Há somente uma defesa segura contra o erro, a heresia e os falsos ensinos: a Palavra de Deus. Precisamos ler e estudar a Bíblia diariamente e nos tornar tão familiarizados com ela que, quando um falso ensino atravessar nosso caminho, ele nos incomode, com nossa compreensão da verdade. Quando isto acontecer, temos conhecimento suficiente das Escrituras para refutar o falso ensino, ou discernimento para saber que precisamos explorar mais o assunto para identificar onde exatamente ele contradiz a santa Palavra de Deus.
A Pirâmide
Satanás criou uma pirâmide de mentiras em torno da qual está construindo sua moderna igreja falsa — veja o diagrama a seguir. Essas mentiras ou heresias, onze ao todo, são a infraestrutura com base na qual uma fachada exterior de meias verdades, promessas e doutrinas atraentes estão sendo conectadas por uma equipe esperta de falsos profetas, charlatães e lobos terríveis.
Este documento destina-se a fornecer aos cristãos um conjunto de ferramentas que eles poderão usar para testar aquilo que está sendo ensinado para eles, seja em sua igreja local, em sua denominação, ou por meio da mídia "cristã". Como cristãos, somos instruídos a "examinar tudo e reter o bem". [1 Tessalonicenses 5:21].
Mesmo que você não concorde com todos os aspectos desta análise, ela deve fornecer evidência mais do que suficiente que uma enganação planejada está ocorrendo dentro da igreja, que essa enganação foi cuidadosamente planejada e que o objetivo final é a criação de um modelo de Cristianismo do Mundo Unificado que não tem poder para salvar ninguém.
Reconhecendo um Falso Ensino
Talvez a maior barreira para reconhecer um falso ensino é acreditar que ele nunca poderia fincar raiz em nossa igreja local e que os cristãos sinceros e bem intencionados que a frequentam nunca sabidamente propagariam um falso ensino. Mas, aqui está o problema! A maioria das pessoas não propaga sabidamente um falso ensino.
Precisamos distinguir entre a pessoa que origina um falso ensino — o lobo ou o enganador — e aquele que o propaga para os outros sem examiná-lo para verificar se tem validade nas Escrituras. Os lobos já sabem que aquilo que estão ensinando é contrário às Escrituras, mas seus ouvintes sem discernimento não sabem.
A mentira que ouvimos de nossos amigos — as pessoas em quem confiamos — é provavelmente a mais perigosa de todas. Por este motivo, é vital estar familiarizado com a anatomia das mentiras discutidas neste ensaio e saber como detectá-las e refutá-las, mesmo quando elas estão sendo propagadas ignorantemente por pessoas em quem confiamos e a quem respeitamos.
A Heresia da Teologia da Substituição
Nossa primeira candidata é a Teologia da Substituição, que ensina que a igreja substituiu Israel em todas as promessas de Deus. Essa heresia declara que, como os judeus rejeitaram seu Messias em Sua primeira vinda, Deus não tem mais planos para os filhos de Israel. Assim, todas as passagens bíblicas que se referem a Israel, tendo uma aplicação atual ou futura, são consideradas como relacionadas somente com a igreja.
Essa heresia perniciosa tem causado imenso prejuízo à igreja e à sociedade em geral. Ela é, sem dúvida, o fundamento sobre o qual o anti-semitismo foi criado e milhões de vidas destruídas. A Igreja Católica Romana tem sido uma ávida defensora dessa mentira desde os tempos antigos. Por exemplo, ela a usou para justificar a terrível carnificina das Cruzadas e fomentar o visceral anti-semitismo em toda a Europa, que levou depois ao Holocausto. Além disso, ela continua a usar essa doutrina até hoje para tentar tomar Jerusalém do povo judeu.
Esta mentira de quatro palavras — "a igreja substituiu Israel" — é provavelmente a mais perigosa heresia de todas, pois, além de consignar cerca de 25% da Bíblia à obscuridade alegórica, exerce um papel importante em facilitar muitas outras heresias.
Rejeitando a profecia bíblica sobre o fim dos tempos, a Teologia da Substituição solapa o ensino bíblico literal que Cristo retornará fisicamente para estabelecer o Reino na Terra e governar pessoalmente a partir de Jerusalém como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ela também rejeita, seja diretamente ou por implicação, muitas outras verdades sobre o fim dos tempos, como o arrebatamento da igreja e a aceitação profetizada pelos cristãos professos de todo o mundo de um falso evangelho, ecumênico-interfé, controlado por Roma.
O livro do Apocalipse não faz absolutamente sentido algum se a igreja substituiu Israel nas promessas de Deus. O livro do profeta Zacarias também não. Na verdade, mais de doze livros da Bíblia têm grandes declarações proféticas relacionadas com o fim dos tempos. Como virtualmente todas essas declarações se referem à terra de Israel, à cidade de Jerusalém ou ao povo judeu — e frequentemente a todos os três — não há um modo concebível em que elas possam ser aplicadas à igreja. Elas são específicas demais e interconectadas demais para terem aplicação para qualquer grupo que não seja o povo escolhido.
A enganação que fundamenta a Teologia da Substituição é extremamente poderosa, em grande parte por que é dirigida de forma sobrenatural. Cristo declarou em Mateus 23:39: "Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor." Satanás está determinado a garantir que o povo judeu, como uma nação, nunca proclame as seguintes palavras, que farão o chão tremer: Baruch haba b’shem Adonai. Portanto, ele está decidido a destrui-los completamente. Para conseguir isso, ele precisa fazer o resto do mundo se voltar contra o povo judeu. Essa doutrina corrupta forma uma parte fundamental de seu plano, pois oblitera todo o fundamento com base no qual a esperança do povo está baseada — isto é, as promessas proféticas do Deus da Aliança, que sempre mantém Sua palavra.
A Teologia da Substituição tem um domínio irracional sobre aqueles que a defendem. Por exemplo, tanto Lutero quanto Calvino continuaram a ensinar essa doutrina, mesmo depois de terem rejeitado muitas das outras doutrinas pervertidas ensinadas por Roma. A despeito do cumprimento subsequente de importantes profecias bíblicas — o reestabelecimento da nação de Israel em 1948 e a recaptura de Jerusalém em 1967 — a vasta maioria dos cristãos professos ainda hoje adere à visão gravemente errônea que Israel perdeu seu papel distintivo no plano profético de Deus.
Deus não abandonou Seu povo escolhido! Ele também não abandonou Sua cidade escolhida. A Bíblia afirma repetidamente que Deus escolheu Jerusalém dentre todas as cidades como a capital de Seu reino terreal. Todas as promessas de Deus enfocam de um modo ou outro aquela cidade e, em sua glória distintiva, como o local onde Seu Filho reinará eternamente. Você acha por um momento que Satanás conseguirá tomar essa cidade do Senhor Soberano de toda a Criação? Você acredita seriamente que há alguma coisa que possa estorvar as intenções declaradas do Deus Vivo? Aqueles que aderem à Teologia da Substituição colocam mais confiança em Satanás e em suas reivindicações absurdas do que colocam na pura Palavra de Deus.
Considere os termos íntimos como o Senhor se refere a Jerusalém, a cidade que escolheu para sempre para seu Filho unigênito:
- A cidade do SENHOR dos Exércitos (Salmos 48:8)
- Coroa de glória (Isaías 62:3)
- Diadema real (Isaías 62:3)
- Porta do meu povo (Miquéias 1:9)
- Grande entre as nações (Lamentações 1:1)
- Princesa entre as províncias (Lamentações 1:1)
- Meu santo monte (Ezequiel 20:40)
- O santuário das moradas do Altíssimo (Salmos 46:4)
- Consagrada ao SENHOR (Jeremias 31:40)
- A casa do Deus de Jacó (Isaías 2:3)
- A casa do SENHOR (Salmos 27:4)
- A Sião do Santo de Israel (Isaías 60:14)
Uma lista mais completa pode ser encontrada no Apêndice B.
Esses títulos e descrições — mais de quarenta no total — expressam com força formidável a natureza irrevogável da promessa que o Senhor fez para Sua santa cidade, "a Sião do Santo de Israel".
O livro do profeta Jeremias na verdade aplica o mesmo nome ao Messias no verso 23:6 que aplica a Jerusalém no verso 33:16 — "O SENHOR é a nossa justiça". Uma identificação desse tipo, entre o vindouro Messias e Sua santa cidade, é uma proclamação gloriosa e inequívoca do propósito imutável de Deus.
A Heresia da Evolução
Embora a maioria dos cristãos rejeite a bobagem pseudocientífica conhecida como Evolução Darwiniana, muitos subscrevem a uma versão igualmente sem sentido conhecida como Projeto Inteligente (ou Design Inteligente). Eles são atraídos para essa heresia por que ela os libera da necessidade de reconciliar o livro do Gênesis com a seita do Darwinismo. Em vez de enfrentar o Darwininsmo de frente e expor suas mentiras por aquilo que elas são, eles fabricam uma fábula pseudocientífica de sua própria criação. De acordo com o modelo do Projeto Inteligente, Deus escolheu exercer Seu poder soberano como Criador somente de acordo com o sistema de passos trôpegos ensinados pelos darwininistas. Ao fazerem isso, eles rejeitam o testemunho simples do Gênesis e o transformam em uma alegoria que não pode se conformar, mesmo em sua forma geral, com o modelo do Projeto Inteligente. Em resumo, o Projeto Inteligente é uma combinação confusa de teologia sem base nas Escrituras e alquimia medieval.
Se um cristão não pode acreditar no relato da Criação que é dado na Palavra de Deus, então é muito provável que seu comprometimento com muitos outros elementos da verdade bíblica sejam igualmente tímidos, ou afetados pela descrença. Em vez de aceitar aquilo que o Senhor já declarou de forma bem clara, esse cristão prefere alegorizar os eventos que os céticos e os materialistas consideram ofensivos. Entre esses estão elementos importantes na narrativa bíblica, como a multiplicação das línguas na Torre de Babel, a separação das águas do Mar Vermelho, a provisão do maná ao longo de um período ininterrupto de 40 anos, o livramento de Jonas, o Dilúvio mundial, a ascensão de Elias e a destruição de Sodoma e Gomorra.
Embora a ciência tenha feito muitas descobertas edificantes sobre o mundo que está ao nosso redor, ela tem sido dominada desde o início por homens que desprezam o Deus do livro de Gênesis e que se satisfazem somente com as "explicações" que diligentemente excluem Deus. Mesmo antes do advento da ciência conforme a conhecemos, os homens sempre preferiram as explicações baseadas na magia e em uma multiplicidade de deuses, em vez de reconhecerem um Criador onipotente e soberano. Segundo os darwinianos, uma nova espécie evolui somente por meio de uma longa série de processos puramente aleatórios, embora o senso comum — e a própria ciência — diga que os eventos aleatórios sempre resultam em deterioração e perda de informações. Na realidade, os evolucionistas atribuem aos "processos aleatórios" exatamente o mesmo poder misterioso da transmutação que os alquimistas medievais atribuíam à magia.
Aqui está uma experiência mental simples para ilustrar o que quero dizer. Quebre um ovo, bata e depois derrame-o em um jarro. Em seguida, sele e mantenha o jarro fechado durante 100 milhões de anos. O ovo irá se transformar em uma galinha durante esse tempo? O darwinianos insistem que isso pode acontecer, pois todos os ingredientes necessários para formar uma galinha já estão presentes. Com tempo suficiente os processos aleatórios necessários poderão ocorrer. É triste dizer, mas este é o tipo de loucura que passa por "ciência" entre os evolucionistas.
A Teoria da Grande Explosão, de como o universo veio a existir, é outra explicação pseudocientífica da Criação, onde fenômenos incrivelmente complexos são explicados por uma combinação sofisticada de mágica estatística e física especulativa. Os modelos matemáticos usados como base para suas conclusões têm tanto em comum com o mundo real quanto os desenhos animados infantis na televisão. As muitas contra-evidências devastadoras são simplesmente ignoradas. Por exemplo, se a Teoria da Grande Explosão estiver correta, então o universo deveria conter quantidades iguais de matéria e antimatéria, quando este claramente não é o caso.
A Evolução não pode funcionar em escala alguma, seja cósmica ou microscópica, sem milhares, talvez milhões, de momentos mágicos em que, em violação a todas as leis científicas conhecidas, tudo acontece fortuitamente, exatamente como deve acontecer.
Qualquer teoria, independente de quão absurda ela possa ser, adquirirá certa dose de credibilidade científica se suposições suficientes forem feitas em seu favor. Hoje, os padrões mais rudimentares de rigor científico estão sendo colocados de lado para acomodar teorias que refutam o relato apresentado no Gênesis. Se os mesmos padrões de integridade científica fossem aplicados à Biologia evolucionária como se aplicam, por exemplo, no campo da Engenharia Eletrônica, seus principais proponentes seriam condenados à prisão por fraude.
Onde está o extenso registro fóssil que deveria substanciar o trabalho da Evolução? Ele não existe. Onde estão as incontáveis espécies transicionais que deveriam proliferar se a Evolução estivesse ocorrendo? Não existe uma única sequer. Onde estão os mecanismos que garantem que somente as mutações genéticas benéficas são transmitidas às gerações posteriores? Também não existem. Poucos comentaristas estão preparados para enfrentar a realidade simples que a Evolução é uma fraude científica e que muitos de seus principais proponentes são mentirosos descarados. Satanás promove uma cosmovisão evolucionária não apenas por que ela zomba do Deus da Criação, mas por que uma pessoa que esteja enlaçada na mentalidade evolucionista pode ser levada a acreditar em quase qualquer coisa, por mais ilógica e tola que possa ser.
