija morreu antes de o profeta partir para Medina. Ele ficou lá por três anos mais ou menos e aí casou com Aisha quando ela era uma menina de seis anos de idade, e consumou o casamento quando ela tinha nove anos de idade.
  • Sahih Bukhari 5.234
  • Relatou Aisha: O profeta se comprometeu comigo quando eu era uma menina de seis anos. Nós fomos à Medina e ficamos na casa de Bani-al-Harith bin Khazraj. Daí eu fiquei doente e meu cabelo caiu. Mais tarde o cabelo cresceu de novo e minha mãe, Um Ruman, veio até mim enquanto eu estava brincando no balanço com minhas amigas. Ela me chamou e eu fui até ela, sem saber o que ela queria comigo.

    Ela me pegou pela mão e me fez ficar ante a porta de casa. Eu estava sem fôlego e quando minha respiração ficou normal, ela tomou um pouco de água e esfregou minha face e cabeça. Então ela me levou para dentro de casa. Na casa, eu vi umas mulheres Ansari que disseram: “Felicidades e a benção de Alá. Boa sorte!” De repente, o apóstolo de Alá veio até mim de manhã e minha mãe me entregou a ele. Naquele dia, eu era uma menina de nove anos de idade.

  • Sunan Abu-Dawud Livro 41, Número 4915, também número 4916 e número 4917
  • Relatou Aisha, Ummul Mu’minin: O apóstolo de Alá (que a paz esteja sobre ele) se casou comigo quando eu tinha sete ou seis anos. Quando nós viemos a Medina, de acordo com a versão de Bishr’s: Umm Ruman veio até mim quando eu estava me balançando. Eles me pegaram, me prepararam e me enfeitaram. Eu então fui levada ao apóstolo de Alá (que a paz esteja sobre ele) e ele me levou para coabitar quando eu tinha nove anos. Ela me interrompeu na porta e eu comecei a rir.

    No hadith acima nós lemos que Aisha estava brincando em um balanço quando foi levada à casa de Maomé, o que prova que não há dúvidas de que ela era mesmo uma criança.

    Alguns muçulmanos dizem que uma vez que essas histórias são apenas de tradições (hadiths), nós devemos rejeitá-las. Isto não faz a menor lógica. O casamento com crianças também é permitido no Alcorão 65,4.

    Se tiverdes dúvidas quanto às vossas mulheres que deixaram de ter a menstruação, sabei que o prazo é de três meses. (…). (tradução Mansour Challita)

    Este verso diz que se você quiser casar uma viúva ou uma divorciada, espere por três menstruações para ter certeza de que ela não está grávida. Isto se aplica também àquelas que ainda não menstruam (meninas pré-pubescentes).

    Aisha era tão pequena que ela não tinha nenhum conhecimento de sexo quando Maomé a “surpreendeu”.

  • Sahih Bukhari Volume 7, livro 62 número 90
  • Relatou Aisha: Quando o profeta se casou comigo, minha mãe veio até mim e me fez entrar na casa (do profeta) e nada me surpreendeu a não ser a entrada do apóstolo de Alá para me buscar pela manhã.

    Deve ter sido uma surpresa e tanto!

    O hadith seguinte demonstra que ela era apenas uma criança com suas bonecas. Preste atenção ao que o intérprete escreveu entre parênteses (ela era uma menina que ainda não havia alcançado a puberdade).

  • Sahih Bukhari volume 8 livro 73 número 151
  • Relatou Aisha: Eu costumava brincar com bonecas na presença do profeta e minhas amigas também costumavam brincar comigo. Quando o apóstolo de Alá entrava no meu local de habitação, elas costumavam se esconder, mas ele as chamava para se juntar a mim e brincar comigo (o ato de brincar com bonecas ou imagens similares é proibido, mas foi concedido à Aisha naquela época, pois ela era uma menininha, que ainda não alcançara a puberdade). (Fateh-al-Bari página 143, volume 13).
  • Sahih Muslim livro 008 número 3311
  • Aisha (que Alá esteja satisfeito com ela) relatou que o apóstolo de Alá (que a paz esteja sobre ele) se casou com ela quando ela tinha sete anos e foi levada a sua casa como noiva quando ela tinha nove e suas bonecas estavam com ela; e quando ele (o profeta sagrado) morreu, ela tinha dezoito anos.

    Maomé morreu aos 63 anos. Então ele devia ter casado com Aisha quando ele tinha 51 e fez sexo com ela quando tinha 54.

    Maomé teve muitas mulheres e concubinas, mas ele não amava nenhuma delas. Estas jovens meninas eram apenas brinquedos sexuais. A verdadeira paixão de Maomé foi Khadija. Se você quiser saber o porquê, você tem que ler o meu livro PARA ENTENDER MAOMÉ: UMA PSICOBIOGRAFIA DO PROFETA DE ALÁ. A relação entre Maomé e Khadija não era baseada em amor, mas na codependência. Estes dois indivíduos eram ambos carentes e doentes.

  • Sahih Bukhari volume 8, livro 73, número 33.
  • Relatou Aisha: Eu nunca tive tanto ciúme por outra mulher quanto eu tinha de khadija, embora ela já houvesse morrido três anos antes do profeta ter casado comigo, e isso porque eu o ouvia falar dela muitas vezes e porque o Senhor o havia mandado dar boas notícias a ela pois teria um palácio no paraíso, feito de Qasab e porque ele costumava abater uma ovelha e distribuir a carne entre os amigos dela.

    Khadija morreu em dezembro de 619 D.C., dois anos antes da Hégira. Naquela época, Maomé tinha 51 anos de idade. Em fevereiro de 618 D.C Maomé casou com Aisha. Alguns muçulmanos dizem que Aisha era mais velha, talvez com 16 ou 18 anos quando ela se casou. Isto não é verdade. Aisha disse que tanto quanto ela consegue se lembrar, seus pais sempre foram muçulmanos.

  • Sahih Bukhari volume 5, livro 58 número 245
  • Relatou Aisha: (a esposa do profeta) Eu nunca me lembrava de meus pais acreditando em outra religião a não ser a religião verdadeira (Islã).

    Se Aisha fosse mais velha, ela teria se lembrado da religião de seus pais antes de virarem muçulmanos. Agora alguém pode alegar que esses hadith são mentira. Os muçulmanos podem dizer o que quiserem, mas a verdade é clara como o dia para aqueles que têm olhos para ver.

    Por que tantos muçulmanos devotos iriam fabricar falsos hadith sobre a idade de Aisha para fazer o profeta parecer um pedófilo? Estes hadith não podem ser negados.

    É fácil dizer porque as pessoas atribuem falsos milagres a seu profeta. Os babistas acreditam que Báb começou a louvar a Deus assim que nasceu. Há um hadith assim sobre Maomé também. Os cristãos acreditam que o nascimento de Jesus Cristo foi milagroso e os judeus acreditam que Moisés abriu uma passagem pelo mar Vermelho. Os que creem em alguma religião adoram escutar milagres sobre seus profetas mesmo se eles não forem verdade, mas ninguém iria fabricar mentiram para retratar seu profeta como um homem vil. Se tais histórias são contatas em tão grande número, elas devem ser verdadeiras.

Controvérsias sobre a idade de Aisha

A maioria dos muçulmanos concorda que Aisha tinha apenas nove anos quando Maomé casou com ela e estabelecem o casamento infantil em sua lei. A maioria dos sites não dá explicações pela sua pouca idade e acusam os modernistas de mistificar a moralidade ocidental e negar a verdade.

O site islamonline.com explica: “deve ser notado que em regiões quentes é normal para uma menina atingir a maturidade em uma idade muito tenra” e argumenta que os casamentos de Maomé eram meramente alianças políticas com seus pais e tribos. Isto é conversa fiada! Maomé casou com Safiyah após ter decapitado seu pai, torturar seu marido até a morte e massacrar sua tribo inteira. Ele se casou com Juwariyah depois de assaltar seu povo, massacrar os homens e roubar suas posses, e pegar as mulheres e crianças como escravas. Ele pegou Rayana, a judia de 15 anos de Bani Quraiza, depois de massacrar todos os homens e meninos que atingiram a puberdade. Com quem ele queria fazer aliança? Que desculpa vergonhosa para defender um criminoso de guerra. O que Maomé fez foi repugnante, mas é ainda mais repugnante quando os apologistas muçulmanos tentam absolvê-lo de seus crimes com desculpas tão vergonhosas.

Quanto à Aisha, ela era a filha de Abu Bakr que era um amigo e o principal apoiador de Maomé. Então ele não precisava fazer sexo com a filha daquele tolo para incrementar a amizade com ele. Maomé era um líder de culto. Ele fez uma lavagem cerebral em Abu Bakr. Aquele bendito homem teria feito qualquer coisa para agradar Maomé. Quando você se submete a um líder de um culto, você submete sua inteligência e consciência.

Para entender o dinamismo desta relação entre os cultistas e seus líderes, eu convido você a ler meu livro PARA ENTENDER MAOMÉ. Apesar de toda essa evidência, alguns muçulmanos negam que seu profeta era um pedófilo. Isto não é porque eles ignoram. A pedofilia é lei em muitos países islâmicos. Eles querem é tirar o corpo fora.

Por um lado é bom que eles saibam que o que Maomé fez foi vergonhoso e não tentem defender, mas ao fazer isso, eles mentem. Eles são os verdadeiros hipócritas. Ao invés de trazer a razão à tona, escondem os fatos e pervertem a verdade. Os muçulmanos não tem vergonha. Eles são zumbis de neurônios mortos. Os cultos fazem isso com as pessoas.

Aqui temos alguns exemplos do tipo de argumentos que os muçulmanos apresentam para negar o óbvio:

  • Argumento muçulmano: De acordo com uma tradição geralmente aceita, Aisha nasceu oito anos antes da Hégira, mas de acordo com outra narrativa em Bukhari (kitabu’l-tafseer) Aisha relatou ter dito que na época em que a surata Al-Qamar, o 54º capítulo do Alcorão foi revelado, ela era “uma menina jovem”.
  • A 54º surata do alcorão foi revelada nove anos antes da Hégira. De acordo com essa tradição, Aisha não somente já havia nascido antes da tal surata como era uma jovem, não uma criança naquela época. Obviamente, se esta narrativa for verdade, é uma contradição com as narrativas de Hisham ibn ‘urwah. Eu não vejo nenhuma razão, depois dos comentários dos especialistas sobre as narrativas de Hisham ibn ‘urwah, para rejeitar esta narrativa como sendo mais exata.

    Resposta: Por que deveríamos acreditar nesta narrativa e não naquelas detalhadas pela própria Aisha, descrevendo-se a si própria e as amigas brincando de boneca, e as escondendo quando Maomé entrava no quarto; ou suas memórias sobre brincar no balanço quando sua mãe a chamou e lavou seu rosto, e em seguida a entregou a Maomé? Ela revelou o quanto era ignorante em matéria de sexo quando Maomé começou a tocá-la e “deu uma surpresa” a ela. Estas coisas são mais prováveis de ser lembradas por uma criança do que quando uma surata particular foi revelada.

  • Argumento muçulmano: De acordo com um número de narrativas, Aisha acompanhava os muçulmanos nas batalhas de Badr e Uhud. Além do mais, existem evidências nos livros dos hadiths e livros históricos que ninguém abaixo da idade de 15 anos tinha permissão de participar da batalha de Uhud. Todos os meninos com menos de 15 anos foram deixados em casa. A participação de Aisha na batalha de Badr e Uhud claramente indica que ela não tinha nove ou dez anos na época. Afinal de contas, as mulheres costumavam acompanhar os homens no campo de batalha para ajudá-los, e não servir de fardo.
  • Resposta: Esta é uma desculpa fraca. Quando as batalhas de Badr e de Uhud aconteceram, Aisha tinha 10 ou 11 anos. Ela não foi para ser um soldado, como os meninos. Ela só foi para aquecer a cama de Maomé durante a noite. Os meninos com menos de 15 anos foram mandados de volta, mas isso não se aplicou a ela.

  • Argumento muçulmano: De acordo com quase todos os historiadores, Asma, a irmã mais velha de Aisha era 10 anos mais velha que ela. Lê-se em Taqri’bu’l-tehzi’b, bem como em Al-bidayah wa’l-nihayah que Asma morreu 73 anos depois da Hégira, quando ela tinha 100 anos. Então ela tinha 27 ou 28 anos na época da Hégira e Aisha devia ter uns 17 ou 18 anos naquela época, que foi também a época de seu casamento.
  • Resposta: Quando alguém envelhece, as pessoas não se preocupam muito com sua idade exata. É muito fácil dizer que ela tinha 100 anos quando na verdade ela podia ter 90. A diferença não é notável. As pessoas jovens sempre pensam que os idosos são muito mais velhos. Se o Hadith é autêntico, poderia ser um engano honesto. As pessoas não tinham certidão de nascimento. Asma não era uma pessoa importante e não ocorreu na cabeça de ninguém daquela época que 1300 anos depois isso seria objeto de controvérsias.