Considere as implicações para a erudição bíblica. Se os homens puderem ser convencidos a acreditarem que a Bíblia foi primeiro concebida e depois escrita em um determinado tempo e lugar — e que é, portanto, um produto da evolução cultural — então a verdade que ela se propõe a conter tem de ser relativa. Isto é similar a dizer que a própria verdade está evoluindo. E isto é exatamente o que Satanás quer, uma forma fluida e não doutrinária de Cristianismo, em que a verdade bíblica possa ser reinterpretada, redefinida e até emendada para se adequar às "necessidades" do homem moderno.
Algumas das principais ramificações do Cristianismo apóstata — como a Igreja Emergente, a Nova Reforma Apostólica e a Igreja com Propósitos — já estão fazendo isto. Elas ensinam um ramo de Cristianismo que está evoluindo continuamente e cuja forma final será determinada pelas revelações, compreensões e convicções de seus líderes. De fato, o objetivo declarado é redefinir completamente o Cristianismo e produzir uma Reforma similar àquela realizada por Lutero e seus contemporâneos. Logicamente, a grande diferença é que Lutero procurou liderar os homens na volta para a Bíblia e para longe de Roma, enquanto que os reformadores modernos querem levar os homens para longe da Bíblia e de volta para Roma.
A Heresia do Espírito-É-Poder
Esta heresia declara que todo cristão deve ser capaz de manifestar os mesmos sinais e maravilhas que os apóstolos realizaram após o Pentecostes.
Todos os cristãos verdadeiros sabem que o Deus Vivo pode realizar sinais e maravilhas miraculosos em nosso mundo hoje, mas que Ele somente faz isso de acordo com Sua vontade soberana e não de acordo com a vontade do homem. Assim, quando alguém presume instruir Deus sobre como e quando realizar milagres, mesmo que em um grau bem pequeno, ele cruzou uma linha. Em um único passo, ele se moveu de um estado de humildade e obediência para um estado de orgulho e rebelião.
A heresia do Espírito-É-Poder foi criada por Satanás para atrair o maior número possível de cristãos a cruzar essa linha, e fazê-los contestar em algum grau, por menor que seja, a soberania de Deus.
Em sua forma mais popular, esse movimento ensina que os cristãos verdadeiros recebem uma unção especial do Espírito Santo algum tempo depois de sua salvação — talvez meses ou anos mais tarde — e que essa unção confere certos dons carismáticos, incluindo o dom das línguas, o dom das curas ou o dom da profecia. O movimento baseia-se na falsa suposição que todos os crentes, quando capacitados pelo Espírito Santo, adquirem um "poder" similar ao dos apóstolos escolhidos por Cristo. Exatamente como os apóstolos podiam aparentemente exercitar esses dons quando desejavam, assim também deve cada um desses cristãos "avançados" com sua "segunda unção".
Várias vezes somos instruídos na Palavra de Deus que "o justo viverá pela fé" — Habacuque 2:4, Romanos 1:17, Gálatas 3:11 e Hebreus 10:38 — mas um número muito grande de seguidores da Igreja Pentecostal e do Movimento Carismático rejeitam isto. Eles argumentam — falsamente — que se uma pessoa tem fé real, então será preenchida pelo Espírito e manifestará sinais e maravilhas miraculosos. Todavia, a Bíblia não diz isto! João Batista, que foi cheio do Espírito Santo desde o ventre materno (Lucas 1:15), não realizou milagre algum durante toda sua vida. Nem um sequer (veja João 10:41).
Os líderes do movimento moderno dos sinais e maravilhas teriam repreendido João Batista por sua deplorável falta de fé!
Há tanta confusão doutrinária dentro desse movimento, tanto auto-engano, extravagâncias emocionais e fraudes claras, que é frequentemente difícil argumentar com alguém que siga esse movimento. Afinal, o indivíduo escolheu confiar principalmente nas experiências do que nas Escrituras para confirmar e validar seu relacionamento com Cristo. Se ele perder essas experiências, então sua "fé" simplesmente evapora e ele não tem onde se firmar. Portanto, ele precisa continuamente correr atrás de novas experiências e buscar a companhia e testemunho estimulador de outros indivíduos igualmente incansáveis que compartilham de sua sede por sinais e maravilhas.
Na busca contínua por evidência das experiências milagrosas, eles ignoram a terrível advertência que Cristo fez com relação a todos esses indivíduos: "Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se." [Mateus 16:4]. Observe que Cristo não os descreve como enganados, mal-orientados, ou desinformados. Não, Ele foi muito mais fundo e os descreveu como maus e adúlteros. Observe também que a impiedade deriva, não dos sinais propriamente, mas da busca por eles.
A palavra "adúltera" neste contexto significa idólatra. A idolatria é extremamente ofensiva a Deus. Portanto, quando homens tolos presumem ter a capacidade de "invocar" o "espírito" e direcioná-lo para realizar sua vontade, eles não são diferentes dos xamãs, iogues e gurus da Nova Era.
A heresia Espírito-É-Poder trata o Espírito Santo como uma energia ou uma força, exatamente como os gnósticos faziam. Usando a técnica correta, o sujeito acredita que pode se apropriar dessa força e usá-la para um propósito espiritual. Entretanto, a Bíblia não ensina nada desse tipo. Ela nos diz, ao contrário, que o Espírito Santo é uma pessoa e que realiza a vontade do Pai — e somente a do Pai. O espírito que os buscadores de sinais extremos contactam em seus estados similares a transes é outro espírito totalmente diferente, um espírito imundo e enganador que é capaz de produzir falsificações convincentes de fenômenos miraculosos.
O movimento de sinais e maravilhas ignora deliberadamente a clara declaração em Hebreus que, além do exercício dos dons do Espírito Santo, todos os sinais, maravilhas e milagres realizados pelos apóstolos e por aqueles que ouviram a Cristo pessoalmente estavam sujeitos totalmente à vontade de Deus e tinham o único objetivo de confirmar e produzir testemunho da verdade do Evangelho da salvação que eles pregavam:
Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?" [Hebreus 2:3-4].
Os cristãos que sofrem com o desejo ardente de ver sinais e maravilhas são geralmente muito resistentes à ideia que possam estar sendo enganados. Eles assumem que, como cristãos, o único espírito que eles podem possivelmente contactar é o Espírito Santo. Mas, eles estão enganados. A Palavra de Deus nos adverte que precisamos testar os espíritos para ver se eles são de Deus:
Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." [1 João 4:1].
Isto implica claramente que podemos ser enganados se não formos cuidadosos. Lamentavelmente, muitos cristãos interpretam os "resultados", ou manifestações, como prova de que aquilo que estão fazendo tem base nas Escrituras. Eles se esquecem que Satanás e suas hordas de anjos caídos podem convincentemente duplicar muitos desses sinais. Falar em línguas é um sinal incrivelmente fácil para um agente demoníaco imitar — e esta é a razão por que o fenômeno ocorre frequentemente em muitas ramificações da feitiçaria e do paganismo, incluindo Vodu haitiano, Santeria cubana, Candomblé, Hinduísmo e várias religiões animistas.
Os dons do Espírito ainda existem hoje, mas são apenas isto, dons — não direitos. Não podemos exigir de Deus esses dons. Não existe uma técnica que possamos usar para induzi-los. Nosso Pai Celestial nos dá aquilo que necessitamos e não aquilo que queremos. A grande tragédia do movimento Espírito-É-Poder é que ele transformou muitos crentes em versões modernas de Simão Mago, que pensou que havia algo que ele podia fazer para adquirir o poder sobrenatural (Atos 8). Ele ofereceu prata aos apóstolos, mas foi severamente repreendido por Pedro. O Simão Mago moderno talvez não ofereça prata, mas seu objetivo é o mesmo e ele frequentemente pratica um ritual prolongado para obter por "devoção", orações repetitivas e intensidade emocional aquilo que Simão Mago tentou obter por dinheiro.
A "segunda" unção — conforme ensinada pelo movimento Espírito-É-Poder — é uma enganação. Ela nega a verdade maravilhosa que todos que vêm a Cristo são abençoados com a habitação do Espírito Santo no momento em que eles são salvos. Todos os crentes em Cristo são sacerdotes e todos prestam contas ao mesmo Sumo Sacerdote, nosso Salvador Jesus Cristo. Considere Efésios 1:3: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo."
Portanto, quantas bênçãos espirituais foram retidas dos cristãos nascidos de novo? A Palavra de Deus deixa isto perfeitamente claro. A resposta é: nem uma sequer. Oswald Chambers coloca seu dedo na carnalidade da busca de sinais por parte de cristãos nascidos de novo quando diz:
Deus fez o homem para ter domínio sobre os animais do mar, do ar e da terra, mas Deus é quem deve ter domínio sobre o homem. Adão pecou ao reivindicar direito sobre si mesmo (isto é, Adão pecaminosamente reivindicou domíno sobre si mesmo). Essa reivindicação ao meu direito a mim mesmo opera naqueles que são nascidos de novo e é chamada de 'mente carnal'. Ela se expressa da seguinte forma: 'Quero o batismo do Espírito Santo, quero ser santificado, quero ser cheio do Espírito, quero ser usado por Deus.' Tudo isto jorra da mesma fonte e não vem do lugar certo. Quando recebemos, reconhecemos e dependemos do Espírito Santo, tudo isto cessa definitivamente." — Oswald Chambers, If Thou Wilt Be Perfect… (ref. 1 João 5:8-12)
Os doze apóstolos, juntamente com Paulo, receberam dons excepcionais como evidência de seu apostolado, da autoridade e ministério singulares que lhes foi conferido por Cristo. "Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas." [2 Coríntios 12:12]. Esses "sinais do apostolado" precisam ter sido dados unicamente aos apóstolos (e, aparentemente, a um número pequeno de discípulos a quem eles ungiram), pois caso contrário, teriam sido uma fonte de confusão — e Deus não é o autor da confusão. Isto significaria que todo crente que manifestasse esses sinais tinha recebido o mesmo mandato de Cristo, como os apóstolos, quando claramente eles não receberam.
Os doze apóstolos foram o próprio fundamento com base em que a igreja foi edificada. "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina." [Efésios 2:20]. O fundamento, depois de lançado, não pode ser lançado novamente. Os sinais validaram o ministério deles e capacitaram os crentes sinceros a verificarem que o Evangelho que os apóstolos ensinavam era o mesmo Evangelho ensinado pelo próprio Cristo e não uma das muitas versões falsificadas que estavam sendo ensinadas pelos "lobos cruéis" (Atos 20:29).
A Palavra de Deus marca a estatura verdadeiramente especial dos doze apóstolos quando declara, no livro do Apocalipse, que os fundamentos do muro da Cidade Eterna, a Nova Jerusalém, terão os nomes dos doze apóstolos inscritos neles: "E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro." [Apocalipse 21:14]. Aqueles doze homens serão honrados por toda a eternidade dessa forma especial como o fundamento da igreja.
Sabemos com certeza que os doze não incluem Paulo, o apóstolo dos gentios, por causa de duas passagens nos Evangelhos. Referindo-se ao aparecimento de Cristo aos apóstolos no domingo da Ressurreição, João 20:19-24 diz: "Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor... Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus", enquanto que Lucas 24:33 diz: "E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que estavam com eles." Observe que Tomé estava ausente, porém onze apóstolos estavam presentes. Isto significa que o substituto para Judas, chamado Matias, devia estar presente e seu futuro apostolado foi confirmado. (Veja também 1 Coríntios 15:5-8).
Além dos apóstolos e de Barnabé (Atos 15:12), somente dois indivíduos nomeados realizaram milagres após o Pentecostes — os discípulos Estêvão e Filipe. Parece que cada um deles recebeu uma unção especial para esse propósito dos apóstolos. Ambos eram membros de um grupo selecionado de sete discípulos que receberam a incumbência de distribuir donativos para as viúvas dentre os gentios. Aparentemente, os outros cinco tinham recebido uma unção similar, pois as Escrituras registram os nomes de todos os sete — Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau — e declara: "E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos."
É claro que a continuação de um ministério baseado em sinais após o tempo dos apóstolos não era parte do plano de Deus — "O justo viverá pela fé." Os registros históricos do período pós-apostólico imediato, quando todos esses sinais diminuíram consideravelmente, confirmam bem isto.
A heresia gnóstica do Espírito-É-Poder está causando muito dano à igreja. Ao dar um status especial para sinais que Satanás pode facilmente imitar, essa heresia preparou o caminho para os grupos heréticos modernos, como a Nova Reforma Apostólica e sua busca obsessiva por aqueles fenômenos que as Escrituras dizem que caracterizarão a chegada do Anticristo: "A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira." [2 Tessalonicenses 2:9].
A Heresia de "Não Fazer Julgamentos"
A primeira heresia que examinamos, a Teologia da Substituição, exerce um firme controle sobre as igrejas bíblicas há mais de 300 anos. A segunda, a Evolução, estabeleceu-se nas décadas após a publicação do livro A Origem das Espécies, de Darwin, em 1859, enquanto que a terceira, o movimento Espírito-É-Poder, começou a se propagar rapidamente após o ano 1900. O intervalo entre cada heresia está se tornando cada vez mais curto.
A heresia seguinte, a de Não Fazer Julgamentos, apareceu somente 40 anos mais tarde. Ela começou com uma ampla rejeição ao princípio bíblico da separação. Isto requer, entre outras coisas, que os cristãos façam uma clara distinção e, portanto, uma clara separação, em todos os aspectos de suas vidas, entre os caminhos do mundo e os caminhos de Deus. Ela é bem expressa nas palavras de Tiago 4:4: "Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus."