  • Argumento muçulmano: Al-Tabari em seu tratado da história islâmica, quando menciona Abu Bakr, relata que o mesmo tinha quatro filhos e todos quatro nasceram durante o Jahiliyyah, o período pré-islâmico. Obviamente que se Aisha nasceu no período pré-islâmico, ela não poderia ter menos de 14 anos um ano depois da Hégira – a época em que ela provavelmente se casou.
  • Resposta: As narrativas de Tabari não têm a distinção de serem conhecidas como Sahih (autênticas). A pessoa que narrou estava errada. Há muitos hadith narrados pela própria Aisha que têm mais peso. As pessoas se lembram de eventos importantes melhor do que aqueles que são insignificantes. A data de nascimento dos filhos de Abu Bakr não era um evento importante para que os muçulmanos se lembrassem dele. Mas os detalhes da vida de Maomé e seus casamentos eram importantes. Como se pode ler na história do noivado de Safiyah, até o tipo de comida que foi servido está relatado.

  • Argumento muçulmano: De acordo com Ibn Hirsham, o historiador, Aisha aceitou o Islã um tempo antes de Umar ibn Khattab. Isso mostra que Aisha aceitou o Islã durante seu primeiro ano de surgimento. Então se a narrativa do casamento de Aisha aos sete anos é verdadeira, ela não deveria ter nascido durante o primeiro ano do Islã.
  • Resposta: Os apologistas falham em dar as referências e esses hadiths que eles citam. Neste caso, é um erro. Para entender e aceitar uma religião, uma pessoa precisa pelo menos ser inteligente o suficiente para tomar tal decisão. Isto ocorre aos 15. Mas sejamos generosos e digamos que essa idade é 12. Se Aisha aceitou o Islã durante o primeiro ano da religião, então ela tinha 26 anos quando o Maomé se casou com ela (12+14). Quer dizer então que Aisha com 26 anos brincava de bonecas?

  • Argumento muçulmano: Tabari também relata que na época Abu Bakr planejava imigrar para Habshaq (oito anos antes da Hégira), ele dirigiu a palavra a Mut’am – cujo filho estava comprometido com Aisha – e pediu a ele que levasse Aisha para sua casa como esposa de seu filho. Mut’am recusou, pois Abu Bakr havia abraçado o Islã e, como consequência, seu filho se divorciou de Aisha. Agora, se Aisha tinha apenas sete anos na época de seu casamento, ela não deveria existir na época em que seu pai Abu Bakr decidiu imigrar para Habshah. Com base neste relato, parece razoável assumir que Aisha, não apenas havia nascido oito anos antes da Hégira, como também já era uma moça bem preparada para o matrimônio.
  • Resposta: Era tradição árabe comprometer uma menina em casamento mesmo se ela fosse um bebê. Esta tradição ainda acontece em muitos países islâmicos. Então não é uma prova de que Aisha era adulta.

  • Argumento muçulmano: De acordo com uma narrativa relatada por Ahmad ibn Hanbal, depois da morte de Khadija, quando Khaulah veio até o profeta aconselhando-o a se casar de novo, o profeta indagou a ela quanto às escolhas que ela tinha em mente. Khaulah disse: “você pode se casar com uma virgem (bikr) ou uma mulher que já foi casada (thayyib)”. Quando o profeta perguntou quem era a virgem, khaulah propôs o nome de Aisha. Todos aqueles que conhecem a língua árabe sabem que a palavra “bikr” não é usada para meninas imaturas de nove anos. A palavra correta para isso é “Jariyah”. “Birk”, por outro lado, é usada para moças não casadas, e obviamente uma menina de nove anos não é uma moça.
  • Resposta: Esta explicação está incorreta. Birk significa virgem, e virgindade não especifica idade. De fato, Aisha foi a segunda esposa de Maomé (depois de Khadija), mas Maomé evitou consumar o matrimônio com ela por três anos por ela ser muito jovem e Abu Bakr pediu a ele que esperasse. Então ele casou com Sauda bint Zamah, a quem ele maltratou por ela não ser bonita.

  • Argumento muçulmano: De acordo com Ibn Hajar, Fátima tinha cinco anos a mais que Aisha. Relata-se que Fátima nasceu quando Maomé tinha 35 anos. Assim, se esta informação estiver correta, Aisha não podia ter menos de 14 anos na época da Hégira, e 15 ou 16 na época do casamento.
  • Resposta: É lógico que essa informação não está correta. Se Aisha tinha cinco anos a menos que Fátima, e Fátima nasceu quando Maomé tinha 35 anos, então Aisha devia ser 30 anos mais nova que Maomé. Então na época de seu casamento, ela devia ter uns 24 anos.

    Isto não está correto, pelas razões explicadas acima e porque contradiz os Hadiths que os apologistas citaram sobre a idade de Asma, que de acordo com a fonte, era 10 anos mais velha que Aisha e morreu 73 anos depois da Hégira. Neste marco do tempo (Hégira), ela devia ter 100 -73, ou seja, 27 anos. Mas de acordo com esta tradição (hadith) ela tinha 34. A verdade é que ela tinha 17. Os dois Hadiths apresentados pelos mesmos apologistas se contradizem um ao outro porque estão ambos errados.

    Isso só serve para mostrar que naqueles dias os números não importavam. É mais provável que as pessoas estivessem erradas sobre as datas dos eventos. Os relatos sobre a tenra idade de Aisha são consistentes com as histórias de sua infância brincando de bonecas, suas amigas escondendo as bonecas quando o Maomé entrava no quarto, o profeta brincando com ela, sua ignorância sobre sexo e sua “surpresa” quando o Maomé veio até ela. Tudo isso confirma que ela era uma menininha.

    É responsabilidade daqueles que creem que casar com menininhas era uma norma aceitável da cultura árabe providenciar pelo menos alguns exemplos para sustentar o ponto de vista. Eu ainda não fui capaz de achar circunstâncias nos livros da história árabe onde uma menina tão nova fosse dada em casamento. A menos que tais exemplos sejam dados, nós não temos suporte para crer que era realmente uma norma aceitável.

    Não poderia ter dito melhor. Casar com criança não era parte de uma cultura de nenhuma nação, mas é contrária à natureza humana. Homens psicologicamente saudáveis não acham crianças pequenas atraentes. Maomé não era psicologicamente saudável. Ele era um pedófilo. Ele foi uma vítima de abuso infantil. Para entendê-lo e o que se passava em sua mente doentia, por favor, leia meu livro (UNDERSTANDING MUHAMMAD.

    Como ele se safou dessa? Ele dizia que era profeta e como tal, colocou a si mesmo acima do escrutínio dos mortais. Quem ousava questionar Alá e seu mensageiro? Ele tinha controle sobre a vida e a morte das pessoas em Medina. Ele agiu bem como outros líderes de culto, tais como Jim Jones em seu Jonestown, que dormia com qualquer mulher que agradasse, e como David Korsh em seu complexo, que fazia sexo como todas as mulheres e até com as filhas adolescentes de seus seguidores enquanto os proibia de tocar as próprias esposas. Pessoas que são presas dos cultistas fazem coisas estúpidas. Elas matam, como os seguidores de Charles Manson, Shoko Asahara e Maomé; elas podem cometer suicídio como os seguidores de Jim Jones, David Koresh ou os da seita Entrada para o Céu. O Islã é um culto e Maomé foi um líder de culto. Eu expliquei isto de maneira bem extensiva no meu livro.

  • Na minha opinião, não era um costume árabe dar meninas em casamento em uma idade tão jovem quanto nove ou dez anos, nem o profeta casou com Aisha em uma idade tão jovem. As pessoas da Arábia não fizeram objeção a esse casamento porque nunca tinha acontecido da maneira descrita.
  • Resposta: Pode até não ter sido uma tradição, mas desde que o Maomé deu o exemplo todo pedófilo muçulmano justifica e valida o ato de pegar criancinhas para ser noiva e os pais ignorantes, que são geralmente pobres, deixam suas meninas serem estupradas pela ganância de dinheiro.

14/03/2016

A Doutrina da Trindade

Prof. Isaías Lobão Pereira Júnior, portal Monergismo.

A doutrina da Trindade, é talvez, a doutrina mais misteriosa e difícil que encontramos nas Escrituras. Por isto, é uma insensatez afirmar que seja possível uma explicação completa sobre ela. Devido à natureza do assunto, só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da Revelação.

Antes de toda e qualquer criação, Deus era completamente autossuficiente. Tudo que existia era Deus; não havia nada que não fosse Deus. Sem início, Deus existe para sempre numa essência imutável, escolhendo eternamente ser a si mesmo a partir de sua natureza. Além disso, o Ser supremo é infinito em cada uma de suas características e talvez muitas delas nunca tenham sido reveladas e não possam ser compreendidas pelos seres humanos.

A razoabilidade da fé na Trindade transparece melhor quando confrontada com o monoteísmo e o politeísmo, em diálogo como a unidade e a pluralidade. No monoteísmo nos defrontamos com a solidão do Uno. Por mais rico e pleno de vida, inteligência e amor que ele seja, jamais terá alguém ao seu lado. Estará eternamente só. Todos os demais seres lhe serão subalternos e dependentes. Se comunhão houver, ela sempre será desigual.

No politeísmo há a pluralidade de divindades, com hierarquias e diferenças de natureza, benéfica ou maléfica. Esvai-se a unidade divina. A base para entender-se a Trindade é a personalidade de Deus. A Escritura nos apresenta um Deus pessoal:

Porque assim diz o Alto e o Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é Santo: habito num lugar alto e santo; mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito. Isaías 57:15.(NVI)

Visto que o homem foi criado conforme a imagem de Deus, podemos compreender algo da vida pessoal de Deus pela observação da personalidade do homem. Evidentemente, pela natureza das coisas, a personalidade divina é algo infinitamente superior à personalidade humana; mas é a única alternativa para um Deus pessoal. E quando afirmamos que Deus é impessoal, passamos a defender o primeiro dogma do ateísmo. Loraine Boettner, conhecido teólogo reformado, afirma que:

Se Deus existe, tem que ser pessoal. Não podemos adorar o Princípio do Absoluto, nem ter comunhão com um Poder Cósmico; e, afirmar que Deus é superpessoal, é iludirmos, com uma frase altissonante.

Triteísmo?

Uma das objeções mais comuns alegadas contra a doutrina da Trindade é que ela implica no triteísmo, ou seja, a crenças em três Deuses. E como veremos adiante, a formalização histórica da doutrina se deu nas controvérsias anti-trinitárias. Porém, o fato é que, as Escrituras nos ensinam que há um só Ser, autoexistente, eterno e supremo, em quem são inerentes todos os atributos divinos. Tanto o Velho como o Novo Testamento ensinam a unidade de Deus.

A doutrina de um só Deus – Pai e criador – , constitui o pano de fundo e a premissa inquestionável da fé da igreja. Herdada do judaísmo, ela foi sua proteção contra o politeísmo pagão, o emanacionismo gnóstico e o dualismo marcionita.

Para a teologia, o problema era integrá-la no âmbito intelectual como os novos dados da revelação especificamente cristã. Reduzimos à sua formulação mais simples, tratavam-se das convicções de que Deus Se havia dado a conhecer na Pessoa de Jesus, o Messias, ressuscitando-o dos mortos e oferecendo salvação aos homens por seu intermédio, e que Ele havia derramado Seu Santo Espírito sobre a igreja.

A TRINDADE E O ANTIGO TESTAMENTO

O Antigo Testamento não contém a plena revelação da existência trinitária de Deus, mas contém várias indicações dela. Esta revelação vai tendo maior clareza, na medida em que a obra redentora de Deus é revelada mais claramente, como na encarnação do Filho, e no derramamento do Espírito.

Alguns teólogos divergem quanto às provas bíblicas da Trindade no Velho Testamento. Berkohf não concorda que a distinção, muito utilizada, entre Iavé e Elohim, e o plural Elohim, sejam provas da doutrina. Segundo ele; é mais plausível entender que as passagens em que Deus fala de si mesmo no plural, em Gênesis 1:26; 11:7, contém uma indicação de distinções pessoais em Deus, conquanto não sugiram uma triplicidade, mas apenas uma pluralidade de pessoas.

Porém, Klaas Runia, professor do Seminário Teológico Reformado Holandês, crê que Gênesis 1:26, indique a Trindade. A fórmula plural de Gênesis 1:26, possui caráter trinitário; trata-se, segundo ele, não de um plural majestático, como alguns querem, ou de um plural deliberativo, como outros interpretam, visto que isto era totalmente desconhecido dos hebreus. Tem sido considerado no mesmo nível de palavras como “água” e “céu”, que também aparecem no hebraico. A água pode ser imaginada em gotas individuais de chuva ou em termos da massa de água no oceano. O plural nesse caso aponta para a “diversidade na unidade”. Alguns creem que o mesmo acontece com o plural Elohim que aparece em Gênesis 1:26. Runia segue o pensamento dos Pais da Igreja, que sempre se referiam a esta passagem como base para a elaboração dos conceitos trinitários.

Os escritores do Velho Testamento afirmam o monoteísmo divino. É a partir dele que se definiu a doutrina da Trindade. Deus é uno tanto no Antigo como no novo Testamento:

Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, é o único Senhor (Deuteronômio 6:4).
Respondeu Jesus: o principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor! (Marcos 12:29)
(Há) um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. (Efésios 4:6)

Vemos aqui afirmações claras e inequívocas de monoteísmo: Deus é um só. Essa confissão de fé assinala Israel como uma nação absolutamente dedicada ao monoteísmo. Separa claramente a fé religiosa do Antigo Testamento de qualquer das formas de politeísmo.

Os nomes de Deus no Velho Testamento são importantes para entender a Trindade. Muito se escreveu desde o século passado em relação a este tema, principalmente a Escola Teológica Liberal Alemã, que baseou suas pesquisas nas diferenças no uso dos nomes de Deus em todo o Velho Testamento, dando origem a famosa teoria documental.

Iavé, nosso Elohim, é um só Iavé

No primeiro capítulo de Gênesis, verifica-se que os nomes de Deus estão no plural, Elohim, e, também, Adonai; e a estes plurais do nome divino, juntam-se em geral verbos e adjetivos no singular. Um fenômeno singular extraordinário, dado que em hebraico existe uma palavra singular El, para Deus. O texto de Deuteronômio, afirma em hebraico, palavras no plural:

Iavé, nosso Elohim, é um só Iavé.

Isto mostra que Deus, o Senhor, na Sua maneira de ser e nos pactos firmados por Ele com os homens, é mais do que um, ainda que “um só Iavé”, quanto à essência do Seu ser.

Muito importante é o fato de que, começando no livro de Gênesis, e prosseguindo, cada vez mais com nitidez, através de outros livros do Antigo Testamento, encontramos uma distinção entre Iavé e o Anjo de Iavé, que se apresenta como um em essência com Iavé, porém distinto d'Ele. Tal acontecimento, em que Deus toma a forma de um anjo ou de um homem, para falar, visível e audivelmente, como homem é chamado de Teofania.

À medida que a revelação vai sendo desenvolvida, mediante uma sucessão de profetas, verifica-se que títulos divinos, e adoração divina, são dados a este Anjo, que Este os aceita; que Ele se revela como um Ser eterno, o Deus Todo-Poderoso, o Príncipe da Paz, o Adonai, o Senhor de Davi; que vai nascer de uma virgem; que Ele será desprezado e rejeitado pelos homens. Varão de dores e experimentado em trabalhos; que Ele levará sobre Si o pecado de muitos e que, acima de tudo, estabelecerá o reino de justiça, que aumentará até encher a terra.

Estas profecias, como o Novo Testamento mostra, foram cumpridas em Cristo, a Segunda Pessoa da Trindade. Em geral, as referências, no Antigo Testamento, a respeito do Espírito Santo, eram tão indistintas, que pareciam referir-se apenas a uma energia ou influência, procedente de Deus. Em parte alguma se chama ao Espírito, especificamente, uma Pessoa; e, no entanto, quando se fala Dele, é em termos que poderíamos aplicar muito bem a uma pessoa.

Lidos à luz do Novo Testamento, porém, há muitas passagens em que se percebe que é uma Pessoa distinta. As Escrituras usam pronomes pessoais para indicar o Espírito Santo, elas revelam o Espírito não como uma força abstrata, um poder ou uma coisa, mas como “ele”.

Por exemplo, aquilo que é dito sobre Deus Pai é dito também a respeito do Espírito de Deus. A expressão “Deus disse” e “o Espírito disse” são repetidamente intercaladas. E as obras do Espírito Santo aparecem como obras de Deus.

Em Isaías 6:9, Deus diz: “Vai e diz a este povo”. No Novo Testamento é citado da seguinte maneira, Atos 28:25, começando com estas palavras, “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías...” Nesse caso o apóstolo atribuiu o falar de Deus ao Espírito Santo.

A TRINDADE E O NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento traz consigo uma revelação mais clara das distinções da Divindade. Esta revelação foi feita na encarnação de Cristo, e no derramamento do Espírito Santo. Segundo Warfield, foi na vinda do Filho de Deus, na semelhança da carne do pecado, para se oferecer a Si mesmo com um sacrifício pelo pecado; e na vinda do Espírito Santo, para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo, que a Trindade de Pessoas na Unidade da Divindade foi revelada, de uma vez para sempre, aos homens.

O texto básico para discutir-se a divindade do Filho é:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (João 1:1-2,14)

O vocábulo Verbo, é traduzido por “Palavra” nas versões modernas, como a Nova Versão Internacional (NVI), Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) e a Bíblia de Jerusalém. O vocábulo original para Verbo é Logos. O termo indica que o Logos é uma Pessoa divina, que estava no princípio da Criação. Interessante notar que na Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento, a construção poética de Gênesis 1 tem um paralelo formidável com este texto de João.

A expressão de João que o Verbo era Deus, indica a divindade do Verbo, e o verso 14, indica a sua humanidade, quando afirma que ele habitou entre nós.

O Espírito Santo é apresentado como a Terceira Pessoa divina, ligado ao Pai e ao Filho, mas distinto deles, da mesma forma que o Pai e o Filho são distintos um do outro. A sua individualidade está dentro da unidade de Deus. A própria palavra santo sugere sua divindade. Jesus declara que o nome de Deus, em que devem ser batizados aqueles que se tornam seus discípulos, é tripessoal.

CAMINHOS EQUIVOCADOS

Os servos da congregação que estão encarregados do Salão do Reino dar-lhe-ão boas vindas com rostos sorridentes e braços abertos. Eles falarão do amor que encontraram na Organização de Deus, a Sociedade Torre de Vigia, a religião das Testemunhas de Jeová. As palavras de David Reed, são um alerta para a Igreja. Apesar do zelo, do cuidado, da postura quase cristã, as Testemunhas de Jeová negam a autoridade das Escrituras, negam a divindade de Cristo e do Espírito, bem como sua pessoalidade. A Trindade para eles é uma forma de politeísmo pagão.

Arianismo antitrinitário

Para muitos crentes alheios à história da igreja, este discurso se apresenta como novidade. E mesmo as Testemunhas de Jeová desconheciam seus antecedentes históricos. Sua postura teológica é ariana. De acordo com o bispo Ário do quarto século, que negava a preexistência de Cristo, afirmando que ele tinha sido criado pelo Pai. Cristo era divino, mas não em igualdade com o Pai.

Segundo Gordon D. Fee, hoje eles se declaram arianos autoconscientes, em uma nota de seu livro, “Paulo, o Espírito e o Povo de Deus”, Fee afirma:

Foram necessárias muitas décadas para as Testemunhas de Jeová descobrissem que eram arianos. Desde aquele dia eles cessaram de 'testemunhar' a respeito do assunto do 'reino', como era sua praxe, e em vez disso adotaram seu arianismo antitrinitário com total e intencional vigor.

As distorções teológicas

Quais são as distorções da doutrina da Trindade? Pode-se dividir didaticamente em três principais:

  • Modalismo - Pai, Filho e Espírito Santo, três modos de aparecer do mesmo Deus
  • O termo modalismo foi cunhado por Adolf Von Harnack, no século XIX. Diz a doutrina: Deus é um e único. Ele funda uma monarquia cósmica, pois somente Ele é senhor sobre todas as coisas. É por Ele que os reis e governadores governam. Entretanto, em sua comunicação com a história, este Deus único se mostrou sob três modos. A mesma e única divindade aparece sob três rostos e mora em nosso meio de três maneiras diferentes como Pai, Filho e Espírito Santo.

    O mesmo Deus enquanto cria e nos entrega a Lei se chama Pai; o mesmo Deus enquanto nos redime se chama Filho; e o mesmo Deus enquanto nos santifica e nos dá sempre a vida se chama Espírito Santo. O mesmo Deus teria três pseudônimos. Deus é indivisível, não existe comunhão de três pessoas nele; o que existe é a unicidade divina projetando para nós mediante três modos diferentes.

    O modalismo foi condenado como sendo insuficiente para expressar a fé cristã na Trindade. No batismo de Jesus, foram manifestadas a três pessoas distintas da Trindade - o Pai falando do céu, o Filho saindo das águas, e o Espírito repousando sobre Ele (Marcos 1:11). Nos evangelhos, encontramos Jesus, frequentemente, fazendo menção do Pai como outra Pessoa. Muitas vezes Ele se dirigia ao Pai em oração (João 17).

  • Subordinacionismo - O Pai é o único Deus, o Filho e o Espírito Santo são criaturas subordinadas
  • Afirma-se também a unidade de Deus, em detrimento das outras pessoas divinas. Deve-se tributar prudente veneração a Jesus Cristo, mas não ao ponto de igualá-lo a Deus, pois tal excesso destrói o sentido autêntico de Deus. Ele pode ser semelhante (homoioúsios) a Deus, jamais porém igual (homooúsios) a Ele. Ele é a primeira criatura, o protótipo de todas as criaturas, mas não Deus.

    Ário é o teólogo mais influente que defendeu esta tese. Ele e seus discípulos enfatizavam o fato de que Jesus foi um ser humano perfeitíssimo, porque ele estava cheio do Espírito. Nota-se uma influência muito grande do pensamento filosófico grego em Ário. Para ele o Logos de João não é Deus. Pois Deus não pode se comunicar com o mundo, Ele é um mistério indecifrável e transcendente. Sua natureza é incomunicável, portanto, para ser conhecido Ele tem que se servir de um mediador, o Logos. Este Logos não é Deus, mas pertence a esfera divina. Jesus, cheio do Espírito, alcançou a perfeição a ponto de merecer um nome divino. Foi adotado pelo Pai como seu filho. O filho permanece sempre subordinado ao Pai, porque foi criado ou gerado pelo Pai. Também é chamado de subordinacionismo adocianista ou monarquismo dinâmico, porque, para eles, Jesus mereceu ser adotado pelo Pai.

    Ele é a criatura mais semelhante ao Pai que se possa conceber (homoioúsios), sem entretanto chegar à igualdade de natureza com o Pai (homooúsios). Os críticos sempre se deleitaram em escarnecer a doutrina da Trindade, porque afirmavam que ela era uma disputa de loucos, sem relevância, pois os teólogos se digladiavam por um iota.

    Esta corrente pretendia fazer justiça a duas doutrinas básicas da fé. A unidade de Deus, pois não há ninguém igual a Ele e, ao mesmo tempo, ele possui um Primogênito, perfeito, divino porquanto foi adotado por Deus, e proposto como mediador, salvador e caminho exclusivo de acesso ao Pai.

    Concílio de Nicéia

    O Concílio de Nicéia (325 d.C.) refutou a doutrina de Ário, e afirmou que Jesus Cristo é o único Filho de Deus:

    Cremos em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado desde a eternidade do Pai: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubtancial ao Pai.

    Mas ao afirmar a divindade de Cristo, tem que se lembrar que Ele optou esvaziar-se e tornar-se submisso ao Pai. Mantendo na Trindade uma subordinação, mas não como afirmou Ário.

  • Triteísmo - O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três deuses
  • O triteísmo afirma as três Pessoas divinas. Acredita na divindade do Filho, na Pessoa do Espírito como Deus em igualdade. Mas são três substâncias independentes e autônomas. Não se afirma a relação entre elas nem a comunhão como constitutivo da Pessoa divina. A Trindade transforma-se em três deuses. Somam-se os três divinos, como se atrás de cada Pessoa não houvesse um Único. Existem então três absolutos e não um, três seres eternos e não um, e três criadores e não um.

    A afirmação trinitária destaca a existência objetiva de três Únicos, Pai, Filho e Espírito Santo. Mas não os vê separados e não-relacionados. Crê que as Pessoas da Trindade estão eternamente relacionadas em comunhão infinita. Pode-se dizer, há três Pessoas de uma única comunhão.

    O termo usado para explicar a comunhão das Pessoas da Trindade é pericórese, (latim, circumincessio). O sentido seria o fato de envolver - circum - e entrar numa profunda intimidade. Cada membro da Trindade, em algum sentido, habita no outro, sem diminuição da total pessoalidade de cada um.

TRINDADE ONTOLÓGICA E TRINDADE ECONÔMICA

Ao discutir a doutrina da Trindade, temos que distinguir o que é tecnicamente conhecido como Trindade Ontológica e Trindade Econômica.

Por Trindade Ontológica, entende-se a Trindade que subsiste na Divindade, desde toda eternidade. Na sua vida essencial e inata, dizemos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são os mesmos em substância, possuindo atributos e poderes idênticos e, portanto, são iguais em glória. Isto diz respeito à existência essencial de Deus.

Por Trindade Econômica, significamos a Trindade tal como se manifesta no mundo, especialmente na redenção do pecador. Existem três obras adicionais, se assim podemos descrever, que são atribuídas à Trindade, a saber, a Criação, a Redenção e a Santificação.

Encontramos nas Escrituras que o plano da redenção toma a forma de um pacto, não só entre Deus e o Seu povo, como também entre as várias Pessoas dentro da Trindade, de maneira que há, por assim dizer, uma divisão de tarefas, cada Pessoa tomando, voluntariamente, determinada fase da obra.