A prática de ver o mundo desse modo foi retratado cada vez mais como uma barreira para o evangelismo. A separação foi condenada como elitismo e um sinal de fraqueza. Os neo-evangélicos nos EUA argumentaram que a comunicação eficaz do Evangelho requeria que os crentes cultivassem um maior contato com o mundo e com seus caminhos. Afinal, se os cristãos são fortes em sua fé, então devem ser capazes de se misturar com o mundo e demonstrar a durabilidade e força de seus valores espirituais. Esse argumento sem base bíblica se estabeleceu e o princípio da separação bíblica foi colocado de lado. Depois que isso aconteceu, as condições se tornaram maduras para a chegada de uma nova e destrutiva heresia, conhecida como "Não Fazer Julgamentos".
Este falso ensino tem sido explorado descaradamente há várias décadas por diversos movimentos e seitas, de forma a silenciar qualquer um que se atreva a comparar e contrastar suas crenças e práticas com as verdades imutáveis das Escrituras. A Igreja Emergente prospera com base nessa mentira, bem como o Movimento Ecumênico e Interfé. Qualquer um que faça perguntas difíceis é acusado de querer julgar e de ser divisivo, de não permitir aos outros o direito de interpretar a Palavra de Deus para si mesmos.
Esta atitude é reforçada por práticas que transmitem a impressão que a Bíblia é, em certo sentido, culturalmente relativa. Uma dessas práticas é o exercício católico romano da Oração Centrante (Lectio Divina), em que os fiéis são incentivados a se sentarem juntos em silêncio e repetirem inúmeras vezes um verso das Escrituras em suas mentes de modo a descobrirem "o que isto significa para mim".
Lamentavelmente, a interpretação subjetiva das Escrituras — "o que isto significa para mim" — é profundamente irrelevante. O que precisamos é, por meio do estudo paciente da Palavra de Deus, chegar a uma clara compreensão do que ela realmente significa, não "o que isto significa para mim". A Bíblia é um registro da verdade objetiva, não uma narrativa poética cujo significado varia de acordo com a experiência, circunstância e sensibilidade de cada um.
É uma prova do estado falido do Evangelicalismo hoje que uma prática pagã como a Oração Centrante esteja sendo adotada pelos cristãos evangélicos. Alguns defensores dessa prática insidiosa até mesmo recomendam que os cristãos escolham uma única palavra das Escrituras e a repitam por um período considerável de tempo, aparentemente com vistas a se tornarem mais "centrados" e em silêncio interior. Isto não é diferente da repetição de mantras, uma prática bem conhecida dos politeístas, xamãs e iogues. Quando os cristãos adotam práticas desse tipo, a capacidade deles de exercer discernimento e julgamento sólido é fatalmente afetada. Qualquer um que esteja preparado para se sentar em silêncio e repetir mentalmente a mesma palavra centenas, ou milhares de vezes, de modo a se aproximar de Deus, pode corretamente ser comparado aos hippies dos anos 1960s, que mascavam ervas alucinógenas.
As Escrituras nos instruem a expor e repreender o falso ensino de todos os tipos: "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina." [2 Timóteo 4:2]. Mas, não podemos redarguir, repreender e exortar sem julgar os outros! O apóstolo continua e adverte: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências." [2 Timóteo 4:3]. Paulo sabia que os estágios finais da Época da Igreja seriam caracterizados por um agudo aumento no número de cristãos nominais, que se recusariam a aceitar a autoridade absoluta das Escrituras, e que preferiram, em vez disso, fabricar sua própria versão pessoal de Cristianismo: "e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." [2 Timóteo 4:4]).
Os defensores da heresia de "Não Fazer Julgamentos" criaram diversos bordões para esconder a deficiência bíblica em suas posições. O principal desses é: "Nas questões essenciais, unidade; não não essenciais, liberdade; em todas as coisas, amor.".
Quem deve decidir quais doutrinas são essenciais e quais não são? Não é bíblico fazer uma distinção desse tipo. Os aderentes da heresia de Não Fazer Julgamentos não aceitam que tudo na Bíblia é essencial. Edificante, talvez, porém não essencial. Por outro lado, os cristãos genuínos reconhecem que, embora nem todos os versos sejam de igual importância, eles são todos de alguma importância e não podem ser divididos em dois grupos, essenciais e não essenciais.
Os que aderem à heresia de Não Fazer Julgamentos afirmam que as únicas doutrinas realmente essenciais são aquelas que não podem ser rejeitadas sem destruir a própria base do Cristianismo. Entre elas se incluem a Doutrina da Trindade, o nascimento virginal de Cristo, a divindade e humanidade de Cristo, o caráter imaculado de Cristo, Sua morte expiatória, sepultamento e ressurreição física. Eles dizem que desde que uma pessoa aceite essas doutrinas essenciais, ela tem a liberdade de interpretar todas as outras doutrinas e ensinos de acordo com sua própria perspectiva e experiência. Mas não tem!
Cristo, a Palavra Viva, nos mandou crer e observar tudo aquilo que Ele nos ensinou. Como a Bíblia é o ensino de Cristo em sua totalidade, cada palavra na Bíblia é uma palavra de letra vermelha. Somos instruídos a estudar e compreender, respeitar e preservar cada verso sem exceção. Não temos a autoridade nem a capacidade de condensar parte alguma da Santa Palavra de Deus ou de quebrá-la em duas partes, uma essencial e outra não essencial. Portanto, quando nosso grande Sumo Sacerdote diz: "Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!" (Lucas 24:25), Ele quer dizer exatamente isto o que disse. E isto significa levantar nossa voz quando qualquer parte de Sua Santa Palavra for barateada, adornada com adições fictícias, ou negligenciada. Precisamos exercer o verdadeiro julgamento e falar a verdade com graça e paciência, vigorosa e repetidamente desafiando qualquer um que professe ser cristão, porém elabora ou promove doutrinas e ensinos que estão em conflito com a verdade bíblica.
A Heresia da Palavra da Fé
A heresia da Palavra da Fé ensina que nossas palavras e pensamentos podem moldar a realidade e que, escolhendo palavras e pensamentos corretos, e infundindo-os com fé suficiente, podemos criar um mundo melhor para nós mesmos. Ela ensina que o homem tem o direito de reivindicar os benefícios que advêm do exercício correto dessas técnicas, que Deus quer que sejamos felizes e prósperos e que os cristãos são fracos somente por que deixam de reivindicar aquilo que por direito lhes pertence.
A Palavra da Fé utiliza fortemente a visualização, o Pensamento Positivo e o uso de fórmulas verbais para efetivar mudanças no mundo de acordo com a vontade do indivíduo. Em resumo, ela é um sistema de magia. A maior parte desse ensino foi desenvolvida a partir dos escritos de autores gnósticos e pagãos do século 19, notavelmente In Tune with the Infinite (Em Sintonia com o Infinito), de Ralph Waldo Trine, as obras da Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy, e dos metafísicos do Novo Pensamento, que acreditavam que a imaginação do homem era a fonte de toda a criatividade, cura e poder. Esses ensinos foram, por sua vez, adotados e receberam um verniz cristão mais convincente por E. W. Kenyon, que distorceu as Escrituras para se encaixarem em sua cosmovisão mágica. Praticamente todos os instrutores da Palavra da Fé hoje usam conceitos e ideias refinadas por Kenyon. Eles enriqueceram um pouco mais seu produto por meio da incorporação da Psicologia motivacional, do auto-aprimoramento, e com elementos da ideologia do Pensamento Positivo desenvolvida pelo pastor e maçom de grau elevado Norman Vincent Peale.
Exatamente do mesmo modo como o movimento Espírito-É-Poder retrata o Espírito Santo como uma substância que pode ser moldada e dirigida por nossa vontade humana, o movimento Palavra da Fé transforma a fé em uma substância que os cristãos podem usar para moldar uma vida melhor para si mesmos. Em vez de ensinar fé no poder de Deus, eles estão ensinando que a fé em si mesma é um poder.
A ambiguidade, artifício e evasão são fenômenos recorrentes na Pirâmide de Mentiras. A Palavra da Fé e outros movimentos similares podem utilizar a mesma terminologia que os crentes bíblicos, mas muitas de suas palavras, especialmente aquelas associadas com elementos-chave da doutrina cristã, têm um significado ligeiramente diferente. A fé não é a fé bíblica; a graça não é a graça bíblica; pecado não é o pecado conforme definido na Bíblia. Algumas vezes, a diferença pode ser significativa.
Os lobos e os enganadores rotineiramente usam truques desse tipo para disfarçar suas mentiras. Eles sabem que a maioria de seus ouvintes acreditará naquilo que eles dizem com base em que se algo soa bem, então deve necessariamente estar correto e, mesmo que não seja perfeitamente correto, não poderá lhes fazer mal. Muitas dores e dificuldades poderiam ser evitadas se os cristãos simplesmente examinassem o modo como líderes inovadores e excêntricos estão adaptando os termos bíblicos básicos para seus próprios propósitos.
A mentira final, geralmente não pronunciada, que está por trás da filosofia Palavra da Fé, é que o homem é um deus. Considere as seguintes afirmações absurdas feitas pelo cacique da Palavra da Fé, Kenneth Hagin, em seu livro Zoe: The God-Kind of Life (1981):
Ele (o homem) foi criado em termos de igualdade com Deus e poderia se colocar na presença de Deus sem qualquer consciência de inferioridade... Isto significa que Deus nos fez similares a Ele tanto quanto possível. Ele nos fez à sua imagem e à sua semelhança. Ele nos fez da mesma classe de ser que Ele próprio é... Deus tomou algo de Si mesmo, que era espírito, a vida de Deus, e colocou no homem... Ele (Adão) vivia em termos de igualdade com Deus...
Deus fez o homem um homem de fé, pois o homem pertence à classe de Deus. Um homem de fé vive no reino criativo de Deus. Este é o fim da mensagem da fraqueza!
... Não é de se admirar que Smith Wigglesworth tenha dito: 'Sou mil vezes maior por dentro do que sou por fora.' Ele compreendeu que era um ser humano-divino e que a parte divina era mil vezes maior do que a parte humana... Isto é o que somos; somos Cristo!" [Ênfase adicionada]
Kenneth Hagin afirma descaradamente que o homem não é inferior a Deus, mas que é um ser criado da mesma classe do próprio Deus, exercendo poder no reino criativo por meio da fé. Observe também sua arrogante afirmação que "Este é o fim da mensagem da fraqueza!" Obviamente, essa é a mensagem do Evangelho, a mensagem que o homem não redimido é uma criatura caída que se rebelou contra seu Criador e que agora está morto em ofensas e pecados. Hagin e seus seguidores rejeitam a "mensagem da fraqueza", a mensagem do Evangelho. Eles acreditam que encontraram algo melhor.
A Heresia do Movimento Ecumênico-Interfé
Uma pressão considerável está sendo exercida sobre os cristãos bíblicos para que aceitem os católicos romanos também como cristãos, em vez de pagãos perdidos imersos na idolatria e na apostasia. Isto está sendo feito de diversas formas, principalmente pela ênfase daquilo que os católicos e evangélicos alegadamente têm em comum. Por exemplo, muitos hinos evangélicos contemporâneos têm tão pouco conteúdo bíblico e doutrinário que os seguidores de virtualmente qualquer religião poderiam se reunir e cantar juntos. Isto também está sendo promovido por meio de incontáveis livros, vídeos, programas de televisão e eventos interfé. Algumas igrejas evangélicas estão até mesmo ensinando o Curso Alfa, aprovado por Roma. Coletivamente, essas várias iniciativas têm o objetivo de destacar a ressurgência global do Cristianismo, que certamente resultaria se os católicos e evangélicos colocassem de lado suas diferenças e trabalhassem juntos em harmonia.
A afirmação que os católicos são cristãos teria sido vista como blasfêmia pelos evangélicos dos tempos antigos. A Igreja Romana perseguiu, aprisionou, estuprou, torturou e assassinou milhões de cristãos bíblicos ao longo dos séculos. Ela ensina tantas heresias que seria impossível lidar adequadamente com todas elas neste ensaio. Os católicos são instruídos a rezarem para Maria, a invocarem os mortos, a se ajoelharem diante de um pedaço de pão, a confiaren nos atos santificadores de um homem santo com poderes especiais, a reencenarem repetidamente o sacrifício de Cristo, a ritualisticamente comerem a carne e beberem o sangue de Cristo, a aceitarem revelações extrabíblicas de um homem que chama a si mesmo de Vigário de Cristo, rejeitam a autoridade final das Escrituras, querem obter a salvação por meio das boas obras e pela participação em ritos sacramentais, rejeitam que a obra expiatória de Cristo tenha sido feita de uma vez para sempre na cruz, e esperam completar sua salvação após a morte em um lugar chamado de Purgatório.
A Igreja Romana jurou séculos atrás destruir o Cristianismo bíblico (que normalmente descreve como "Protestantismo"). Para liderar e coordenar essa campanha perversa, ela criou e financiou uma milícia mundial conhecida como Ordem dos Jesuítas (também conhecida como Sociedade de Jesus, ou Companhia de Jesus), cujos membros praticam a autoflagelação, o celibato involuntário, devoção à Virgem Maria e uma forma de auto-hipnose conhecida como Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola. Trabalhando em segredo sob um voto de rígida obediência, esses indivíduos altamente treinados fazem um juramento de sangue de perpetrar qualquer enganação que seja necessária de modo a atrair os "irmãos separados" para o coração tenebroso da Igreja Romana.