Ao Pai atribui-se, em primeiro lugar, a obra da Criação, assim como a eleição de certo número de indivíduos que Ele deu ao Filho. Ao filho atribui-se a obra da Redenção, para o cumprimento da qual se encarnou, tomando a natureza humana, de forma que, como representante de seus eleitos, assume a culpa do seu pecado, para resgatá-los da morte. Ao Espírito Santo são atribuídas as obras de Regeneração e de Santificação, ou a aplicação aos corações dos indivíduos, da expiação objetiva que Cristo realizou. Ele faz isto renovando espiritualmente os corações, operando neles a fé e o arrependimento. E glorificando-os finalmente no céu.

A redenção, pois é um assunto da graça soberana, planejada antes da fundação do mundo, apresentada na forma de um pacto ou aliança. Não é um plano departamentalizado, dispencionalizado ou repartido, mas é uma ação global que envolve toda a Pessoa da Trindade. Ela é planejada pelo Pai, comprada pelo Filho e aplicada pelo Espírito Santo.

A TRINDADE E A JUSTIFICAÇÃO

Como um Deus perfeitamente santo pode prover perdão aos pecadores? A análise tem que passar necessariamente pela impossibilidade do Deus uno salvar e pela possibilidade lógica da pluralidade divina salvar o pecador.

Para Scott Horrell, o Deus uno se comprometeria em sua santidade para providenciar a salvação. Se Deus fosse uma só pessoa, ele poderia ser perfeitamente justo e santo, mas seria incapaz de perdoar os nossos pecados sem comprometer sua santidade. Por exemplo, no islamismo, Alá fica acima da ponte da morte que passa da via terrestre para o paraíso. Embaixo da ponte estreita fica o abismo do inferno. Um homem que teve uma vida 70% boa e 30% má talvez tenha permissão de passar para o paraíso e para a presença de Deus, mas, um homem com menos virtude seria empurrado por Alá para o abismo. Pressupondo que nenhum homem é 100% bom (e assim moralmente igual a Alá), Alá deve comprometer sua santidade ao permitir qualquer pessoa entrar no paraíso.

Como é que o Absoluto Moral do universo pode perdoar e Ter comunhão com um pecador? Na Bíblia, Deus é justo mas também o Justificador de nossos pecados (Romanos 3:23-26), precisamente porque ele é mais do que uma pessoa. Por causa da pluralidade de pessoas, o Deus Triúno pode ser o Santo Juiz sem se comprometer, o Cordeiro sacrificial que morreu em meu lugar e o Espírito santificador que atua em mim.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  • BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Trad. Odayr Olivetti. Campinas: Luz para o Caminho Publicações, 1990. 791 pp.
  • BOETTNER, Loraine & WARFIELD, Benjamin. A Doutrina da Trindade. Leira: Edições Vida Nova. 176 pp.
  • FEE, Gordon D. Paulo, o Espírito e o Povo de Deus. Trad. Rubens Castilho. Campinas: Editora United Press, 1997. 222 pp.
  • HORRELL, John Scott. O Deus Trino que se dá, a Imago Dei e a Natureza da Igreja Local. In Vox Scripturae. Revista Teológica Latino-Americana: volume VI, número 2. Dezembro, 1996. 243-262 pp.
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  • KEELEY, Robin.(org) Fundamentos da Teologia Cristã. Trad. Yolanda Krievin. São Paulo. Editora Vida, 2000. 344 pp.
  • KELLY, J.N.D. Doutrinas Centrais da Fé Cristã. Origem e Desenvolvimento. Trad. Márcio L. Redondo. São Paulo: Edições Vida Nova, 1994. 390 pp.
  • SPROUL, R.C. O Mistério do Espírito Santo. Trad. Bentes traduções. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997. 192 pp.

13/03/2016

Devoção mortal

Por Ali Sina, traduzido por Khadija Kafir, portal Ex-Muçulmanos.

Outro dia eu assisti a um documentário no YouTube chamado Devoção Mortal (deadly devotion). Era a história verídica de Kim Anderson, uma mulher que cresceu como testemunha de Jeová e nunca questionou sua fé. Ela se casou com um homem que também era testemunha de Jeová, Jim Kostelniuk, e juntos tiveram um filho e uma filha.

Como toda testemunha de Jeová, Kim e Jim estavam esperando o fim do mundo e o retorno de Cristo em 1975. Muitos crentes venderam suas propriedades, fazendeiros pararam de trabalhar, jovens pararam de estudar e a maioria dos devotos vendeu suas casas. O fim do mundo era iminente.

Muitas previsões já tinham sido feitas pelas testemunhas de Jeová sobre a segunda vinda de Cristo e o advento do Reino dos Céus, e cada uma dessas previsões foi frustrada. Entre tais previsões estão as de 1878, 1881, 1914, 1918 e 1925, e finalmente 1975. Cada vez que essas profecias não se materializavam, muitos seguidores deixavam a Igreja. Porém muito mais seguidores nela permaneciam.

Quando o ano 1975 chegou e nada aconteceu, Kim começou a ter dúvidas. “Se a Igreja estava errada neste ponto tão crucial, em que outras coisas eles poderiam estar enganados?” ela perguntou. Mas Kim, como verdadeira devota, não permitiu que os fatos destruíssem sua fé. E como ela não podia viver com um apóstata, ela recebeu permissão dos superiores da igreja para se divorciar do marido.

A religião Testemunha de Jeová tem muito em comum com o Islã. Entre as semelhanças, está o fato de que uma mulher divorciada não tem respeito na sociedade. As amigas de Kim a rejeitaram. Ela não tinha amigos e não tinha vida fora da Igreja. O único jeito de recobrar seu status era achando outro marido. Finalmente, ela foi apresentada para outro homem testemunha de Jeová e se casou com ele.

Como os muçulmanos, as testemunhas de Jeová não podem namorar. O resultado disso é que eles somente podem conhecer a pessoa com quem se casam de maneira superficial.

O segundo marido de Kim demonstrou ser um psicopata. Ela veio a perceber sua péssima decisão no dia do seu casamento. Enquanto o tempo passava, o seu novo marido se tornou mais abusivo e, sendo também ele criado como testemunha de Jeová, ele acreditava que as mulheres deveriam servir aos maridos, então ele a controlava.

Finalmente, Kim decidiu contar para os responsáveis pela igreja e pediu a permissão para se divorciar de seu marido abusivo. Mas, assim como no Islã, embora a apostasia do marido seja motivo para um divórcio, o abuso marital não é. Para seu azar, os mentores da Igreja ficaram do lado do homem e mandaram que ela fosse obediente ao marido.

Traída pelos mentores da Igreja, ela finalmente recobrou a lucidez e percebeu que eles não falavam em nome Deus. Ela juntou a coragem e escapou, levando os filhos consigo. Seu marido abusivo a encontrou, a perseguiu, e um dia entrou em sua casa atirando nela e nos filhos até que estivessem todos mortos.

A história de Kim é de partir o coração. Porém seria um erro supor que esse tipo de devoção cega está reservado apenas para pessoas religiosas. Os irreligiosos podem ser, se não forem piores, pelo menos tão fanáticos em suas crenças como muitos religiosos.

No dia 13 de novembro, homens armados massacraram 127 parisienses inocentes sem qualquer provocação. Eles fizeram isso porque tal coisa foi o que o profeta ordenou que eles fizessem. Aos muçulmanos foi prometido um paraíso se eles matarem não muçulmanos. Desde os atentados do 11 de setembro, mais de 27 mil casos de terrorismo tem sido registrado pelo site thereligionofpeace.com. Isto significa cinco ataques a cada dia por 14 anos consecutivos. Mas o terrorismo islâmico não começou no 11 de setembro. Começou no ano 624 da era cristã, logo após Maomé ter emigrado a Medina. De acordo com uma fonte, nos últimos 14 séculos, 280 milhões de pessoas foram mortas por muçulmanos. Isto não conta o número de muçulmanos mortos uns pelos outros.

A matança é parte do Islã. Há vários versos que exortam os muçulmanos a matar. Aqueles que acreditam no Islã não têm escolha a não ser matar. Se eles não matarem, são chamados hipócritas (munafiqs). O Alcorão (2:216) diz:

a guerra foi-vos prescrita, e vós a detestais. Mas quantas coisas detestais que acabam vos beneficiando, e quantas coisas amais que acabam vos prejudicando!

Uma vez que os muçulmanos matavam quem não era muçulmano, os árabes os temeram e muitos se converteram só de nome para ficarem seguros. A população do al-Zarrar, uma vila ao Norte de Medina, construiu uma mesquita e todos disseram que eram muçulmanos na esperança que suas vidas e suas famílias fossem poupadas. Os companheiros de Maomé disseram para ele que estas pessoas eram hipócritas e que não acreditavam nele de verdade. Maomé ordenou que se fechasse a mesquita e tocasse fogo nela com todas as pessoas dentro.

Embora os historiadores não digam o porquê de os muçulmanos de al-Zarrar terem sido acusados de se opor a Maomé e terem merecido ser queimados vivos, nós podemos supor que eles estivessem relutantes em tomar parte na jihad e podem ter murmurado como é que Deus podia ordenar os devotos a fazerem emboscadas e massacrarem homens desarmados, roubarem propriedades e estuprarem mulheres. Os árabes nunca se distinguiram por boa moralidade, mas é natural, pelo menos para aqueles cuja consciência não esteja completamente destruída, saber que matar, estuprar e roubar não são mandamentos divinos.

Logo após a morte de Maomé, antes mesmo de seu cadáver ser enterrado, os muçulmanos guerrearam entre si sobre quem deveria governá-los. Durante o califado de Ali, centenas de milhares de muçulmanos se massacraram uns aos outros, cada grupo reivindicando que a fé do outro grupo estava errada. A luta entre os muçulmanos nunca terminou e nunca vai terminar. Os muçulmanos devem matar para provar sua devoção a seu deus.

Os ocidentais estão cometendo um erro mortal em deixar os muçulmanos entrarem para se estabelecerem em seus países. Os muçulmanos acreditam em uma fé assassina, imitam um profeta assassino, e cultuam um profeta assassino.

Agora, é lógico que nem todo muçulmano é um crente verdadeiro. Muitos deles têm dúvidas e às vezes eles ousam verbalizar isso. Por exemplo, nos anos mais recentes, Al Sisi, dirigindo a palavra aos clérigos mais importantes de seu país na Universidade de Al Azhar disse:

não é possível que 1,5 bilhão de muçulmanos matem o resto da humanidade para que eles possam viver.
Só o fato de ele ter dito isso já é uma evidência que esta é uma crença que os muçulmanos possuem. Eles têm essa crença porque o profeta deles assim disse. Está escrito em seu livro sagrado em mais de uma centena de versos.

Quando deixamos os muçulmanos se aproximarem e viverem em nosso meio, nós estamos convidando nossos próprios assassinos. Isto é uma evidência pelos fatos. Os muçulmanos estão matando os infiéis e almejam matar mais. Eles não vão parar até que lancem o terror no coração dos descrentes, mate-os e estuprem suas mulheres.

Os ocidentais, todavia, estão infectados pela mesma devoção mortal que matou Kim Anderson. A devoção dos ocidentais não é pela Bíblia, mas por uma ideologia falaciosa. Esta ideologia diz que todas as culturas são iguais, que a moral é relativa, o bom e o mal são relativos e todas as pessoas querem a mesma coisa.

Estas mentiras são mortais. Uma cultura que reduz a mulher a um animal, prescreve apedrejamentos, abuso doméstico, casamento infantil, e estupro de infiéis não está a par de uma cultura que pratica a igualdade, a democracia e a liberdade de pensamento. O Islã não é de todo uma cultura. É uma barbaridade. Cultura islâmica é falácia enquanto que terrorismo islâmico é redundância.

Mas muitas pessoas no Ocidente se recusam a ver isso. Eles têm devoção cega a sua ideologia falaciosa. Eles preferem culpar a América por ter criado a Al-Qaeda, Israel por criar o Hamas e o Ocidente por ter armado o ISIS do que enxergar o fato gritante de que essas pessoas estão fazendo o que o profeta fez. Como é que alguém pode mentir tão descaradamente e de maneira tão sem vergonha? Os ocidentais acreditam que o dia é a noite, que o preto é branco e estão convencidos disso. Será que você consegue encontrar em livros religiosos mentiras mais egrégias do que essas?

Karl Marx, cuja interpretação da História tem sido aceita cegamente pela elite intelectual do Ocidente e pela grande mídia liberal, foi um ideólogo. Sendo ele um materialista, foi incapaz de compreender a complexidade da mente humana e pensava que o dinheiro era a motivação por trás de todas as emoções e atividades humanas.

Nada poderia estar mais longe da verdade. As pessoas são movidas internamente por uma variedade de coisas e o dinheiro é apenas uma delas. De acordo com Marx, todas as guerras são o resultado de conflitos econômicos. Mas a realidade é que as pessoas lutam por muitas coisas. Os alemães começaram a Segunda Guerra para recuperarem seu orgulho. Os europeus lutaram nas cruzadas para se vingarem de seus invasores muçulmanos. Os americanos lutaram em mais de 40 guerras, a maioria delas resultando em perda econômica, só para conseguirem remover ditadores e fazer do mundo um lugar seguro. Os muçulmanos lutam contra Israel por puro ódio religioso. Eles ganhariam muito dinheiro comercializando com Israel ao invés de lutarem contra ele.