Todos os cristãos bíblicos estão atualmente sob condenação formal por Roma, estando sujeitos a mais de cem anátemas formulados pelo Concílio de Trento (1545-1563), e reafirmados no Segundo Concílio do Vaticano (1963-1965). Dentro do Direito Canônico Romano, um anátema autoriza o papa a punir os infratores de qualquer forma que ele achar apropriado, incluindo prisão, tortura e execução.
Quando a Igreja Romana governa sem qualquer impedimento do governo civil, como fez na Croácia em 1941-1944, ela implementa seus anátemas com rigor implacável. O arcebispo romano Stepinac supervisionou um programa organizado de matança na Croácia durante esse período, em que mais de 700.000 sérvios ortodoxos — homens, mulheres e crianças — foram cercados e cruelmente assassinados pela milícia católica governante. As vítimas recebiam a promessa que seriam poupadas caso se convertessem ao catolicismo romano, porém muitas das que fizeram isso também foram mortas. Virtualmente toda a comunidade judaica e milhares de muçulmanos também foram assassinados. O campo de extermíno de Jasenovac, onde muitas dessas atrocidades ocorreram, foi um dos mais brutais na história e tem sido comparado com Auschwitz por sobreviventes judeus. Portanto, é inacreditável que o papa João Paulo II efetivamente tenha endossado o trabalho de Stepinac, ao beatificá-lo oficialmente em outubro de 1998.
Os demônios não morrem. As mesmas forças demoníacas que controlavam a Igreja de Roma durante os longos séculos de estupros, torturas e assassinatos da Inquisição, em sua campanha de matança durante a Guerra dos Trinta Anos e durante seu reinado de terror na Croácia — ainda a controlam hoje. Portanto, quando os evangélicos dão as boas-vindas à Igreja Católica Romana em seu meio, estão exibindo uma ignorância, uma ingenuidade e uma evidente desconsideração pela Palavra de Deus que são realmente inacreditáveis.
Existe outro aspecto trágico em tudo isto. Mais de um bilhão de católicos estão sendo mantidos em servidão espiritual por Roma e por seu antigo sistema de idolatria, porém milhares de igrejas evangélicas nas Américas e na Europa se recusam a testemunhar para eles. O evangelho romano é um falso evangelho, uma perversão paganizada da santa Palavra de Deus, e não pode salvar ninguém.
O Cristo do catolicismo romano não é o Cristo da Bíblia, mas é um ícone criado pelo homem, uma falsificação sentimental montada a partir de antecedentes pagãos e falsa teologia. O Jesus romano é, na verdade, uma figura frágil, que necessita de sua "mãe" para ajudá-lo a salvar a humanidade. Como a morte dele na cruz foi inadequada para nossa salvação (segundo a teologia romana), ele precisa ser sacrificado repetidamente no "santo sacrifício" da missa de modo a produzir a graça necessária para cobrir nossos pecados. Ele é um "deus" cuja carne pode ser comida por seus seguidores, ou mantida em um receptáculo de ouro. Inconstante e distante, ele nem sempre quer ouvir as orações de seus seguidores, mas delega a tarefa para sua "mãe", declarada por Roma como mediadora e co-redentora com o Jesus romano.
Contraste isto com o Cristo vivo e verdadeiro! O Cristo da Bíblia é o Rei dos reis e Senhor dos senhores! Ele não está mais pregado na cruz e sujeito a um sacrifício contínuo nas mãos de homens pecadores, mas ressuscitou, ascendeu aos céus e está triunfante! Ele fez tudo o que era necessário para nossa salvação quando morreu na cruz. Ele conquistou a morte em nosso lugar e nos libertou para sempre do poder do Maligno. Ele é nosso único mediador junto ao Pai Celestial, nosso único e exclusivo Redentor. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele é a luz do mundo e o Senhor dos exércitos, Filho do Deus Altíssimo e Salvador de todos os que Nele creem. Além disso, Ele virá novamente com tremendo poder e glória para reinar sobre toda a Terra, pessoalmente, a partir de Seu santo templo em Jerusalém.
Este, caro leitor, é o Cristo em quem os cristãos genuínos acreditam. Se você pensa que uma figura feminina, ou a igreja, ou os sacramentos, ou as boas obras, ou o sofrimento pessoal podem acrescentar algo, por minúsculo que seja, àquilo que Cristo fez por nossa salvação, então você ainda não encontrou o verdadeiro Cristo. Se não encontrou o verdadeiro Cristo, então você ainda está na perdição.
A Bíblia ensina que, sem Cristo, todas as religiões estão em trevas e não têm qualquer verdade em si mesmas. Em flagrante contraste, o Movimento Interfé ensina que cada uma das grandes religiões do mundo tem alguma verdade de Deus e que compete aos cristãos de toda a parte identificarem essa verdade e a usarem como base para cooperação, comunhão e compreensão compartilhada. Alguns até mesmo aceitam a heresia do Universalismo, que diz que todas as pessoas "boas", independente de suas crenças religiosas, serão salvas no fim.
Os jesuítas fizeram um extenso trabalho ao longo dos últimos cem anos, ou mais, para preparar o caminho para a fusão de todas as denominações "cristãs" debaixo do guarda-chuva de Roma. Em seu Juramento Extremo de Investidura, eles prometem se infiltrar no pastorado de todas as igrejas evangélicas e reformadas e sutilmente insinuar sua versão paganizada de Cristianismo. Publicado pelo Registro do Congresso dos EUA em 1913, e disponível no sítio na Internet do Instituto Europeu de Estudos Protestantes (diretor Ian Paisley), o juramento contém uma descrição extensa do modus operandi dos jesuítas, com declarações perturbadoras, como as seguintes:
É justo exterminar ou aniquilar Reis, Governos ou Governantes ímpios ou heréticos...
Entre os calvinistas, serei um calvinista, entre os outros protestantes, geralmente serei um protestante e, após obter a confiança deles, buscarei até mesmo ocupar e pregar em seus púlpitos...
Você foi instruído a plantar insidiosamente as sementes da inveja e do ódio entre as comunidades, províncias e Estados que estavam em paz, e a incitá-los às obras de sangue... a ficar ao lado dos combatentes e a agir secretamente com seu irmão jesuíta, que pode estar envolvido no outro lado... o fim justifica os meios. Você foi instruído em seu dever como um espião... ninguém pode comandar aqui que não tenha consagrado seus esforços com o sangue dos heréticos...
Eu (o candidato) estou autorizado a assumir qualquer religião herética para a propagação dos interesses da Igreja Mãe...
Também prometo e declaro que não terei opinião ou vontade própria, ou reservas mentais de qualquer tipo, sendo como um cadável, e que, sem hesitação, obedecerei a cada uma das instruções que receber de meus superiores na milícia do papa... Também prometo e declaro que, quando a oportunidade se apresentar, farei e travarei guerra implacável, secreta e abertamente, contra todos os heréticos... como sou instruído a fazer, para extirpá-los da face da Terra... e com o punhal que agora recebo assinarei meu nome, escrito com meu sangue, em testemunho disto.
[Nota: Os jesuítas negam a existência deste juramento, porém ele é considerado genuíno por muitos eruditos bíblicos, e foi confirmado pelo Dr. Alberto Rivera, que deixou a Ordem dos Jesuítas em 1967.].
Esta forma de infiltração secreta é muito mais comum do que as pessoas imaginam. Por exemplo, ela foi usada extensivamente durante décadas na Guerra Fria entre a União Soviética e as potências ocidentais. Espiões e agentes duplos recebiam durante anos treinamento profundo na arte do engano e depois eram colocados em cargos administrativos de baixo escalão no país-alvo. A partir daí, eles podiam avançar gradualmente para cargos de influência ou de importância estratégica. Portanto, não devemos nos surpreender que o mesmo tipo de enganação esteja sendo usado pelo Mestre do Engano em sua guerra contínua contra o Cristianismo verdadeiro. Afinal, seu sucesso futuro e sua própria sobrevivência dependem disso.
Dado que o Juramento Extremo de Investidura dos Jesuítas na verdade estipula o uso desse tipo de duplicidade, precisamos assumir que, não somente isto está acontecendo, mas que já está em uso há muito tempo. O Movimento de Oxford, na Grã-Bretanha nos anos 1840s é considerado por muitos como um excelente exemplo da subversão estratégica da Igreja Anglicana por agentes de Roma. Veja, por exemplo, Walsh (1898): "No tempo presente, a Igreja da Inglaterra está totalmente penetrada pelas sociedades secretas, todas trabalhando nos interesses do esquema para a reunião institucional da Igreja da Inglaterra com a Igreja de Roma."
Em tempos mais recentes, de acordo com as revistas Time e Newsweek, Chuck Colson, um indivíduo com conexões políticas nos níveis mais altos no governo americano, que foi condenado por um crime, fez-se passar por um cristão nascido de novo de modo a reduzir sua pena na prisão. Ele então passou a coordenar um programa que levou à aceitação e publicação do documento intitulado Evangélicos e Católicos Juntos, em 1994. Existem razões para acreditar que o Vaticano recrutou Colson para esse propósito, para trair a Igreja Evangélica nos EUA e colocá-la em um caminho para a desintegração ecumênica.
A subversão produz resultados. É por isto que tantas igrejas e seminários evangélicos, aparentemente ortodoxos, podem súbita e inexplicavelmente lançar fora seus princípios e aceitar sérias contemporizações doutrinárias que se encaixam perfeitamente com aquilo que Roma deseja alcançar. Por exemplo, um teólogo ou autor evangélico respeitado pode começar a endossar o Mormonismo; outro pode afirmar que o Deus da Bíblia é o mesmo que o deus do Alcorão; outro começa a defender a espiritualidade contemplativa ou interfé; outro argumenta que a Bíblia nunca deve ser lida como um registro inerrante e literal do plano de Deus para a humanidade; outro lança dúvidas sobre a pecaminosidade da homossexualidade, e assim por diante.
Na busca de seus objetivos declarados, a Igreja Católica Romana também promove livros de autores cujos ensinos se alinham com a agenda interfé-ecumênica. Especialmente úteis nesta questão são os livros de autores não católicos que lançam a semente do romanismo entre os evangélicos. Estes incluem, por exemplo, os escritos de Richard Foster, um teólogo quacre. É impossível ler seu livro absurdamente ecumênico A Celebração da Disciplina, que já vendeu mais de um milhão de exemplares e influenciou grandemente os evangélicos nas Américas e na Europa, e não concluir que a única coisa que falta nele é o Imprimatur de um bispo católico.
A Igreja Católica Romana também está trabalhando caladamente de outras formas para atrair os evangélicos para sua rede. Essas iniciativas por trás dos bastidores incluem a negociação de acordos de reconhecimento mútuo com várias denominações protestantes em doutrinas-chaves da fé. Por exemplo, em 29 de janeiro de 2013, um dia de trevas para o Cristianismo bíblico — as principais denominações presbiterianas na América do Norte assinaram esse tipo de acordo com Roma com relação ao batismo — "Nós nos alegramos na fé comum que compartilhamos e afirmamos neste documento." A Palavra de Deus e o sangue dos mártires foram simplesmente esquecidos. Ao assinarem esse acordo, as igrejas presbiterianas demoliram um pilar central da Reforma. A doutrina fundamental da salvação pela fé somente foi colocada de lado. Em vez disso, eles concordaram — de um modo muito sorrateiro — que a Reforma foi um grande malentendido e que os católicos romanos eram realmente presbiterianos em disfarce.
A propagação da heresia ecumênica-interfé não é um acidente, mas é resultado direto de uma campanha coordenada e bem financiada pelo Vaticano para subverter o Cristianismo verdadeiro e criar uma igreja mundial controlada pelo papado. A própria Bíblia nos adverte que esse tipo de igreja aparecerá no fim dos tempos para substituir o Cristianismo bíblico e abrir o caminho para o Anticristo.
A Heresia do Dominionismo
O Dominionismo ensina que Cristo somente poderá retornar à Terra depois que a igreja tiver estabelecido sua autoridade (domínio) sobre todas as nações e instituído uma forma de teocracia global, um governo mundial baseado em princípios bíblicos. Em outras palavras, de acordo com o Dominionismo, a igreja traz o Reino para Cristo e em nome de Cristo. (Este ensino sem base bíblica também é conhecido como Teologia do Reino Agora, Reconstrucionismo, ou Restauração, dependendo se a pessoa que o vê tem uma formação pentecostal ou reformada.)
O Dominionismo se tornou muito popular nos anos recentes, em grande parte por que explora o imenso vácuo criado pela Teologia da Substituição. Se a igreja substituiu Israel, os dominionistas arrazoam, então ela se apropriou do papel especial que Israel deveria exercer na segunda vinda de Cristo.
O Dominionismo também se adequa à agenda ecumênica da Igreja Católica Romana, pois acomoda a Segunda Vinda de Cristo, que os evangélicos esperam, mas coloca antes dela uma etapa monumental que não é encontrada em parte alguma das Escrituras, isto é, a cristianização de todas as nações.
O argumento dominionista é mais ou menos assim: O homem recebeu domínio sobre a Terra no Gênesis, porém o perdeu devido à queda. Subsequentemente, o Messias reconquistou esse domínio em nosso favor e agora cabe aos cristãos em toda a parte, agindo institucionalmente, exercerem sua autoridade dada por Deus e — rua por rua, cidade por cidade — recuperarem o mundo das mãos de Satanás. Se isso for feito, eles raciocinam, os perdidos em toda a parte serão libertos do poder de Satanás, que eles acreditam ser exercido principalmente por uma rede de fortalezas demoníacas localizadas em diversos pontos do planeta. Em seguida, ao testemunharem os sinais e maravilhas miraculosos que serão realizados pelos cristãos na "Nova Era Apostólica", os incrédulos se converterão a Cristo aos milhões e o domínio cristão sobre todas as nações será estabelecido.
Infelizmente, este cenário está em aguda contradição com as Escrituras. Por exemplo, considere as palavras de Paulo:
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te... E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." [2 Timóteo 3:1-5,12-13].
Os últimos dias serão caracterizados por um colapso progressivo nos padrões morais, em que os homens maus e seus cúmplices servis exercerão um controle cada vez maior sobre o mundo, até o ponto em que todos os cristãos verdadeiros serão perseguidos. Isto é exatamente o oposto do que os dominionistas afirmam!
Considere também as palavras de Cristo no discurso no Monte das Oliveiras: "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." [Mateus 24:21].
Assim, não somente a condição moral do mundo se tornará progressivamente pior, mas a agitação civil e militar se tornará tão intensa que superará tudo o que a humanidade já viu. De fato, esse período de devastação será tão severo que "se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias." [Mateus 24:22].
Os dominionistas estão iludidos ou são enganosos. É impossível reconciliar essas declarações claras sobre o fim dos tempos com a teocracia global pacífica imaginada pelos dominionistas. De fato, eles precisam desconsiderar, alegorizar ou perverter uma grande porção das Escrituras de modo a manter suas posições. Praticamente todos os profetas se referiram ao terrível julgamento que cairá sobre toda a humanidade no fim dos tempos. Em Sua misericórdia, o Senhor repetiu muitos desses detalhes proféticos no livro do Apocalipse e acrescentou mais alguns, incluindo a sequência em que muitos dos eventos preditos pelos profetas se desdobrarão. Além disso, Ele deixou bem claro que eles ocorrerrão antes de Cristo retornar fisicamente à Terra para destruir o Anticristo, seus vastos exércitos e o sistema terreal satânico.
Os dominionistas parecem argumentar que o livro do Apocalipse descreve aquilo que aconteceria se o homem retardasse por muito tempo antes de exercer sua autoridade dada por Deus e estabelecer uma teocracia global. Usando esse argumento iludido, eles não somente apagam o livro do Apocalipse e uma infinidade de profecias bíblicas relacionadas com o fim dos tempos, mas imbuem sua própria mensagem com um senso de urgência profética — "Ouçam o que dizemos, ajam agora ou enfrentem a destruição."
As estranhas pessoas que estão por trás da Nova Reforma Apostólica estão ávidas para convencer o mundo que os líderes delas são apóstolos e profetas em pé de igualdade — ou até superiores — aos apóstolos e profetas bíblicos. Muitos deles insinuam que qualquer um que rejeite a mensagem que eles pregam ou que questione sua autoridade, é sem saber um agente do Anticristo. De fato, em seu livro The Final Quest, o assim chamado profeta Rick Joyner implica claramente que em algum estágio, essas pessoas supostamente possessas por demônios terão de ser eliminadas.
Ao solapar a veracidade da profecia referente ao fim dos tempos, a Teologia da Substituição preparou o caminho para o Dominionismo. As advertências bíblicas claras sobre o fim dos tempos — muitas das quais são chocantes e terríveis — são simplesmente colocadas de lado e uma utopia é postulada no lugar delas. Além disso, essa gloriosa utopia é estabelecida totalmente pelo homem por meio do exercício de seus admiráveis talentos espirituais. Assim, somente quando o homem tiver terminado sua obra maravilhosa é que Cristo poderá retornar. Que tremenda arrogância!
A doutrina dominionista transferiu de Cristo para a igreja a autoridade e o poder sobrenaturais que são necessários para trazer o Reino. Como o Dominionismo também ensina que essa autoridade e poder estão investidos primariamente em um grupo talentoso de supercrentes — que por sua vez são liderados por "apóstolos" e "profetas" ainda mais avançados — toda a transformação do planeta será, nesta perspectiva, supervisionada e controlada por um grupo pequeno de pessoas.
O Dominionismo é uma engenhosa enganação satânica — e muito perigosa. Ele não somente faz os cristãos desviados e enganados negligenciarem a tarefa principal que Cristo nos deu, a de pregar o Evangelho para os perdidos de todas as nações, mas suporta o objetivo comum das quatro grandes confederações políticas no mundo atual — a Maçonaria, o Marxismo, o Islão e a Igreja Católica Romana. O objetivo? A criação de uma autoridade mundial com plenos poderes, controlada por uma pequena elite auto-estabelecida.
O Senhor, em Sua misericórdia nos advertiu sobre esse governo global e é necessário que encaremos com seriedade essas advertências. Todo o livro do Apocalipse é uma surpreendente descrição desses eventos futuros e centenas de passagens no Velho Testamento fazem referência ao mesmo julgamento. Se ignorarmos essas advertências, o risco é somente nosso.
A Heresia da Revelação Extrabíblica
A Bíblia é a Palavra de Deus; portanto, de modo a modificar seus ensinos, é necessário solapar sua autoridade de algum modo, ou aparecer com revelações adicionais. A Igreja Católica Romana faz as duas coisas, primeiro ao entronizar o papa como o Vigário (ou representante terreal) de Cristo, desse modo dando autoridade aos seus pronunciamentos; segundo, usando a "Tradição" como um modo de justificar doutrinas sem fundamento bíblico, como a veneração à assim chamada Rainha dos Céus. Roma também acrescentou vários livros à Bíblia, conhecidos como Apócrifos, que não foram inspirados por Deus, mas que ela explora como se fossem.
Como as igrejas protestantes não têm a figura de um papa ou uma tradição antiga que possam usar para esse propósito, elas são obrigadas a buscarem revelações de outras fontes. Portanto, místicos e profetas são indispensáveis para a criação de uma nova doutrina. Por exemplo, o Adventismo do Sétimo Dia, que é uma falsificação do Cristianismo verdadeiro, está baseado nos escritos de Ellen White, uma "profetisa" do século 19. Suas alegadas visões dos céus são consideradas por seus discípulos como evidência que seus pronunciamentos constituem revelação adicional de Deus. Ao aceitarem os escritos de Ellen White como fonte divinamente inspirada, os adventistas estão rejeitando a clara instrução bíblica de não fazermos acréscimos ou remoções à Palavra de Deus.
A Nova Reforma Apostólica (e movimentos similares) tenta argumentar que as duas palavras gregas usadas no Novo Testamento para indicar revelação — logos e rhema — designam na verdade dois modos de revelação, uma revelação escrita e a outra falada, e que a proibição bíblica aplica-se somente ao logos, ou à palavra escrita de Deus. Com base nisso, os assim chamados apóstolos e profetas modernos afirmam que recebem revelação falada (rhema) da parte de Deus, incluindo instruções relacionadas com a direção futura da igreja.
Todavia, o argumento rhema / logos é falso, pois as palavras são usadas intercambiavelmente nas Escrituras e não podem ter o significado bizarro que a Nova Reforma Apostólica e os outros alegam.
Eles também tentam justificar sua posição afirmando que a revelação válida — o tipo que eles recebem — não contradiz nem modifica a Palavra de Deus escrita. Mas, isto é enganoso. Fazendo uma declaração profética que corresponda exatamente com um verso das Escrituras, o suposto profeta está implicando que o Senhor aprova aquilo que ele está fazendo, que sua nova revelação é prova de sua autoridade e que qualquer um que se atreva a dizer o contrário está se opondo à vontade de Deus.
Novas revelações, independente de quão inocentes ou benignas possam parecer, são na verdade uma forma engenhosa de controle mental. O autor desse controle é Satanás, não o Espírito Santo.
Muitos dos falsos apóstolos e profetas no mercado hoje também afirmam que realizam diversos sinais e maravilhas sobrenaturais na tradição Espírito-É-Poder. Mesmo sem evidências objetivas de qualquer tipo para substanciar suas afirmações (muitas das quais são absurdas), seus seguidores os aceitam como prova que o "apóstolo" ou "profeta" em questão é um verdadeiro servo de Deus e que suas revelações são genuínas.
Além de suas "revelações" e seus "milagres", muitos dos assim chamados profetas e apóstolos também afirmam que são os líderes de uma Reforma Global ordenada por Deus para trazer o Reino. Assim, temos um entrelaçamento de várias mentiras — revelações extrabíblicas, sinais e maravilhas e Dominionismo — para formar a colcha de retalhos de apostasias conhecida como Nova Reforma Apostólica.
O fato que as várias mentiras piramidais possam se vincular uma com as outras desse modo é altamente significativo.
A tabela a seguir revela a extensão dessa interconexão. Nossa análise mostra que cada mentira suporta e, por sua vez, é suportada, por pelo menos duas outras mentiras. Isto sugere que a pirâmide foi criada de forma bem planejada.
Suporte Dentro da Pirâmide Para Cada Heresia
# | Heresia | Suportada pela heresia # |
1 | Misticismo | 2, 3, 4, 6 |
2 | Universalismo | 6, 7, 8, 10 |
3 | Espiritualidade Contemplativa | 1, 2, 6, 9 |
4 | Revelação Extrabíblica | 1, 3, 5, 9 |
5 | Dominionismo | 4, 6, 9, 11 |
6 | Interfé-Ecumenismo | 2, 3, 8, 11 |
7 | Fé-É-Poder | 8, 9 |
8 | Não Fazer Julgamentos | 2, 6, 10 |
9 | Espírito-É-Poder | 4, 5, 7, 8 |
10 | Evolução | 1, 2, 6 |
11 | Teologia da Substituição | 2, 5, 6 |
A tabela também revela que duas das mentiras — o Universalismo e o Movimento Ecumênico-Interfé estão fazendo uma grande contribuição para a estrutura geral e estabilidade da Pirâmide suportando em cada caso pelo menos seis outras mentiras. É notável que elas são virtualmente idênticas às duas grandes mentiras da Maçonaria, isto é, a "Paternidade Universal de Deus e a Irmandade dos Homens". Por meio da promoção dessas duas falsas proposições, os maçons há muito tempo tentam convencer o mundo que todos os homens compartilham um destino comum e que todas as religiões adoram ao mesmo deus.
Não devemos nos surpreender ao ver que o "Portador da Luz — o deus da Maçonaria" — está usando as mesmas duas mentiras, porém de uma forma reempacotada, para solapar e destruir o Cristianismo bíblico.
Quando o ápice for colocado e a mentira final do Misticismo estiver plenamente operacional, o espectro total de mentiras provavelmente funcionará com um poder de enganação maior do que nunca antes.
A disposição dos supostamente cristãos evangélicos de estudarem livros e outros materiais baseados em novas revelações é verdadeiramente perturbadora. Por exemplo, considere o grande sucesso de vendas alcançado pelos livros Jesus Calling (Jesus Chamando), escritos por Sarah Young. Eles poderiam mais corretamente ser intitulados de Demônio Chamando. Cristãos ingênuos e sem discernimento estão se recusando a considerar a possibilidade que um ou mais dos incontáveis anjos caídos, que trabalham para Satanás, possam ser a fonte dessas mensages. Médiuns espíritas canalizam esse tipo de veneno regularmente.
Muitos cristãos sinceros estão realmente confusos com esta questão. Eles acreditam que Deus precisa falar conosco hoje como falou com os profetas dos tempos antigos, mas eles estão enganados. Eles se esquecem que os crentes são descritos como sacerdotes, não como profetas. É nossa tarefa e nosso privilégio propagar e expor a incrível riqueza da verdade que já foi revelada. Não devemos tentar fazer acréscimos de forma alguma (como se isso fosse possível). Na verdade, a Bíblia adverte expressamente que qualquer um que tentar fazer isso será severamente punido (veja Apocalipse 22 e Deuteronômio 4).
A Palavra de Deus contém tudo o que precisamos para nossa edificação, santificação e serviço a Deus. "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." [2 Timóteo 3:16-17]. Observe as palavras "perfeito" e "toda a boa obra".
Portanto, quem se beneficia quando alguma coisa — qualquer coisa — é acrescentada às Escrituras ou tratada como nova revelação? A resposta deve ser óbvia — Satanás e os incontáveis falsos profetas que o servem.
Aqueles que amam a Deus sabem que Ele fala conosco hoje por meio de Sua Palavra escrita, pelo poder do Espírito Santo. A Palavra de Deus é tão verdadeira, viva, relevante e suficiente em nosso mundo moderno quanto era quando foi registrada originalmente. A verdade não muda. O Espírito Santo garante que todos os crentes se beneficiarão plenamente com essa beleza celestial. Cristo prometeu que isto seria assim: "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir." [João 16:13]. Assim, quando cristãos professos se voltam para a revelação extrabíblica de qualquer tipo, eles estão rejeitando a promessa que Cristo fez e confiando, em vez disso, em palavras aprazíveis que vêm de outra fonte.
A Heresia da Espiritualidade Contemplativa
A doutrina da Espiritualidade Contemplativa ensina que o homem pode se aproximar de Deus usando diversas técnicas similares a uma oração — meditativas, contemplativas e imaginativas — que o capacitarão a superar as limitações de suas faculdades humanas e entrar em um estado alterado de consciência.