Os muçulmanos lutam movidos por sua crença religiosa. Os jihadistas não são pobres. Osama bin Laden era filho de um bilionário. Nidal Malik Hassan era um psiquiatra muito bem pago que trabalhava para o exército americano. Todos os terroristas muçulmanos vêm de boa família. Eles não são motivados por dinheiro, mas pela promessa do paraíso que o profeta fez para eles.

Outra falsa crença é que os muçulmanos são coitadinhos e estão ofendidos, e que o terrorismo é a sua reação a opressão. Esta é uma mentira óbvia. Milhares de cristãos, budistas, hindus, yazidis e bahais são sistematicamente perseguidos e mortos pelos muçulmanos, e tudo isso com as bênçãos dos governos de seus países. O que essas pessoas inocentes fizeram contra os muçulmanos para merecerem uma morte tão selvagem?

A terceira falsa crença é a de que os muçulmanos querem as mesmas coisas que os outros querem: uma vida boa, prosperidade e felicidade. Os muçulmanos – se são verdadeiramente crentes – amam a morte mais do você ama a vida. O problema é que precisam matar você para irem direto ao paraíso (para as camadas mais altas. N. T.).

Todas as crenças consideradas sacrossantas pelo Ocidente são falsas. A verdade não é politicamente correta, então eles se agarram às mentiras. A verdade é que o Islã não é compatível com o mundo ocidental e os muçulmanos não são apropriados para viverem em harmonia com os não muçulmanos.

Kim Anderson pagou com a própria vida e com a vida de seus filhos pela sua devoção mortal a uma falsa crença. Os ocidentais irão pagar com suas vidas e com a vida de milhões de seus filhos por sua devoção mortal a uma crença falsa.

O ISIS já disse que os ataques na França irão continuar. Eles já estão na França. Eles são muçulmanos que se escondem entre os companheiros da mesma fé. A lucidez ordena que tiremos os muçulmanos da França. Qual é a contribuição deles para o país? Eles estão trazendo a pobreza, a violência, o estupro e a mentalidade retrógrada, e além disso eles odeiam o país que os abriga, querendo estuprar, subjugar e dominar. Mas nós vivemos numa era onde a sanidade mental deve ser sacrificada no altar do politicamente correto. A devoção cega a uma falsa crença de que todas as culturas são iguais irá logicamente deixar o Ocidente de joelhos.

Kin Anderson finalmente enxergou a luz, mas já era tarde demais para ela e seus filhos. Será que os ocidentais irão acordar antes que seja tarde demais para si e seus filhos? A única maneira de resolver é mandando os muçulmanos de volta para suas casas. A essa altura do campeonato outra medida não vai funcionar. Se você pensa que isso é medida muito brutal, imagine o que os muçulmanos fariam se alguns membros de alguma minoria – tais como cristãos ou hindus – em um país de maioria islâmica matassem alguns muçulmanos. Em menos de 48 horas, milhões de membros daquela fé seriam massacrados. Em 48 horas. Não mais. Os muçulmanos matam as minorias entre eles até mesmo quando tais minorias estão “pisando em ovos” (vivendo com cuidado). Eles não acham nada demais matar. Matar faz parte da fé deles. Enquanto isso, nós estamos espantados sobre o que fazer com as minorias muçulmanas entre nós que é programada para nos matar e estuprar nossas filhas.

Ainda assim, nem todo muçulmano é terrorista. E daí? Eles são terreno fértil para os terroristas. Eles abrigam os terroristas. Eles mentem sobre a fé islâmica e protegem os terroristas. Todos eles partilham a mesma ideologia. Eles seguem o mesmo profeta terrorista. Se eu der a você mil garrafas de um bom vinho e falar que uma delas contém cianeto (veneno) você beberia alguma dessas garrafas? Um em cada cinco muçulmanos que vivem na França, Reino Unido e outros países europeus acreditam que matar seus hospedeiros não muçulmanos é justificável. Uma votação feita pelo site árabe Aljazeera revelou que 81% de todos os 60 mil muçulmanos árabes que votaram concordavam com o ISIS. Todo muçulmano é uma ameaça a sua vida.

Os muçulmanos são como tanques de gasolina. Eles parecem inofensivos até que encontrem o fogo. Daí eles explodem. Os tão chamados muçulmanos “moderados” irão virar terroristas uma vez que se acendam pela centelha de sua fé. Você quer fazer um teste? Diga a um muçulmano bem liberal que você acha que Maomé foi um estuprador e mostre a ele as evidências a partir dos hadiths e do Alcorão. Então assista a esse benigno muçulmano “moderado” começar a insultá-lo, tornar-se abusivo e ele pode até feri-lo. Não se engane. Não há muçulmano moderados. O que pode acontecer é ele se tornar um apóstata.

Quando nós deixamos grandes massas de muçulmanos entrar em países ocidentais, nós deixamos entrar potenciais assassinos entre nós. Os muçulmanos acreditam que a matança é ordenada por Deus e que eles serão recompensados se estuprarem suas mulheres e assassinarem você. Quando eles dizem que o Alcorão é a palavra de Deus e que todos deveriam seguir, eles estão ensinando que matar é a palavra de Deus. Os ocidentais permitem isso enquanto rezam para que os muçulmanos não levem a sua fé tão a sério e não a sigam tão literalmente. E possuem a esperança de que eles se tornem muçulmanos não praticantes. Agora por favor, defina a palavra loucura e me diga se não é isso!

Se nós não acordarmos agora, se nós não mandarmos os muçulmanos de volta de onde vieram, nós estamos fritos. Eles devem voltar e levar seus filhos consigo. Essas crianças foram doutrinadas como muçulmanas. Essas crianças já estão praticando bullying e batendo nas crianças ocidentais e um grande número vai começar a matar assim que chegar à idade.

Se os ocidentais não fizerem esforços contra o problema do islã agora, eles terão o sangue dos próprios filhos nas mãos. Lembre-se de uma coisa: o mal triunfa quando as pessoas boas não fazem nada.

12/03/2016

Um alerta à nossa geração: as mentiras que nos foram contadas

Por Leonardo Souza, publicado no portal O Correio de Deus, 11 de março de 2016.

Fazemos parte da geração que até hoje teve mais acesso à informação, mas que ao mesmo tempo mais tem se afastado dos caminhos do Senhor. As novelas, os clipes musicais, os filmes, as séries de TV, quase tudo ao nosso redor nos passa uma mensagem distorcida do que Deus ensina através da Sua Palavra.

  • Foi dito e ensinado a vocês: “Satisfaçam seus desejos e seus instintos... e vocês serão felizes!”

Mas, a Palavra de Deus diz:

A mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus. (Romanos 8:7-8)
Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. (Gálatas 5:24)
Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. (Gálatas 5:19-21)
  • Foi dito e ensinado a vocês: "Relaxem, peguem leve... pensem positivamente através da meditação... drogas servem para abrir nossa cabeça... a vida é curta, tem mais que aproveitar, beber e fazer festa!”
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé... (1 Pedro 5.8-9).
    De quem são os ais? De quem as tristezas? E as brigas, de quem são? E os ferimentos desnecessários? De quem são os olhos vermelhos? Dos que se demoram bebendo vinho, dos que andam à procura de bebida misturada (traduzindo para os dias atuais, não só bebida, mas qualquer droga que deixe chapado). (Provérbios 23:29)
  • Foi dito a vocês: “Busquem informações sobre ocultismo – magia, bruxaria – e vocês obterão conhecimentos sobrenaturais e poderes especiais. Bruxaria tem a ver com forças da natureza, não tem nada de ruim nisso."
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor (Deuteronômio 18.10-12).
    Fora (da cidade celestial) ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira” (Apocalipse 22.15). Seu lugar “será no lago que arde com fogo e enxofre (Apocalipse 21.8).
  • Foi dito a vocês: Procurem quem faz grandes sinais e prodígios, quem tem grandiosas visões e revelações, para que vocês tenham experiências especiais.
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora (1 João 4.1).
    ...porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. (Mateus 24.24).
  • Foi dito a vocês: “Todas as religiões trazem paz interior e conduzem à Deus”.
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Eu sou o Senhor, teu Deus... Não terás outros deuses diante de mim (Êxodo 20.2-3, o Primeiro Mandamento).

    Jesus Cristo, o Filho de Deus, diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6).

  • Foi dito a vocês: “Todo ser humano é filho de Deus, pois em cada um habita o espírito divino”.
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Mas, a todos quantos o receberam (a Jesus Cristo), deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, AOS QUE CREEM NO SEU NOME; os quais... nasceram... de Deus (João 1.12-13).
    E, tendo (Cristo) sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna PARA TODOS OS QUE OBEDECEM (Hebreus 5.9).
  • Foi dito a vocês: “Não falem de pecado, apenas de falhas, deslizes, lapsos! O bem e o mal têm a mesma origem”.
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! (Isaías 5.20).
    Aquele que pratica o pecado é do Diabo, porque o Diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (1 João 3:8)
  • Foi dito a vocês: “Ouçam o seu interior... Se meditarem bastante, encontrarão a verdade no seu coração, dentro de si mesmos”.
  • Mas, a Palavra de Deus diz:

    Do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem (Mateus 15.19-20).
    Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações. (Jeremias 17:9,10)
  • Foi dito a vocês: “Aceitem as crenças e o modo de viver de todos. Sejam tolerantes com as diferentes culturas e estilos de vida."
  • A Palavra de Deus diz:

    Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (homossexuais ativos e passivos), nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. (1 Coríntios 6.9-11)

Por isso queridos,

  • Resistam aos maus exemplos em revistas, no rádio, na TV e na internet, que falam de “amor” mas praticam imoralidades;
  • Mantenham-se firmes tendo por modelo ao Filho de Deus, Jesus Cristo, que é puro e santo. Ele mostrou, através da Sua vida e do Seu ensino, como age o verdadeiro amor;
  • Resistam à mistura religiosa anti bíblica e ao ecumenismo;
  • Mantenham-se firmes nas quatro exclusividades das Sagradas Escrituras: somente a Bíblia, somente Cristo, somente pela graça, somente pela fé;
  • Resistam à busca anti bíblica por sinais e milagres;
  • Mantenham-se firmes no maior milagre: as chagas de Jesus Cristo, que entregou na cruz Sua vida pela nossa redenção e ressuscitou milagrosamente dentre os mortos ao terceiro dia;
  • Resistam ao domínio de uma cultura de “entretenimento” – que, infelizmente, se espalha cada vez mais no meio cristão. Essa tendência transforma até a cruz de Cristo em objeto de distração e blasfêmia contra a santidade de Deus;
  • Mantenham-se firmes no Deus triúno, que é ao mesmo tempo santo e justo, amoroso e misericordioso;
  • Resistam à confusão mística e às afirmações de que em todos habita uma “centelha divina”;
  • Mantenham-se firmes na consciência da completa corrupção e perdição do coração humano, que depende da redenção exclusivamente pela graça concedida por Deus e não por obras;
  • Resistam à “cultura musical” que imagina poder atrair pessoas à fé cristã através de elementos pagãos (por exemplo, ritmos alucinantes e que levam ao êxtase, repetições de palavras como mantras ou melodias extremamente lentas que estimulam o transe);
  • Mantenham-se firmes ouvindo hinos espirituais agradáveis, procedentes de corações tranquilos e que trazem a paz;
  • Resistam às tendências desta época, atrás das quais se esconde o espírito do inimigo; e
  • Mantenham-se firmes no Espírito de Deus que os separará deste mundo passageiro e os guiará à toda verdade.
Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade (Salmo 145.18)

Texto do artigo "Um alerta a essa nossa geração: O que sempre te disseram é mentira" de Leonardo Souza.

11/03/2016

A Ressurreição dos Mortos (C.H. Spurgeon)

Sermão pregado na manhã de Domingo, 17 de fevereiro de 1856 por Charles Haddon Spurgeon na Capela de New Park Street, Southwark, Londres.

Há de haver ressurreição dos mortos, tanto dos justos como dos injustos (Atos 24:15).

Meditando outro dia sobre o triste estado das igrejas em nosso tempo, fui conduzido a observar em retrospectiva aos tempos apostólicos, e a considerar em quê difere a pregação destes dias da pregação dos apóstolos. Notei a vasta diferença em seu estilo em relação à oratória formal e determinada da época presente. Observei que os apóstolos não tomavam um texto quando pregavam, nem se reduziam a somente um tema, e muito menos a algum lugar de adoração, e também descubro que paravam em qualquer lugar e declaravam desde a plenitude de seu coração o que sabiam de Jesus Cristo. Mas a principal diferença que observei radicava nos temas de sua pregação. Surpreendi-me quando descobri que o elemento principal da pregação dos apóstolos era a ressurreição dos mortos. Percebi que eu estava pregando sobre a doutrina da graça de Deus, que havia sustentado a livre eleição, que estava conduzindo ao povo de Deus da melhor maneira que podia às profundas coisas de Sua palavra; mas me surpreendi ao descobrir que não estava copiando a maneira apostólica, nem sequer a metade do que eu poderia ter feito.