Esta é uma heresia relativamente nova, tendo crescido substancialmente em popularidade somente nos últimos quinze anos, mais ou menos. Baseada na tradição monástica católica, ela utiliza uma variedade de técnicas muito similiares às usadas pelos monges e místicos do passado para entrar em um estado similar a um transe e "experimentar" Deus. Essas técnicas têm o objetivo de esvaziar a mente e levar o praticante para além da oração tradicional e para uma comunicação de duas vias com Deus.
A oração tradicional era vista principalmente como um veículo para louvar e adorar a Deus, para confessar os pecados e apresentar súplicas ao nosso maravilhoso Criador. A oração contemplativa, por outro lado, tem o objetivo de ir mais longe, de ser mais experimental e permitir que o praticante na verdade ouça o sussurro de Deus nas profundezas de sua alma.
Para seus defensores, a oração contemplativa é mais real e imediata do que a oração tradicional, um tipo de diálogo silencioso com Deus que transcende o intelecto e admite o praticante em um reino de espiritualidade que de outro modo permaneceria inacessível. Mas, infelizmente, a oração contemplativa não tem qualquer base bíblica. Não há uma única ocasião em qualquer parte da Bíblia em que um justo esvaziou sua mente e entrou em um estado alterado de consciência de modo a ter comunhão com Deus.
Uma das passagens das Escrituras mais frequentemente citada em suporte à oração contemplativa é Salmos 46:10, que diz: "Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra." Mas, essa afirmação é errônea, pois Salmos 46 trata da Tribulação do fim dos tempos e da Segunda Vinda de Cristo. Ele não tem absolutamente nada que ver com a oração contemplativa. O salmo descreve a guerra e desolação, a agitação e o trauma que fatalmente desfigurarão a Terra antes do retorno espetacular de Cristo para reinar para sempre como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele fará todas as guerras e conflitos cessarem imediatamente — "Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus." Todos terão de se ajoelhar diante Dele e reconhecer Sua soberania. Como diz o salmista, "Ele será exaltado entre os gentios; será exaltado sobre a terra."
Os evangélicos estão sendo atraídos a uma terrível armadilha quando adotam a espiritualidade contemplativa e tentam seguir o caminhos dos místicos católicos romanos. Eles estão tolamente assumindo que os monges do primeiro milênio eram cristãos nascidos de novo — em vez de pagãos cristianizados — e que seus métodos e experiências eram bíblicos e ordenados por Deus.
Os assim chamados encontros transcendentais e infusões de alegria que eles promovem são retratados como expressões genuínas do Espírito Santo, quando na realidade são simplesmente um produto da Psicologia mística que é comum em todas as religiões. Em seus pontos essenciais, eles diferem pouco das "experiências interiores" registradas há séculos pelos ermitões, ascetas, gurus, místicos, iogues e rishis do Oriente Médio, Índia e Ásia. Em sua busca incansável por iluminação e "realização de deus", eles também se dedicam diariamente a longas horas de meditação formal, à introspecção, ao esvaziamento da mente e a orações repetitivas, buscando de forma vã um objetivo que homem algum pode jamais atingir.
Quando os crentes se voltam para a espiritualidade contemplativa para "redescobrirem" o verdadeiro Cristianismo, eles estão sendo extremamente tolos. Em vez de práticas antigas enraizadas na verdade bíblica, eles estão encontrando e assimilando a apostasia gnóstica e a magia babilônia que caracterizaram Roma desde os primeiros tempos.
A Espritualidade Contemplativa invariavelmente leva o praticante ao Misticismo. Embora o praticante possa ter buscado inicialmente encontrar uma forma "mais profunda" de oração, ele está empregando métodos e técnicas que por sua própria natureza produzem uma mentalidade mística. Parece que os evangélicos não compreendem isto. Se eles separassem um tempo para examinar as vidas dos mais admirados praticantes católicos da contemplação, veriam que cada um deles, sem exceção, mergulhou de cabeça no misticismo.
A conhecida revista Cristianismo Hoje — que finge ser evangélica — consistentemente promove heresias e crenças do catolicismo romano. O nível de discernimento entre os evangélicos da corrente dominante é tão baixo que eles deixam de reconhecer a agenda interfé-ecumênica dessa revista. Ela tem sido especialmente forte em promover a espiritualidade contemplativa e a tradição monástica católica. Entre os muitos autores que não se fundamentam na Bíblia, ela tem citado com aprovação Henri Nouwen (um padre católico romano), Brennan Manning (um padre católico romano), Thomas Merton (padre católico romano), Richard Rohr (padre católico romano), Inácio de Loyola (fundador da Ordem dos Jesuítas), Thomas Kempis (clérico católico romano), Juliana de Norwich (mística católica romana), Teresa de Ávila (mística católica romana), G. K. Chesterton (apologeta católico romano) e Richard Foster (um teólogo quacre).
A revista também dá regularmente cobertura positiva aos líderes da Igreja Emergente, que aplaudem esses autores apóstatas, incluindo Rob Bell, Tony Campolo, Mark Driscoll, Tony Jones, Dan Kimball, Brian McLaren, Erwin McManus, Beth Moore, Donald Miller, Doug Pagitt, Robert Schuller, Chuck Swindoll, Dallas Willard e William Young.
A estratégia que eles estão usando é realmente bem inteligente. Em vez de tentar convencer os evangélicos que a oração contemplativa católica é a melhor forma de oração, eles optaram por convencê-los que os cristãos primitivos mais espiritualmente conscientes a empregavam regularmente. O argumento é como segue:
Os católicos do primeiro milênio eram cristãos dentro do significado evangélico do termo. Muitos deles eram monges que viviam em locais remotos, como os assim chamados Pais do Deserto, ou em um ambiente monástico, como os monges beneditinos. Eles desenvolveram a prática da oração cristã até um alto grau, mas o conhecimento deles não foi amplamente disseminado. Os gigantes da Reforma mais tarde a perderam totalmente de vista. Como resultado, os evangélicos ficaram privados dessa dimensão essencial da verdadeira espiritualidade cristã e se beneficiariam enormemente se a introduzissem em suas vidas.
Realmente é um bom truque, mas é profundamente enganoso!
A realidade é que esses antigos monges e ermitões já tinham se afastado do ensino claro da Bíblia sobre a oração e adoração e tinham adotado diversas práticas que estavam em conflito com a Palavra de Deus ou que não tinham qualquer base nas Escrituras. Como vimos, a maioria dessas práticas foram obtidas das tradições pagãs e incluíam a oração repetitiva prolongada, jejuns excessivos, ascetiscismo prejudicial, cantochão, necromancia, adoração à deusa, idolatria, caminhadas de oração, votos de celibato e ritos sacramentais. Promovendo a auto-hipnose, o condicionamento mental e até o esgotamento nervoso, essas práticas levam o indivíduo para além de sua mente racional e para um estado de grande sensibilidade e exposição às influências sobrenaturais. Elas não eram muito diferentes dos métodos utilizados pelos monges budistas e ascetas hindus para induzirem um estado alterado de consciência. Quando o monge católico Thomas Merton viajou para a Tailândia em 1968 para se encontrar com monges orientais, ele ficou contente em confirmar que as experiências deles eram praticamente idênticas às suas.
A tragédia, é claro, é que muitos desses homens realmente foram bem-sucedidos em contactar o reino sobrenatural, mas não era o reino do Deus Vivo. A terrível verdade é que o deus das religiões pagãs e o deus dos místicos católicos é o mesmos ser sobrenatural — o anjo de luz conhecido como Lúcifer.
Como diz a Bíblia: "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz." [2 Coríntios 11:14]. Satanás pode explorar essa poderosa capacidade sobrenatural para seduzir suas vítimas e atraí-las ainda mais para o fundo de sua rede. Quando ele faz uso dessa sua capacidade, o brilho de sua luz pode sobrepujar suas vítimas e produzir uma forte dependência.
Infelizmente, ninguém que esteja esvaziando sua mente conseguirá vencer Satanás!
Tanto para sua edificação e para sua proteção, todo cristão deve preencher seu coração e mente com a leitura diária da Palavra de Deus — "Escondi a tua palavra em meu coração, para eu não pecar contra ti." [Salmos 119:11].
Basta um exame rápido nos escritos dos principais místicos católicos, como Thomas Merton, Santa Teresa de Ávila e João da Cruz para descobrir que a Bíblia exercia um papel muito pequeno na compreensão que eles tinham da vontade e propósito de Deus. É difícil encontrar alguma evidência que suas vidas interiores eram dirigidas pelas Escrituras. Nas raras ocasiões em que citavam as Escrituras, normalmente era para corroborar uma doutrina ou crença que eles já tinham estabelecido a partir de outra fonte. Os escritos de Thomas Merton têm provavelmente a maior influência sobre o movimento contemplativo moderno, porém ele exibe um interesse muito maior em conhecer e depender dos escritos de outros místicos e filósofos místicos do que da Bíblia. Em muitos aspectos, Merton estava tão distante da Bíblia quanto os monges budistas que ele tanto admirava.
Para tornar as coisas piores (se isso for possível), os evangélicos sem discernimento que ingerem essa propaganda patentemente sem base bíblica não parecem notar que os místicos católicos eram também adoradores de uma deusa. Eles rezavam em veneração e súplicas à Virgem Maria, a Rainha dos Céus, a Mediadora Santíssima. O Catecismo Católico contém muitas evidências que Roma considera Maria como uma Co-Mediadora junto ao Pai, uma Co-Redentora com Cristo, e uma cooperadora com o Espírito Santo. Merton teve uma visão dela como uma jovem adulta e ansiou durante anos encontrá-la novamente. Esse desejo intenso por uma união extática com a deusa é muito comum entre os contemplativos de todas as religiões e um sintoma perturbador da enganação tenebrosa que os escravizou.
A Heresia do Universalismo
Praticamente todos os movimentos apóstatas no Cristianismo hoje são profundamente resistentes ao conceito do inferno, um lugar de julgamento contínuo onde os pecadores não arrependidos são deixados por toda a eternidade. Os líderes desses movimentos expressam sua resistência ignorando o conceito do inferno totalmente, rejeitando-o de forma bem clara, ou aplicando-o somente aos indivíduos mais perversos, mas não certamente às "pessoas comuns".
Esta heresia está relacionada bem de perto com o ensino que "Deus é amor", que na prática é realmente uma abreviação para "Deus é amor, e amor somente, e nunca condenaria alguém ao inferno."
O Universalismo é o lado reverso da moeda "o inferno não existe". Se não existe o inferno, então todos eventualmente irão para o céu. Se todos eventualmente irão para o céu, então o inferno não existe.
Os maiores expoentes dessa doutrina acreditam que o Deus Vivo, por algum meio misterioso não revelado na Bíblia, já preparou a salvação de todas as almas, com a possível exceção dos indivíduos mais iníquos e depravados. Eles ensinam que todos que se esforçam para viver uma vida ética, independente se vieram ou não a colocar uma fé salvadora em Cristo, estão espiritualmente conectados com Ele por meio de suas obras de justiça e boas intenções.
Eles se agarram à primeira parte do seguinte verso, porém ignoram a segunda: "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." [2 Pedro 3:9].
A heresia Universalista explora o fato que, em nosso estado caído, achamos quase impossível compreender a profundidade e pureza da santidade de Deus. Observar mesmo que seja uma pequena parte de Sua santidade é reconhecer nossa correspondente miserável condição espiritual e, assim, a necessidade absoluta de arrependimento. Pelo contrário, o homem está determinado a encontrar algum bem em si embora a Bíblia diga que não existe bem algum. Até mesmo os melhores entre os melhores de toda a humanidade estão fatalmente contaminados pelo pecado.
A heresia Universalista está intimamente relacionada com aquilo que os seguidores da Nova Era chamam de amor incondicional de Deus. Passagens selecionadas são extraídas das Escrituras para demonstrar que Deus é exclusivamente um Deus de amor. Além disso, como Ele é um ser de capacidade ilimitada, Seu amor precisa ser incondicional. Isto significa que nunca poderia ter sido Sua intenção, quando criou o homem, permitir que uma única pessoa terminasse no inferno. Talvez alguns indivíduos incorrigíveis tenham de enfrentar um período de punição temporária — em um lugar similar ao Purgatório católico romano — mas, até mesmo eles pagarão as dívidas de seus pecados e eventualmente se unirão com o restante da humanidade nos céus.
Esta é uma enganação incrivelmente poderosa. Ela parece oferecer uma solução perfeita para o problema do pecado, não por meio do arrependimento e fé no sangue remidor de Cristo, mas por meio de um processo de santificação progressiva baseado nas boas obras do indivíduo. Mas, se isto for verdade, então o conceito tradicional de pecado e aqueles que o promovem — aqueles irritantes cristãos evangélicos nascidos de novo — precisam estar errados.
Os pregadores da Bíblia dos velhos tempos ensinavam que Deus odeia o pecado e que somente aqueles que são nascidos de novo é que serão salvos. Nascer de novo significa passar por uma súbita e completa transformação por meio do arrependimento no coração e fé genuína no sangue salvador de Cristo. Entretanto, os universalistas argumentam que os pregadores dos velhos tempos definiram esse princípio de forma estreita demais. Eles enfatizavam exageradamente a condenação de Deus ao pecado e não prestaram atenção suficiente à beleza ilimitada do amor incondicional de Deus.
Os universalistas afirmam que a visão tradicional não somente era malconcebida, mas também era intolerante e, possivelmente, até prejudicial. Deus nos criou para sermos felizes, para vivermos a vida plena, e para nos alegrarmos no grande amor que Ele tem por nós.
Alguns até levam esse argumento um passo adiante e declaram que, como todos eventualmente serão salvos, então todas as religiões adoram ao mesmo Deus. Como poderia ser diferente? Se esse for o caso, então religião alguma deve afirmar ser a única fonte de verdade. Quando os cristãos fundamentalistas fazem esse tipo de afirmação, estão agindo de forma contrária à mensagem de amor que Cristo trouxe ao mundo e estão também contribuindo para um clima de preconceito e de intolerância. Os verdadeiros cristãos são aqueles que têm a mente aberta o suficiente para aceitarem seus irmãos e irmãs de outras religiões e cooperar com eles na construção de um mundo melhor para todos, exatamente como Cristo tinha em vista.
Logicamente, tudo isto é pura falsidade e uma total bobagem, mas tem grande peso em uma época em que tantos cristãos professos são guiados muito mais pelas experiências do que pelas Escrituras, que estão rapidamente adotando ideias da Nova Era e que acreditam na "modernização" da teologia bíblica tradicional de modo a atender às necessidades de um mundo em transformação. Nunca ocorre na mente deles que a Palavra de Deus é a verdade, que a verdade é imutável e que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 8:13). A Bíblia é perfeitamente justa como ela é e, da mesma forma, cada uma das doutrinas tradicionais da fé cristã evangélica.
A expiação substitutiva de Cristo é provavelmente a doutrina central do Cristianismo. Ela ensina que Cristo morreu em nosso lugar de modo a expiar por completo nossos pecados. Como os principais eruditos evangélicos ensinaram ao longo dos séculos, modificar ou diluir essa doutrina de qualquer forma é rejeitar o verdadeiro Cristianismo bíblico. Por exemplo, Roma ensina que Cristo não expiou completamente nossos pecados, mas precisa se submeter à morte repetidamente no sacrifício da Missa católica. A Igreja Romana também ensina que o homem, por meio de suas boas obras, participa na expiação de seus próprios pecados.
Se qualquer meio alternativo de salvação estivesse disponível para o Pai Celestial, Ele o teria escolhido em lugar da morte dolorosa de Seu Filho. Assim, quando os Universalistas afirmam que os homens podem receber esse dom sem arrependimento e sem fé, de fato até mesmo sem ouvirem o Evangelho, eles estão rejeitando a expiação substitutiva de Cristo, estão rejeitando a verdade básica que a salvação é obtida somente por meio da graça, pela fé somente em Cristo somente. Sem isto, é impossível nascer de novo e viver a partir dali em um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. É por isto que o Senhor Jesus fez a seguinte surpreendente e decisiva afirmação em seu Sermão do Monte:
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." [Mateus 7:21-23].
Será possível ouvir palavras mais chocantes ou mais dolorosas? — "Nunca vos conheci: apartai-vos de mim..."
Para o universalista, o sacrifício voluntário de nosso Salvador na cruz é visto como um ato exemplar, uma expressão visível de despreendimento de Cristo e do imenso amor que Deus tem por toda a humanidade. Mas, o sacrifício de Cristo não é visto como um ato necessário, sem o qual toda a humanidade seria lançada para sempre nas trevas exteriores.
A expiação substitutiva de Cristo não apenas nos trouxe mais para perto de Deus, ou melhorou nossa condição espiritual, ou nos ensina uma verdade sublime. Ao revés, ela nos salvou da condenação eterna. Se você não crer de todo seu coração que Cristo fez isso por você — que Ele voluntariamente pagou toda a dívida do seu pecado por você — e que o sacrifício Dele era absolutamente essencial para sua salvação, então você está perdido.
A separação eterna de Deus é uma realidade alarmante. Ela somente pode ser descrita como um inferno vivo. Assim, negar a doutrina do inferno é tornar supérfluo o incrível sacrifício que Cristo fez por cada um de nós na cruz.
Em resumo, rejeitar a doutrina do inferno é rejeitar o Evangelho. Quando se considera a grande e cada vez mais crescente proporção de cristãos professos que não mais aceitam a realidade do inferno e da condenação eterna, é óbvio que muitas igrejas hoje estão cheias de falsos convertidos.
A Heresia do Misticismo
O Misticismo deriva da crença que o homem é um pequeno deus (um conceito algumas vezes conhecido pelo termo técnico antropoteísmo) e que o próprio Deus permeia todas as coisas (uma crença conhecida como panenteísmo). Juntas, elas constituem os dois grandes pilares do paganismo e são profundamente luciferianas.
Não fique confuso com essas duas palavras difíceis: antropoteísmo e panenteísmo — as ideias que estão por trás delas são extremamente simples, como a maioria das mentiras bem-sucedidas de Satanás. O panenteísmo não deve ser confundido com o termo melhor conhecido, panteísmo — a crença que Deus está em todas as coisas. Ao revés, o panenteísmo declara que Deus preenche todas as coisas, como uma energia cósmica que interpenetra todo o espaço, matéria e tempo. Os seguidores do movimento de Nova Era descrevem isto como Inteligência Cósmica, enquanto que os praticantes da magia e da feitiçaria se referem a ela como a Força. Para cristãos metafísícos, como Chuck Missler, é o Universo Holográfico.
Essas heresias gêmeas, antropoteísmo e panenteísmo, fornecem o fundamento para o Misticismo cristão. Como se diz que Deus permeia todas as coisas, então Ele está subtancial e imediatamente presente em cada pessoa. Da mesma forma, como Deus já está dentro de nós, devemos ser capazes de nos comunicar com Ele diretamente — e de nos envolver em um diálogo ao vivo com Ele — entrando nas profundezas silenciosas do nosso ser mais interior. Isto é similar ao princípio da Espiritualidade Contemplativa, que já discutimos antes, mas vai muito além, ao identificar essa jornada interior com a própria salvação.
Para os místicos, o homem mediano é uma criancinha que ainda não descobriu sua própria divindade. Ele está constantemente distraído pelo mundo das sensações externas e também não tem a motivação nem a autodisciplina para ir para seu interior e encontrar Deus. Por outro lado, o místico cultiva uma intensa devoção com o objetivo de atingir a iluminação e, por meio da aplicação contínua de técnicas contemplativas antigas, está seguindo em uma jornada interior que irá culminar um dia em um encontro direto e existencial com Deus.
Os defensores dessa heresia gostam de citar Lucas 17:20-21 em suporte à visão deles que Deus está dentro de nós: "E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós." Mas, eles são culpados de um erro sério de interpretação, pois Jesus, ao se dirigir aos judeus, não disse que "Deus está em vós", mas ao contrário, que o reino de Deus "está entre vós" (isto é, no meio de vocês).
João Batista já tinha alertado os judeus para esse fato admirável quando os exortou: "Arrependei-vos, pois o reino dos céus está próximo." [Mateus 3:2]. O próprio Jesus pregou exatamente a mesma mensagem no início de seu ministério: "Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." [Mateus 4:17]. Quando Jesus fez a afirmação sobre o reino em Lucas 17, Ele — o Rei — já estava no meio deles e o reino que Ele tinha vindo inaugurar estava próximo, bastava que a nação de Israel o aceitasse.
Os defensores do misticismo também gostam de indicar outra afirmação de Jesus em suporte à visão deles que o homem é um deus:
Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele." [João 10:33-38].
Muitos estudantes sinceros da Palavra deixam de ver que Jesus estava usando ironia aqui. Os fariseus entenderam isso, pois Ele estava se referindo à duas passagens no Velho Testamento — Salmos 82 e Isaías 41 — onde o Senhor usou ironia para repreender os homens por pensarem que eram deuses. A palavra usada para "deuses" nessas passagens é elohim, que pode significar "divindade', ou "juízes", e "dominadores". Os fariseus eram governantes e juízes, representantes de Deus na terra, porém certamente não eram deuses. Tivessem eles sido governantes e juízes justos, como Deus requer de Seus representantes, teriam compreendido a Escritura, "que não pode ser anulada", e teriam sabido que a afirmação feita por Jesus estava bem fundamentada.
O Salmo 82:5-7 diz: "Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam. Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo. Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes." O tema desse salmo é a administração correta da justiça e o fracasso do homem em governar justamente. Em sua impiedade, por meio do exercício de uma função dada por Deus — o papel de magistrado — eles acham que são deuses, quando na realidade morrerão como homens. É significativo neste sentido que o Pai delegou a Cristo a tarefa de julgar toda a terra — "E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo." [João 5:22]. Assim, somente um juiz será o divino e esse juiz é Cristo.
A passagem de Isaías utiliza uma entonação similar de ironia em sua repreensão:
Tragam e anunciem-nos as coisas que hão de acontecer; anunciai-nos as coisas passadas, para que atentemos para elas, e saibamos o fim delas; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras. Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; ou fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o vejamos. Eis que sois menos do que nada e a vossa obra é menos do que nada; abominação é quem vos escolhe." [Isaías 41:22-24].
Se eles fossem deuses, conheceriam o passado e o futuro e possuíriam todo o conhecimento. Mas, quando eles são desafiados pelo Senhor a dar evidência de sua estatura divina, eles não conseguem. Na realidade, eles são patéticos — "Eis que sois menos do que nada e a vossa obra é menos do que nada"!
A Bíblia nunca ensina que o reino de Deus está dentro do homem. Ela nunca ensina que o homem é deus ou parte de Deus, ou que algum dia se tornará Deus, ou alguma parte de Deus. O homem não é divino em qualquer sentido absolutamente, mas é apenas um ser criado, e continuará para sempre sendo um ser criado. Entretanto, os místicos, têm uma visão completamente diferente. Eles ensinam — em harmonia com o Hinduísmo, Budismo e uma variedade de outras religiões e seitas — que o homem em essência é uma centelha divina e que sua tarefa aqui na Terra é conectar essa centelha com a divindade. Os místicos acreditam que encontram um modo de completar essa tarefa e citam muitas experiências intensas na "luz" como prova do sucesso que já obtiveram.
A triste realidade é que os místicos — cada um deles, incluindo os místicos católicos romanos — foram completamente enganados por Satanás.
Cristo ensinou muito claramente que o Pai é inacessível ao homem, exceto por meio Dele: "Tudo por meu Pai foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar." [Lucas 10:22].
Não há misticismo algum entre os cristãos verdadeiros. É impossível experimentar Deus diretamente até que Cristo retorne e estabeleça o Reino, "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." [Colossenses 2:9].
Como o profeta proclamou, o fiel verdadeiro aguarda pelo Senhor: "E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o SENHOR, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos." [Isaías 25:9]. Com as palavras "naquele dia", Isaías está se referindo à segunda vinda de Cristo.
Considere também as seguintes exortações nas epístolas aos Tessalonicenses:
Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura." [1Ts 1:9-10].
E confiamos quanto a vós no Senhor, que não só fazeis como fareis o que vos mandamos. Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo." [2Ts 3:4-5].
Como observamos na seção sobre a Oração Contemplativa, os místicos são frequentemente "recompensados" por seus esforços com uma luz interior, ou uma sensação de alegria, um estado temporário de profunda tranquilidade. Mas, essas são seduções enganosas para mantê-los no jogo. Satanás tem o poder de infundir sua "luz" nas mentes daqueles que são tolos o suficiente para convidá-lo a entrar. Mas, essa é uma espiritualidade falsificada, uma "luz" morta que não tem nada de bom nela.
Como Cristo advertiu, "Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!" [Mateus 6:23].
Por meio de sua personalidade de "luz", Satanás também está se fazendo conhecido para o mundo por meio das assim chamadas aparições marianas, em que ele aparece para as crianças como uma bela e charmosa mulher. Ao fingir ser a Virgem Maria, ele enche as mentes tenras delas com mentiras, de modo a atrair a comunidade em que elas vivem para uma fascinação fatal com o sobrenatural. Essas aparições estão ocorrendo com grande frequência, não somente nos países ocidentais, mas também em países que não são nominalmente cristãos.
Esta campanha feita pelos anjos caídos para atraírem a humanidade e colocá-la em servidão está ganhando ímpeto e parece certo que exercerá um papel importante na enganação do fim dos tempos.
Como o homem nunca se torna Deus, Deus torna-se homem. Ao acrescenter uma natureza humana à Sua natureza divina, Ele tornou possível para os homens, por meio da fé e arrependimento, entrarem em Sua presença. Por seu sacrifício imaculado na cruz, Cristo derrotou a morte e pagou a dívida do pecado por nós. Ao fazer isso, Ele nos libertou do poder de Satanás. Esta é uma realidade feliz e intensa para todos os salvos... mas não para os místicos. Para eles, Cristo não é tanto o caminho, mas um guia no caminho, um tipo de mestre ascencionado. Na filosofia deles, cabe ao homem experimentar o caminho por si mesmo, enfrentar bravamente os perigos ocultos — como a assim chamada "noite escura da alma" — que aguarda todos os que partem para experimentar a divindade e dominar os estágios sucessivos da "ascensão" por meio do "castelo interior". Mas, nada disso tem base nas Escrituras. Nada disso é consistente com o Evangelho ou a realidade posicional desfrutada por todos que são nascidos de novo em Cristo.
Entretanto, é algo típico dos encontros psicológicos e batalhas emocionais lutadas pelos xamãs, iogues e gurus de Nova Era. Os monges budistas e os assim chamados mestres da meditação Zen relatam experiências muitos similares. Todos eles — sem exceção - estão mortos em ofensas e pecados, sem a salvação que é encontrada unicamente em Cristo. As experiências deles, por mais intensas que possam ser, estão enraizadas totalmente em uma fonte demoníaca.