Os apóstolos, quando pregavam, sempre davam testemunho da ressurreição de Jesus, e a consequente ressurreição dos mortos. Parece que o Alfa e o Ômega de seu evangelho foi o testemunho de que Jesus Cristo morreu e ressuscitou dos mortos de acordo as Escrituras. Quando escolheram a outro apóstolo no lugar de Judas, que se converteu em um apóstata, disseram: “Alguém seja feito testemunha conosco, de sua ressurreição,” de tal forma que a essência do ofício de um apóstolo era ser uma testemunha da ressurreição.

Davi falou da ressurreição de Cristo

E cumpriram muito bem o seu ofício. Quando Pedro se apresentou diante da multidão, declarou que: “Davi falou da ressurreição de Cristo”. Quando Pedro e João foram levados ante o concílio, a maior causa de sua prisão foi que os governantes estavam ressentidos “de que ensinassem ao povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos”. Quando foram postos em liberdade depois de terem sido examinados, nos é dito que: “Com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e abundante graça era sobre eles”. Foi isto que motivou a curiosidade dos atenienses quando Paulo pregou no meio deles: “Parece que és pregador de novos deuses; porque lhes pregava o evangelho de Jesus e da ressurreição”. E isto provocou as risadas dos areopagitas, pois quando falou da ressurreição dos mortos, “Uns zombavam, e outros diziam: acerca disto te ouviremos ainda outra vez”. Em verdade Paulo disse, quando compareceu ante o concílio dos fariseus e dos saduceus: “Acerca da ressurreição dos mortos sou julgado hoje por vós”. E é igualmente verdadeiro que constantemente asseverava: “Se Cristo não ressuscitou, então nossa pregação é vã, vã também é a vossa fé… ainda estais em vossos pecados”.

A ressurreição de Jesus e a ressurreição dos justos são doutrinas na qual nós cremos, mas que raramente pregamos ou nos interessamos em ler. Ainda que eu tenha procurado em várias livrarias um livro especialmente relacionado com o tema da ressurreição, todavia não consegui comprar nenhum livro de nenhum tipo relacionado com o tema; e quando procurei nas obras do doutor Jonh Owen, que constituem uma mina inestimável do conhecimento divino, e que contêm muito do que é valioso sobre quase qualquer tema, escassamente pude encontrar, inclusive ali, mais que uma rápida menção da ressurreição. Foi classificada como uma verdade bem conhecida, e portanto, nunca foi discutida. Não surgiram heresias relacionadas com ela; teria sido quase uma misericórdia se tivessem surgido, poi sempre que uma verdade é disputada pelos hereges, os ortodoxos lutam impetuosamente por ela, e o púlpito ressoa com ela cada dia.

Contudo, estou persuadido de que há muito poder nesta doutrina; e se a prego esta manhã, observarão que Deus reconhecerá a pregação apostólica, e haverá conversões. Pretendo colocá-la à prova, agora, para ver se não há algo que não podemos perceber no presente na ressurreição dos mortos, que seja capaz de mover os corações dos homens e levá-los a sujeitarem-se ao Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Há pouquíssimos cristãos que creem na ressurreição dos mortos. Poderiam assombrar-se ao escutar isso, mas não me surpreenderia se descobrisse que você mesmo abriga dúvidas com respeito a esse tema. Pela ressurreição dos mortos se quer expressar algo muito diferente da imortalidade da alma que cada cristão crê, e nisso está no mesmo nível do pagão, que também crê nela. A luz da natureza é suficiente para nos dizer que a alma é imortal, assim que o infiel que duvida é um néscio pior que um pagão, pois este, antes que a revelação fosse dada, o tinha descoberto: há débeis vislumbres nos homens de razão que ensinam que a alma é uma coisa tão maravilhosa que há de perdurar para sempre.

A ressurreição e a eternidade do corpo

Mas a ressurreição dos mortos é uma doutrina bastante diferente, que trata, não com a alma, senão com o corpo. A doutrina consiste em que este corpo material no qual existo agora há de viver com minha alma; que não somente é a “faísca vital da chama celestial”, a que há de arder no céu, senão o próprio incensário no qual o incenso de minha vida fumega, é santo para o Senhor e há de ser preservado para sempre.

O espírito, todo o mundo o confessa, é eterno; mas quantos há que negam que os corpos dos homens se levantarão efetivamente de suas sepulturas no grande dia! Muitos de vocês creem que terão um corpo no céu, mas creem que será um fantasmagórico corpo etéreo, no lugar de crer que será um corpo semelhante a este: carne e sangue – ainda que não o mesmo tipo de carne, pois não toda carne é a mesma carne – um corpo substancial, sólido, tal como o que temos aqui.

E há um grupo, todavia menor, de pessoas entre vocês que creem que os ímpios terão corpos no inferno; pois está ganhando terreno por toda a parte a convicção de que não haverá tormentos reais para os condenados que afetem seus corpos, senão que haverá de ser um fogo metafórico, um enxofre metafórico, cadeias metafóricas e uma tortura metafórica.

Mas se fossem cristãos como professam ser, creriam que cada homem mortal que haja existido, não somente viverá pela imortalidade de sua alma, senão que seu corpo viverá outra vez, que a própria carne na qual caminha agora na terra é tão eterna como a alma, e existirá eternamente. Essa é a peculiar doutrina do cristianismo.

Os pagãos não adivinharam nem imaginaram nunca tal coisa, e por isso, quando Paulo falou da ressurreição dos mortos, “uns zombavam,” o que demonstra que entendiam que falava da ressurreição do corpo, pois não teriam zombado se somente houvesse falado da imortalidade da alma, pois isso já havia sido proclamado por Platão e Sócrates, e havia sido recebido com reverência.

Agora estamos a ponto de pregar que haverá uma ressurreição dos mortos, tanto dos justos como dos injustos. Vamos considerar primeiro a ressurreição dos justos; e em segundo lugar, a ressurreição dos injustos.

A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS

A primeira prova que oferecerei disto, é que há sido a constante e invariável verdade dos santos desde os primeiros períodos de tempo. Abraão cria na ressurreição dos mortos, pois se diz na Epístola aos Hebreus, no capítulo 11, e no versículo 19, que “pensava que Deus é poderoso para levantar, ainda dentre os mortos, de onde, em sentido figurado, também o recobrou”. Não guardo nenhuma dúvida de que José cria na ressurreição, pois deu instruções concernentes a seus ossos; e seguramente não haveria sido tão cuidadoso de seu corpo, se não houvesse crido que haveria de ser ressuscitado dos mortos. O patriarca Jó era um firme crente na ressurreição, pois comentou no texto que é citado repetidamente: “Eu sei que o meu Redentor vive, e ao fim se levantará sobre a terra; e depois de consumida esta minha pele, ainda em minha carne verei a Deus”. Davi cria na ressurreição mais além de qualquer sombra de dúvida, pois cantou sobre Cristo: “Porque não deixarás minha alma no Hades, nem permitirás que teu Santo veja corrupção”. Daniel creu nela, pois disse: “Muitos dos que dormem no pó da terra serão despertados, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e confusão perpétua”. As almas não dormem no pó, os corpos sim.

Lhes fará bem atentar a uma ou duas passagens para ver o quê estes santos homens pensavam. Por exemplo, em Isaías, em 26:19, se lê: “Teus mortos viverão; seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e cantai, os que habitais no pó! Porque seu orvalho é como orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos”. Não ofereceremos nenhuma explicação. O texto é positivo e seguro.

Deixemos que fale outro profeta: Oséias, no capítulo 6 e versículos 1 e 2: “Vinde e tornemos a Jeová; porque ele arrebatou, e nos curará; fez a ferida, e no-la atará. Nos dará vida depois de dois dias; no terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele”. Ainda que isto não declare a ressurreição, a usa como uma figura que não seria útil se não fosse considerada como uma verdade estabelecida. Paulo também declara em Hebreus 11:35, que essa foi a fé constante dos mártires, pois diz: “Outros foram atormentados, não aceitando o resgate, a fim de obter melhor ressurreição”.

Todos esses homens e mulheres santos que, durante o tempo dos Macabeus, se mantiveram firmes por sua fé, e suportaram o fogo e a espada e inenarráveis torturas, creram na ressurreição, e essa ressurreição os estimulava para entregar seus corpos às chamas, sem que lhes importasse nem sequer a morte, senão que criam que depois alcançariam uma bendita ressurreição.

Mas nosso Senhor trouxe a ressurreição à luz da maneira mais excelente, pois explicita e frequentemente a declarou. “Não vos maravilheis disto”, disse, “porque virá a hora quando todos os que estão nos sepulcros ouvirão sua voz”. “Vem a hora quando chamará aos mortos a juízo, e estarão diante de seu trono”. Em verdade, em toda Sua pregação houve um fluxo contínuo de uma crença firme, e de uma positiva declaração pública da ressurreição dos mortos. Não os aborrecerei com passagens dos escritos dos apóstolos: eles abundam no tema. De fato, a Santa Escritura está tão cheia desta doutrina que me surpreende, irmãos, que nos tenhamos apartado tão rapidamente da firmeza de nossa fé, e que se chegasse a crer em muitas igrejas que os corpos materiais dos santos não viverão outra vez, e especialmente que os corpos dos ímpios não terão existência futura. Nós sustentamos segundo nosso texto, que “Há de haver ressurreição dos mortos, tanto dos justos como dos injustos”.

Uma segunda prova, pensamos, a encontramos na transposição de Enoque e Elias ao céu. Lemos de dois homens que foram ao céu em seus corpos. “Caminhou, pois, Enoque com Deus, e desapareceu, porque Deus o tomou para si” (Gênesis 5:24), e Elias foi transportado ao céu em um carro de fogo (2 Reis 2:11). Nenhum destes dois homens deixou suas cinzas no sepulcro: nenhum deixou seu corpo para que fosse consumido pelos vermes, e ambos ascenderam ao alto em seus corpos mortais – sem dúvida transformados e glorificados. Agora, esses dois indivíduos foram a garantia de que todos iremos ressuscitar da mesma maneira. Seria provável que dois espíritos resplandecentes estivessem no céu vestidos de carne, enquanto o resto de nós estivéssemos desnudos? Seria algo razoável que Enoque e Elias foram os únicos santos que tiveram seus corpos no céu, e que nós estivéssemos ali unicamente em nossas almas, pobres almas! Desejando contar outra vez com nossos corpos?

Não, nossa fé nos diz que havendo estes dois homens ido ao céu com segurança, como o expressa John Bunyan, por uma ponte que ninguém mais pisou, graças ao qual não se viram na necessidade de atravessar o rio, nós seremos alçados das águas, e nossa carne não habitará para sempre na corrupção.

Arcanjo Miguel contende com o diabo pelo corpo de Moisés

Há uma notável passagem em Judas, na qual se diz de que quando o arcanjo Miguel contendia com o diabo pelo corpo de Moisés, não se atreveu a proferir “juízo de maldição” (Judas 9). Agora, isto se refere à grande doutrina de que os anjos vigiam os ossos dos santos. Certamente nos informa que o corpo de Moisés era vigiado por um grandioso arcanjo; o diabo pensava perturbar esse corpo, mas Miguel contendia com ele por essa causa. Agora, haveria uma contenda acerca desse corpo se não fosse de nenhum valor? Contenderia Miguel por aquilo que haveria de servir unicamente de alimento dos vermes? Lutaria com o inimigo por aquele que haveria de ser espargido aos quatro ventos do céu, para não ser reunido nunca em um esqueleto melhor e novo? Não, seguramente que não.

Disto aprendemos que um anjo vigia sobre cada tumba. Não é uma ficção quando esculpimos sobre o mármore os querubins com suas asas. Há querubins com asas estendidas sobre as lápides sepulcrais de todos os justos; e onde há “os rústicos antepassados da aldeia dormem”, em algum canto recoberto de urtigas, ali está um anjo noite e dia para vigiar cada osso e proteger cada átomo, para que na ressurreição esses corpos, com mais glória do que a que tiveram na terra, possam levantar-se para morar para sempre com o Senhor. A custódia dos corpos dos santos, por parte dos anjos, demonstra que ressuscitarão outra vez dos mortos.

Mas, ademais, as ressurreições que já aconteceram nos dão esperança e confiança de que haverá uma ressurreição de todos os santos. Não recordam que está escrito que quando Jesus ressuscitou dos mortos, muitos dos santos que estavam em seus sepulcros ressuscitaram, e vieram à cidade, e apareceram a muitos? Não ouviram que Lázaro, ainda que esteve morto três dias, saiu do sepulcro à palavra de Jesus? Não leram nunca como a filha de Jairo despertou do sonho da morte quando Ele disse: “Talita cumi”? Não O viram às portas de Naim, ordenando que o filho da viúva se levante do caixão? Esqueceram-se que Dorcas, que fazia vestidos para os pobres, se sentou e viu a Pedro depois de ter estado morta? E não se lembram de Eutico que caiu do terceiro piso abaixo, e foi levantado morto, mas, ante a oração de Paulo, foi ressuscitado de novo? Ou não voa sua imaginação ao tempo quando o envelhecido Elias se deitou sobre o menino morto, e a criança respirou, e espirrou sete vezes, e sua alma voltou a ele? Ou não leram que quando enterraram a um homem, tão rapidamente como tocou os ossos do profeta, reviveu, e se levantou sobre seus pés? Estes são presentes da ressurreição; uns quantos espécimes, umas quantas joias ocasionais que são lançadas no mundo para nos dizer quão cheia de joias da ressurreição está a mão de Deus. Ele nos tem dado provas de que é capaz de ressuscitar aos mortos pela ressurreição de uns quantos que depois foram vistos na terra por testemunhas infalíveis.