Místicos católicos, como Santa Teresa de Ávila, João da Cruz e Thomas Merton seguem a Cristo somente "de boca para fora". A abordagem deles para Deus é totalmente sem base bíblica, um plano de redenção criado pelo homem e pecaminoso ao extremo. O deus dos místicos não é o Senhor Deus da Bíblia, mas uma falsificação satânica. Eles foram profundamente enganados e qualquer um que adote hoje seus caminhos pagará um preço terrível.
Os evangélicos que querem os benefícios percebidos da oração contemplativa, ou meditação cristã como ela algumas vezes é chamada, e que modelam seus métodos de acordo com místicos como São Francisco de Assis ou Thomas Merton, realmente precisam fazer algumas perguntas difíceis para si mesmos. Francisco tinha estigmas e Merton tinha visões da Virgem Maria. Lembre-se das palavras de Cristo: "Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons." [Mateus 7:18]. Portanto, por que um cristão verdadeiro iria querer comer de uma árvore que produz frutos maus? As aparições marianas são obra do Inimigo. Assim também os estigmas, as feridas (induzidas de forma sobrenatural) nas mãos e pés de certos místicos católicos, que supostamente os capacitam a compartilhar do sofrimento de Cristo. Esta é uma blasfêmia chocante, mas para os místicos, em suas enganações tenebrosas, é um distintivo de grande honra e admiração.
Como já observamos, a espiritualidade contemplativa é uma etapa intermediária para o misticismo experimental. A oração centrante, a caminhada no labirinto, Lectio Divina e outras práticas católicas romanas estão cada vez mais sendo adotadas pelos evangélicos na crença ingênua que elas aprofundarão sua espiritualidade. Mas, eles estão seriamente enganados. Essas práticas foram criadas pelo Maligno para sedar as mentes das pessoas e induzi-las a um estado de hipnose branda. Quanto mais frequentemente elas são praticadas, mais depressa produzem um estado alterado de consciência. Quando isto acontece — e é muito sutil — a mente da pessoa se torna incapaz de funcionar de uma maneira sóbria e com discernimento, como a Bíblia requer.
Além disso, essas práticas constituem uma admissão tácita que a Palavra de Deus não é suficiente para nossas necessidades espirituais, que queremos algo mais e que queremos agora. Assim, elas podem servir como um convite silencioso para as forças invisíveis. Uma vez que o praticante tenha entrado em um estado alterado de consciência, ele se torna mais receptivo às influências irracionais ou intuitivas e absorverá pensamentos e impressões de virtualmente qualquer força. Ele pode até ter uma "experiência" que identifica com "Deus" e redobrará seus esforços de modo a tê-la novamente. Assim, ele passa um tempo cada vez maior na oração contemplativa e repetitva, em práticas monásticas enfadonhas, tentando repetir sua experiência mística. É assim que a enganação demoníaca funciona. Em pouco tempo o indivíduo abandona totalmente a Bíblia (exceto alguns versos favoritos) e é guiado quase que exclusivamente pelos escritos dos místicos antigos e modernos.
O Misticismo é o ápice coroador na Pirâmide de Mentiras e um caminho seguro para autodestruição. Se não for enfrentado e contestado, ele eventualmente transformará os cristãos de toda a parte em sonhadores introspectivos e apagará todas as distinções denominacionais. O catolicismo, o ecumenismo e o universalismo se fundirão com o neo-evangelicalismo e com a Igreja Emergente para formarem um supermercado sobrenatural, um bazar místico onde todos poderão encontrar uma versão de espiritualidade que se adeque aos seus gostos. O cenário ficará então preparado para a chegada do Anticristo.
As Duas Armas Poderosas Que Você Possui
Se você é um cristão nascido de novo, tem duas armas poderosas à sua disposição — a oração e as Escrituras — e Satanás teme as duas. De fato, elas parecem ser as únicas duas coisas que lhe causam medo. Ambas nos conectam de um modo especial com nosso Pai Celestial e colocam barreiras insuperáveis no caminho de Satanás. Mas, precisamos usá-las!
A Pirâmide de Mentiras tem o objetivo de induzir os cristãos a voluntariamente colocarem de lado suas duas armas poderosas. Falando em termos gerais, elas não podem ser tiradas de nós à força, mas podemos ser enganados a largá-las e aceitar substitutos ineficazes.
A tabela a seguir ilustra como isto funciona.
# | Heresia / Mentira | Efeito | Alvo |
1 | Teologia da Substituição | Remove grandes porções da Bíblia, convertendo-as em alegorias. | Bíblia |
2 | Evolução | Torna Deus tão remoto e distante que é improvável que Ele ouça nossas orações. | Oração |
3 | Espírito-É-Poder | Torna a oração desnecessária, pois o homem é capaz de manifestar os fenômenos sobrenaturais. | Oração |
4 | Não Fazer Julgamentos | Deprecia a Bíblia, tornando-a assunto para a opinião humana e aceitação social. | Bíblia |
5 | Fé-É-Poder | Torna a oração desnecessária, pois o homem é capaz de manifestar os fenômenos sobrenaturais. | Oração |
6 | Interfé-Ecumenismo | Deprecia a Bíblia, tratando-a como uma das muitas possíveis expressões da verdade. | Bíblia |
7 | Dominionismo | Torna a oração desnecessária, pois o homem é capaz de ele mesmo trazer o Reino. | Oração |
8 | Revelação Extrabíblica | Deprecia a Bíblia, tratando-a como uma expressão incompleta, ou datada, da verdade. | Bíblia |
9 | Espiritualidade Contemplativa | Substitui a oração bíblica por uma falsificação criada pelo homem. | Oração |
10 | Universalismo | Consegue tornar a Bíblia e a oração irrelevantes. | Bíblia e Oração |
11 | Misticismo | Torna a Bíblia desnecessária, pois o homem é capaz de receber revelações diretas. Torna a oração desnecessária, pois homem já passou do estágio em que precisa orar. | Bíblia e Oração |
As mentiras da Pirâmide atacam a Bíblia de seis formas diferentes e a oração em sete! Isto mostra o propósito estratégico que está por trás das mentiras e a lógica para a seleção delas. Elas servem aos objetivos de Satanás extremamente bem, induzindo os cristãos a reduzirem sua confiança nas únicas armas que eles possuem!
A Pirâmide e as Mentiras de Satanás no Jardim do Éden
Dado o fato que Satanás é capaz de gerar uma variedade quase ilimitada de mentiras e distorções, pode parecer surpreendente que as onze heresias delineadas neste documento exerçam um papel central em seu plano geral. Mas, como disse o Pregador, "O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol." [Eclesiastes 1:9].
Uma dramática ilustração disso é mostrada a seguir. Cada uma das onze mentiras da Pirâmide se encaixa perfeitamente bem no gabarito estabelecido por Satanás no Jardim do Éden:
Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." [Gêneses 3:1-5].
Como as Quatro Mentiras de Satanás no Jardim do Éden se Relacionam com as Mentiras da Pirâmide?
- "Foi assim que Deus disse?"
1. Teologia da Substituição — Rejeição daquilo que Deus disse.
2. Evolução — Rejeição daquilo que Deus disse.
- "...sabendo o bem e o mal"
4. Não Fazer Julgamentos — A verdade é relativa ao indivíduo.
8. Revelação Extrabíblica — Fazer acréscimos à Palavra de Deus.
- "certamente não morrereis"
6. Interfé-Ecumenismo — Todas as religiões têm verdade, portanto todos serão salvos.
10. Universalismo — Não haverá condenação, portanto. não haverá a morte.
- "sereis como Deus"
3. Espírito-É-Poder — O poder divino para controlar o espírito cósmico.
5. Fé-É-Poder — O poder divino para moldar seu próprio universo.
7. Dominionismo — O poder divino para trazer o Reino
9. Espiritualidade Contemplativa — Compartilhar a santidade de Deus, entrando em Sua presença.
11. Misticismo — A realização de sua própria divindade.
A Palavra de Deus registra as quatro mentiras no Jardim, as mesmas mentiras que levaram à Queda e destruíram o relacionamento do homem com seu Criador. Assim, elas precisam expressar algo muito significativo sobre a estratégia que Satanás tem usado nos últimos seis mil anos. A Pirâmide é meramente uma representação dessa estratégia.
As Mentiras São Profundas e Estão Sendo Amplamente Propagadas…
As mentiras da Pirâmide estão em operação nas vários ramificações do Cristianismo há muito tempo. Quando cada uma finca raiz, ela prepara o terreno para a próxima. Assim, o ritmo de aceitação está se acelerando. Mais foi adotado nos últimos cinquenta anos que nos três séculos anteriores.
Agora que o Misticismo, a mãe de todas as mentiras, já apareceu em cena, podemos esperar que acrescente sinergia às heresias precedentes. A apostasia se acelerará e todos os que se opõem a ela serão ignorados.
O diagrama a seguir tenta identificar as principais denominações que já aceitaram, ou que estão demonstrando simpatia por cada uma das mentiras. Naturalmente, quanto mais um igreja é infiltrada ou infestada por heresias, o menos provável é que ela pregue os fundamentos do Evangelho. Embora isso possa variar de lugar para lugar, de igreja para igreja e de pastor para pastor, essa tendência geral é profundamente perturbadora. Eu diria que dentro de 15-20 anos será extremamente difícil encontrar uma igreja em algum lugar no mundo onde a pura Palavra de Deus ainda seja ensinada de forma sólida e consistente.
Como as Mentiras Estão se Enraizando em Algumas Denominações
| Nova Reforma Apostólica | Palavra da Fé | Igreja com Propósitos | Igreja Emergente | Carismática / Pentecostal (*) | Reformadas |
Teologia da Substituição | • | • | • | • | ? | • |
Evolução / PI | ? | ? | • | • | ? | • |
Espírito-É-Poder | • | • | | | • | |
Não Fazer Julgamentos | • | • | • | • | • | • |
Fé-É-Poder | • | • | | | • | |
Interfé-Ecumenismo | ? | ? | • | • | • | • |
Dominionismo | • | | • | • | | |
Revelação Extrabíblica | • | | | | • | |
Espiritualidade Contemplativa | | | • | • | ? | • |
Universalismo | | | | • | | |
Misticismo | ? | | | ? | | |
* Pode ser difícil determinar exatamente em que os Pentecostais e Carismáticos realmente acreditam, pois muitos deles veem a erudição bíblica como uma barreira para a espiritualidade. Isto é em si mesmo uma fonte de grande contemporização e confusão.
Os Lobos São Cruéis
O padrão de discernimento na igreja hoje é tão deplorável que alguns dos lobos nem se preocupam mais em se vestir como ovelhas. Um homem aparentemente desequilibrado, com o corpo todo tatuado, pode andar agitadamente de um lado para outro na plataforma do púlpito, chutar as mulheres idosas e ser considerado um profeta por seus seguidores. Em seguida, um grupo de "apóstolos" que ungiram a si mesmos pode ir à frente e, em um espetáculo público blasfemo, ungi-lo também como apóstolo. Chega a ser inacreditável.
Por mais bizarra que as atitudes deles possam ser, os lobos nessa categoria provavelmente não são tão perigosos quando aqueles que, com doce humildade e comportamento santo, pregam 98% da santa Palavra de Deus. Eles sabem que poucos de seus ouvintes incautos observarão a diferença e um número menor ainda detectará a natureza pagã e ocultista das doutrinas que eles estão ensinando, frequentemente sob o disfarce da erudição bíblica e da exegese esclarecida.
A maior parte dos programas "cristãos" na televisão é uma paródia do verdadeiro Cristianismo, um verdadeiro "desfile de horrores". Mas, os cristãos hoje estão em grande parte indiferentes a esse tipo de coisa. Se alguém descarregasse um caminhão de esterco em frente às suas casas, eles pensariam da forma positiva e plantariam rosas em seus jardins. Eles gostam tanto de ver o melhor em tudo que ignoram o mal que deveriam condenar.
Vós, que amais ao SENHOR, odiai o mal. Ele guarda as almas dos seus santos; ele os livra das mãos dos ímpios." [Salmos 97:10]. Mas, eles não detestam o mal. Por quê? Porque não amam ao Senhor.
O temor do SENHOR é odiar o mal..." [Provérbios 8:13]. Mas, eles não temem ao Senhor. Quando os homens não amam e nem temem ao Senhor, eles perdem todo o discernimento bíblico — e os falsos profetas exploram isto com satisfação. Eles até mesmo trabalham em conjunto, como os lobos de uma alcateia, para cercar e encurralar suas vítimas visadas.
Depois que o ápice do misticismo estiver firmemente posicionado sobre a pirâmide de mentiras de Satanás, a companhia global dos lobos se empanturrará em um terrível banquete.
Principais Conclusões
Dadas as evidências examinadas neste ensaio e a tendência perniciosa que estamos testemunhando hoje, à medida que a igreja se afunda cada vez mais na apostasia, as seguintes conclusões parecem corretas:
- Em todo o mundo, a igreja está sob um ataque sistemático.
- O ataque está ocorrendo já há algum tempo.
- Os lobos estão aumentando em número e em habilidades.
- As mentiras ensinadas estão interconectadas.
- O ataque é planejado e coordenado.
- A Igreja Católica Romana está profundamente envolvida nesse ataque.
- A maioria dos cristãos nascidos de novo ignora os perigos.
- Muitos daqueles que estão cientes dos perigos estão confusos.
- O ritmo da apostasia está se acelerando.
- A igreja provavelmente se partirá em duas em 20-25 anos.
- O pequeno remanescente de cristãos nascidos de novo será pressionado a se converter.
- A perseguição ativa ao remanescente vai começar.