Templo do Espírito Santo

Mas agora devemos deixar estas coisas e devemos referi-los ao Espírito Santo a modo de confirmação da doutrina de que os corpos dos santos ressuscitarão de novo. O capítulo no qual encontrarão uma grande prova está na Primeira Epístola aos Coríntios, 6:13: “Mas o corpo não é para a fornicação, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo”. O corpo, então, é do Senhor. Cristo morreu, não somente para salvar minha alma, senão para salvar meu corpo. Se afirma que Ele “veio buscar e salvar o que se havia perdido”.

Quando Adão pecou perdeu seu corpo, e perdeu também sua alma; era um homem perdido, perdido por completo. E quando Cristo veio para salvar a Seu povo, veio para salvar seus corpos e suas almas. “Mas o corpo não é para a fornicação, senão para o Senhor”. Acaso é este corpo para o Senhor, e contudo, será devorado pela morte? Acaso é este corpo para o Senhor, e os ventos espalharão para bem longe suas partículas de onde nunca encontrarão a seus congêneres? Não! O corpo é para o Senhor, e o Senhor o terá. “E Deus, que levantou ao Senhor, também a nós levantará com seu poder”.

Agora vejam o verso seguinte: “Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo”? Não unicamente a alma é uma parte de Cristo, unida a Cristo, senão o corpo também o é. Estas mãos, estes pés, estes olhos, são membros de Cristo, se sou um filho de Deus. Sou um com Ele, não unicamente enquanto à minha mente, senão um com Ele enquanto à este corpo físico. O próprio corpo é tomado em união. A cadeia de ouro que ata a Cristo a Seu povo se estende ao redor do corpo e da alma também. Acaso não disse o apóstolo: “Os dois serão uma só carne. Grande é este mistério; mas eu digo isto com respeito de Cristo e da igreja”? (Efésios 5:31,32). “Os dois serão uma só carne”, e o povo de Cristo não somente é um com Ele em espírito senão que são “uma só carne também”. A carne do homem está unida com a carne do Deus-homem; e nossos corpos são membros de Jesus Cristo. Bem, enquanto viva a cabeça, o corpo não pode morrer; e enquanto Jesus viva, os membros não podem perecer.

Ademais, o apóstolo disse, no versículo 19: “Ou ignorais que vosso corpo é templo do Espírito Santo, o qual está em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois vossos? Porque foram comprados por preço”. Diz que este corpo é o templo do Espírito Santo; e quando o Espírito Santo mora em um corpo, não somente o santifica, senão que o torna eterno. O templo do Espírito Santo é tão eterno como o Espírito Santo. Pode-se demolir outros templos e seus deuses também, mas o Espírito Santo não pode morrer, nem “pode perecer Seu templo”. Acaso este corpo conteve uma vez ao Espírito Santo será pasto de vermes sempre? Não será visto mais, senão que será como os ossos secos do vale? Não, os ossos secos viverão, e o templo do Espírito Santo será edificado outra vez. Ainda que as pernas – os pilares – desse templo caiam, ainda que os olhos – suas janelas – se escureçam, e aqueles que veem através deles não vejam mais, contudo, Deus reconstruirá este tecido, iluminará outra vez os olhos, e restaurará seus pilares e renovará sua beleza, sim, “quando isto que é corruptível for revestido de incorrupção, e isto que é mortal for revestido de imortalidade”(1 Coríntios 15:53).

Mas o argumento fundamental com o que concluímos nossa prova é que Cristo ressuscitou dos mortos, e, em verdade, Seu povo também ressuscitará. O capítulo que lemos ao começo da reunião é prova de uma demonstração de que se Cristo ressuscitou dos mortos, todo Seu povo há de ressuscitar; que se não há ressurreição, então Cristo não ressuscitou. Mas não considerarei esta prova por muito tempo, pois eu sei que todos vocês sentem seu poder, e não há necessidade de que eu a exponha claramente.

Como Cristo ressuscitou, em realidade, dos mortos: carne e sangue, assim será para nós. Cristo não era um espírito quando ressuscitou dos mortos; Seu corpo podia ser tocado. Acaso Tomé não colocou sua mão em Seu flanco? E não lhe disse Cristo: “Apalpai-me, e vede; porque um espírito não tem carne e nem ossos, como veem que eu tenho”. E se ressuscitaremos como ressuscitou Cristo – e isso não é o que se nos ensina – então ressuscitaremos em nossos corpos, não como espíritos, não como excelentes coisas etéreas, feitos de não sei o quê, de alguma substância sumamente elástica e refinada, senão que “como o Senhor nosso salvador ressuscitou, assim todos os seus seguidores ressuscitarão”.

Ressuscitaremos em nossa carne, ainda que “não toda carne é a mesma carne”, ressuscitaremos em nossos corpos, ainda que não todos os corpos são os mesmos corpos; e ressuscitaremos em glória, ainda que não todas as glórias são as mesmas glórias. “Uma carne é a dos homens, outra carne é a das bestas”, e há uma carne deste corpo, e outra carne do corpo celestial. Há aqui um corpo para a alma, e outro corpo para o espírito do além; e contudo, será o mesmo corpo que ressuscitará de novo do sepulcro: o mesmo, digo, em identidade, ainda que não em glória ou em adaptação.

Pensamentos Práticos

Chego agora a alguns pensamentos práticos derivados desta doutrina, antes de passar a outras considerações.

Irmãos meus, que pensamentos de consolo há nesta doutrina, que afirma que os mortos ressuscitarão de novo. Alguns de nós estivemos parados junto à sepultura esta semana; e um de nossos irmãos, que serviu amplamente a seu Senhor em nosso meio, foi colocado no sepulcro. Ele foi um homem valente pela verdade, incansável nos trabalhos, abnegado no dever, e sempre preparado a seguir a seu Senhor – se trata do senhor Turner, da escola Lamb & Flag – e na máxima medida de sua capacidade, foi serviçal para a igreja. Agora, ali se viram algumas lágrimas derramadas: sabem a quê se deviam? Não houve uma só lágrima solitária que tenha sido derramada por sua alma. Não tivemos que recorrer à doutrina da imortalidade da alma para que nos desse consolo, pois a conhecíamos bem, estávamos perfeitamente seguros de que havia ascendido ao céu. O Serviço Funerário utilizado na Igreja da Inglaterra não nos oferece nenhum consolo relativo à alma do crente que partiu, e isso é sábio de sua parte, posto que está na bem-aventurança, senão que nos alenta recordando-nos a ressurreição prometida para o corpo; e quando falo em relação aos mortos, não é para dar consolo enquanto à alma, senão enquanto ao corpo. E esta doutrina da ressurreição tem consolo para os duvidosos em relação à mortalidade enterrada. Vocês não choram porque seu pai, irmão, esposa, esposo, tenha ascendido ao céu: seriam cruéis se chorassem por isso. Nenhum de vocês chora porque sua amada mãe está diante do trono, senão choram porque seu corpo está na sepultura, porque esses olhos já não podem sorrir-lhes, porque essas mãos não podem acariciar-lhes, porque esses doces lábios não podem pronunciar melodiosas notas de afeto. Choram porque o corpo está frio, e morto, semelhante ao barro. Vocês não choram pela alma.

Mas eu tenho um consolo para vocês. Esse mesmo corpo ressuscitará de novo; esse olho cintilará com força de novo; essa mão será estendida com afeto mais uma vez. Creiam-me, não estou dizendo-lhes nenhuma ficção. Essa mesma mão, essa mão real, esses braços frios, semelhantes ao barro, que penduram pelo lado e se caem ao ser levantados por vocês, sustentarão uma harpa um dia; e esses pobres dedos, agora gelados e duros, serão agitados ao longo das cordas vivas das harpas de ouro no céu. Sim, vocês verão esse corpo uma vez mais.

Seus pecados inatos requerem. Que sua carne veja o pó, mas assim como o Senhor seu Salvador ressuscitou, assim hão de fazê-lo Seus seguidores.

Isso não secará suas lágrimas? “Não está morto, senão que dorme”. Não está perdido, senão que é “semente semeada para que amadureça para a colheita”. Seu corpo está descansando por pouco tempo, banhando-se em especiarias, para que seja apto para os abraços de seu Senhor.

E aqui há consolo para vocês também, para vocês, pobres sofredores, que sofrem em seus corpos. Alguns de vocês são quase mártires que experimentam dores de um tipo ou de outro: dores lombares, gota, reumatismos, e todo tipo de tristes situações das que a carne é herdeira. Escassamente transcorre um dia sem que sejam atormentados com um sofrimento de algum tipo ou outro; e se não fossem o suficientemente néscios para estar auto receitando-se sempre, poderiam ter a cada momento ao doutor de visita na sua casa.

Aqui há consolo para vocês. Esse seu pobre corpo em ruínas viverá outra vez sem suas dores, sem suas agonias; esse pobre andaime trêmulo receberá o reembolso de tudo o que tem sofrido. Ah! Pobre escravo negro, cada cicatriz sobre suas costas terá uma franja de honra no céu. Ah! Pobre mártir, a crepitação de teus ossos no fogo lhe recompensará alguns sonetos na glória; todos os teus sofrimentos serão bem pagos pela felicidade que experimentarás além. Não tema sofrer no corpo, porque seu corpo participará um dia de seus deleites. Cada nervo se estremecerá de gozo, cada músculo se moverá pela bem-aventurança; seus olhos brilharão com o fogo da eternidade; seu coração palpitará e pulsará com bem-aventurança imortal; sua estrutura será o canal de beatitude; o corpo que agora é com frequência um copo de absinto, será um recipiente de mel, esse corpo que é por vezes um favo do qual se destila fel, será um favo de bem-aventurança para você. Recebam consolo, então, vocês que sofrem, que definham desfalecidos no leito: não tenham medo, pois seus corpos viverão.

A Doutrina do Reconhecimento

Mas quero extrair do texto uma palavra de instrução em relação à doutrina do reconhecimento. Muitos se perguntam perplexos se reconhecerão a seus amigos no céu. Bem, agora, se os corpos ressuscitarão dos mortos, não vejo razão alguma para que não os reconheçamos. Creio que conhecerei a alguns de meus irmãos, incluso por seus espíritos, pois conheço muito bem seu caráter, tendo falado com eles das coisas de Jesus, e conhecendo muito bem as partes mais proeminentes de seu caráter.

Mas também verei seus corpos. Sempre considerarei como um golpe contundente, a resposta à pergunta da Sr. Ryland do velho John Ryland. “Pensas que me conhecerás no céu”? “Vamos” – lhe respondeu – “te conheço aqui; e crês que serei mais insensato no céu do que sou na terra?” A pergunta está fora de toda disputa. Viveremos no céu com corpos, e isso decide o assunto. Iremos nos reconhecer uns aos outros no céu; podem tomar isso como um fato real, e não como uma simples fantasia.

Mas agora teremos uma palavra de advertência, e então haverei concluído com esta parte do meu tema. Se seus corpos habitarão no céu, lhes suplico que cuidem deles. Não me refiro a que tenham cuidado com o que comem e bebem, e com o que se vestirão, senão que refiro a que tenham cuidado de que seus corpos não sejam contaminados pelo pecado. Se essa garganta cantará para sempre os cânticos de glória, não permitam que palavras de imprudência a sujem. Se esses olhos verão ao Rei em Sua formosura, então essa será sua oração: “Aparta meus olhos, que não vejam a vaidade”. Se essas mãos sustentarão uma rama de palma, oh, então nunca receberão o suborno, nunca buscarão o mal. Se esses pés caminharão pelas ruas de ouro, então não deverão ser ligeiros para a maldade. Se essa língua falará para sempre de tudo o que Ele disse e fez, então não expressará coisas superficiais e frívolas. E se esse coração palpitará para sempre com bem-aventurança, lhes suplico que não o entreguem a estranhos; tampouco lhe permitam extraviar-se para o mal. Se este corpo viverá para sempre, que cuidado temos que lhe dar, pois nossos corpos são templos do Espírito Santo, e são membros do Senhor Jesus.

Agora, crerão nesta doutrina ou não? Se não creem, estão excomungados da fé. Essa é a fé do Evangelho; e se não creem nela, todavia não receberam o Evangelho. “Se Cristo não ressuscitou, vossa fé é vã; ainda estais em vossos pecados”. Os mortos em Cristo vão ressuscitar, e ressuscitarão primeiro.

A RESSURREIÇÃO DOS ÍMPIOS

Ressuscitarão os ímpios também? Aqui temos um ponto de controvérsia. Agora terei que dizer coisas duras: poderia detê-los um pouco, mas lhe peço que me escutem com atenção. Sim, os ímpios ressuscitarão.

A primeira prova nos é proporcionada na segunda Epístola aos Coríntios, 5:10: “É necessário que todos nós compareçamos ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba seguindo o que tenha feito enquanto estava no corpo, seja bom ou seja mal”. Agora, posto que todos temos que comparecer, os ímpios comparecerão, e receberão segundo o que tenham feito no corpo. Como o corpo peca, é natural que o corpo seja castigado. Seria injusto castigar a alma e não o corpo, pois o corpo esteve tão envolvido com o pecado como esteve a alma em todo momento.

Mas em qualquer lugar que vou agora ouço que se afirma: “Os ministros em tempos antigos eram propensos a dizer que havia fogo no inferno para nossos corpos, mas não é assim; é um fogo metafórico, um fogo imaginário”. Ah! Não é assim. Receberão as coisas feitas em seu corpo. Ainda que suas almas tenham de ser castigadas, seus corpos também serão castigados. Vocês que são sensuais e diabólicos, não se preocupam de que suas almas sejam castigadas, porque nunca pensam acerca de suas almas, mas se eu lhes falo de um castigo para o corpo, pensarão muito mais nele. Cristo disse que a alma será castigada, mas descreveu com maior frequência ao corpo em aflição para impressionar aos Seus ouvintes, pois sabia que eram sensuais e diabólicos, e que nada que não afetasse o corpo os tocaria no mínimo detalhe. “É necessário que todos nós compareçamos ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tenha feito enquanto estava no corpo, seja bom ou seja mal”.

Mas este não é o único texto que demonstra a doutrina, e lhes darei um que é melhor: Mateus 5:29: “Se teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros, e não que todo o teu corpo seja lançado ao inferno”. Não diz: “que toda a tua alma”, senão “todo o teu corpo”. Amigo, isto não diz que sua alma estará no inferno – isso é afirmado muitas vezes – senão que declara afirmativamente que seu corpo estará. Esse mesmo corpo que agora está parado no corredor, ou sentado no banco, se chegar a morrer sem Cristo, arderá para sempre nas chamas do inferno. Não é uma fantasia do homem, senão uma verdade que sua carne material e seu sangue, e esses próprios ossos sofrerão: “todo o teu corpo seja lançado no inferno”.

Mas se uma prova não te satisfaz, escute outra extraída do mesmo Evangelho, capítulo 10:28: “Não temais aos que matam o corpo, mas a alma não podem matar; temei antes ao que pode destruir a alma e o corpo no inferno”. O inferno será um lugar para corpos assim como para almas. Tal como observei, sempre que Cristo fala do inferno e do estado perdido dos ímpios, fala em todo momento de seus corpos; escassamente o encontram dizendo algo acerca de suas almas. Ele disse: “Onde o verme deles não morre”, que é uma figura de um sofrimento físico: o verme que tortura para sempre o íntimo do coração, como um câncer dentro da própria alma.

O fogo eterno

Ele fala do “fogo que não pode ser apagado”. Agora, não comecem a dizer-me que se trata de um fogo metafórico: a quem lhe importa isso? Se um homem me ameaçasse em dar-me um golpe metafórico na cabeça, pouco me preocuparia a respeito; seria bem-vindo para que me desse os golpes que quisesse. E que dizem os ímpios? “A nós não nos importam os fogos metafóricos”. Mas, amigo, são reais, sim, tão reais como você mesmo. Há um fogo real no inferno, tão certo como agora tens um corpo real, há um fogo exatamente igual em tudo ao que temos na terra, exceto nisso: que não se consumirá, ainda que lhe torturará.

Você já viu ao amianto quando está vermelho vivo dentro do fogo, mas quando o tiras, não se consumiu. De igual maneira seu corpo será preparado por Deus de tal maneira que arderá para sempre sem ser consumido; estará metido, não como você considera, em um fogo metafórico, senão em uma chama real. Tinha em mente nosso Salvador uma ficção quando disse que lançaria corpo e alma no inferno? Para que haveria um abismo se não houvesse corpos? Por quê o fogo, por quê as cadeias, se os corpos não fossem estar ali? Pode tocar o fogo à alma? Pode o abismo encerrar aos espíritos? Podem as cadeias atar às almas? Não, o abismo, o fogo e as cadeias são para os corpos, e os corpos estarão ali. Você dormirá no pó por pouco tempo.

Quando morra, sua alma será atormentada sozinha, isso será um inferno para ela, mas no dia do juízo seu corpo se unirá à sua alma, e então terá infernos gêmeos, corpo e alma estarão juntas, ambos repletos de dor, tua alma suando gostas de sangue pelos poros mais íntimos e teu corpo coberto de agonia da cabeça aos pés, consciência, juízo, memória, todos sendo torturados, ainda mais: sua cabeça sendo atormentada por dores dilacerantes, seus olhos saltando de suas órbitas com sangue e dor, seus ouvidos sendo atormentados com:

Melancólicos gemidos e lamentos profundos. E alaridos de torturados espíritos.

Seu coração palpitará precipitadamente pela febre; seu pulso se agitará em agonia à uma enorme velocidade, seus membros crepitarão no fogo como o dos mártires, mas não arderão; você mesmo, colocado em um recipiente de azeite fervente, estará dolorido, mas permanecerás sendo indestrutível, todas as suas veias se converterão em uma senda que será recorrida pelos pés ardentes da dor, cada nervo será uma corda sobre a qual o diabo tocará para sempre sua diabólica melodia do “Lamento Inarrável do Inferno”, tua alma doerá eternamente e para sempre, e seu corpo palpitará ao uníssono com sua alma.

Ficções, senhor! De novo o digo: não são ficções, e vive Deus que se trata de uma verdade sólida e severa. Se Deus é veraz, e esta Bíblia é verdadeira, o que tenho dito é a verdade, e descobrirão algum dia que assim é.

Um cavalheiro no Inferno

Mas agora devo ter um pequeno raciocínio com os ímpios sobre um ou dois pontos. Primeiro, argumentarei com aqueles de vocês que estão muito orgulhosos de seus atrativos corpos, e que se arrumam com excelentes ornamentos, e se tornam gloriosos em suas roupas. Há alguns de vocês que não têm tempo para a oração, mas têm tempo suficiente para escovar seus cabelos por toda uma eternidade; não têm tempo para dobrar seus joelhos, mas têm tempo abundante para tratar de parecer prontos e grandiosos. Ah, fina dama, tu que cuidas teu rosto muito bem maquiado! Lembra-te que do que alguém disse na antiguidade quando alçou uma caveira para contempla-la:

Digam a ela, que ainda que se cubra com uma polegada de pintura, a esta pele há de chegar ao fim.
.

E algo pior que isso: esse belo rosto será marcado com as garras dos demônios, e esse formoso corpo será unicamente o instrumento de tormento. Ah! Veste-se para o verme, altivo cavalheiro; se unja para as rasteiras criaturas do sepulcro; e ainda pior, venha ao inferno com seu cabelo pavoneado: “Um cavalheiro no inferno”, descende ao abismo com teus preciosos vestidos, senhor meu, vá além, para encontrar-se não mais alto que os demais, exceto talvez por uma tortura maior, e submergido mais profundamente nas chamas.

Ai, Já não nos convém desperdiçar aqui tanto tempo nas coisas menores, quando há tanto por fazer, e tão pouco tempo para fazê-lo, no que está relacionado à salvação das almas dos homens. Oh Deus, nosso Deus, livra aos homens de celebrar e de dar prazer aos seus corpos, quando somente estão engordando-os para o matadouro, e alimentando-os para que sejam devorados nas chamas.

Ademais, ouçam-me quando digo que estão gratificando às suas concupiscências: sabem que esses corpos cujas lascívias gratificamos aqui, estarão no inferno, e que terão as mesmas concupiscências no inferno que as que têm aqui? O libertino se apressa em dar prazer a seu corpo no que deseja, poderá fazer isso no inferno? Poderá encontrar um lugar ali no qual gratifique sua concupiscência e encontre indulgência para seu sujo desejo? Aqui, o bêbado pode despejar em sua garganta a taça intoxicante e mortal; mas, onde encontrará o licor para beber no inferno, quando a embriaguez será tão ardente sobre ele como o é aqui? Onde encontrará sequer uma gota de água para refrescar a língua ardente? O homem que ama aqui a glutonaria, será um glutão além, mas onde estará a comida que lhe satisfaça, quando ainda que sustentasse seu dedo no alto veria que os pães se distanciam, e não lhe será permitido que tome nenhum fruto? Oh, ter suas paixões, e contudo, não poder satisfazê-las! Encerrar um bêbado um sua cela e não dar-lhe nada de beber! Se lançaria contra a parede para conseguir o licor, mas não há licor para ele. O que farás no inferno, oh bêbado, com essa sede na garganta, e não podendo tragar nada senão chamas flamejantes que incrementam seu suplício?

E o que você fará, oh pessoa dissoluta, quando todavia quiser estar seduzindo a outros, mas não há nada com quem possa pecar? Falo claramente? Se os homens querem pecar, encontrarão homens que não se envergonhem para reprová-los. Ah, ter um corpo no inferno, com todas as suas concupiscências, mas sem o poder de satisfazê-las! Quão horrível será esse inferno!

Apelo

Mas escutem-me, todavia uma vez mais. Oh, pobre pecador, se visse que vais ao esconderijo do inquisidor para ser atormentado, não te pediria que te detivesses antes que atravessasses o umbral? E agora lhe estou falando de coisas que são reais. Se estivesse esta manhã sobre um cenário, e estivesse atuando estas coisas como se fossem fantasias, lhes faria chorar: faria chorar aos piedosos ao pensar quantos serão condenados, e faria chorar aos ímpios ao pensarem que serão condenados. Mas quando falo de realidades, não se comovem nem a metade do que o fariam as ficções, e estão assentados como o estavam antes que a reunião começasse.

Mas ouçam-me, enquanto afirmo de novo a verdade de Deus. Eu lhe digo pecador, que esses olhos que agora veem à luxúria, verão às aflições que lhe humilharão e atormentarão. Esses ouvidos que prestas agora para ouvir à canção da blasfêmia, ouvirão gemidos, e lamentos, e sons horríveis, que somente os condenados conhecem. Essa mesma garganta pela qual agora derramas bebida, estará cheia de fogo. Esses seus próprios lábios e braços serão torturados ao mesmo tempo. Vamos, se você tem uma dor de cabeça, correria ao seu médico; mas o que farás quando sua cabeça, coração, e suas mãos, e teus pés te doerem todos de uma só vez? Quando somente tens uma dor em teus rins, buscas aos remédios que te curam, mas o que farás quando a gota, o reumatismo, a vertigem e tudo o que é vil ataquem seu corpo de uma só vez? Como te comportarás quando for aborrecido com todo tipo de enfermidade, lepra, paralisia, obscuridade, podridão, quando seus ossos doerem, seu medula trema, cada membro que tens esteja cheio de dor; teu corpo um templo dos demônios e um canal de aflições? E prosseguirás às cegas? Como vai o boi ao matadouro, e como coxeia a ovelha à faca do carniceiro, o mesmo ocorre com muitos de vocês.

Senhores, vocês estão vivendo sem Cristo, muitos de vocês, são justos com justiça própria e ímpios. Alguns de vocês saiu esta tarde para tomar sua porção de prazer do dia; outro é um fornicador em segredo; outro pode enganar ao seu vizinho; outro pode maldizer a Deus de vez em quando; outro vem a esta capela, mas em segredo, é um bêbado; outro fala muito sobre a piedade, e Deus sabe que é um hipócrita desventurado. O que farás naquele dia quando estiveres diante do teu Criador? É pouco que teu ministro lhe censure agora; é pouco ser julgado pelo juízo do homem, o que farás quando Deus trovejar, não sua acusação, senão a sua condenação: “Apartai-vos de mim, malditos, ao fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos”?

Ah! Vocês que são sensuais, eu sabia que jamais lhes comoveria enquanto falasse acerca de tormentos para suas almas. Lhes comovo agora? Ah, não! Muitos de vós se irão e irão rir, e me chamarão, como recordo que me chamaram uma vez antes, “um clérigo do fogo do inferno”. Bem, vão; mas verão um dia ao pregador do fogo do inferno no céu, talvez, e vocês mesmos serão lançados fora, e olhando para baixo com um olhar réprobo, se puder, lhes recordarei que ouviram a palavra, e não a escutaram.

Ah, homens, é algo sem importância ouvi-la, será algo duro suportá-la! Agora me escutam insensíveis, será trabalho mais duro quando a morte se aferre a vocês e estejam queimando no fogo. Agora desprezam a Cristo, não lhe desprezarão então. Agora podem desperdiçar seus dias de Domingo; então, dariam mil mundos por um Domingo se pudessem tê-lo no inferno. Agora podem zombar e escarnecer; então, não haverá nem zombarias e nem escárnios; estarão gritando, e uivando, e chorando e pedindo misericórdia; mas:

Não se permitem atos de perdão na fria sepultura à qual nos apressamos; a escuridão, a morte e o grande desespero, reinam no eterno silêncio ali.

Traduzido com permissão de Allan Roman por Junior Rubira.