08/02/2016

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei?!

Portal Arauto de Cristo, 29 de junho de 2011

A difusão moderna da reencarna­ção no Brasil, deve-se, principalmen­te, a propagação das obras de Hippolyte Leon Denizard Rivail, co­nhecido por Allan Kardec, pseudôni­mo adotado em 18 de abril de 1857. Kardec nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804 e faleceu com a idade de 65 anos. Na lápide tumular consta a síntese de sua cren­ça reencarnacionista:

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei.

H. L Denizard Rivail era um ho­mem erudito, mas que se deixou fis­gar em 1855 por fenômenos sobrena­turais. Desde então, passou a ser gui­ado por um “espírito” que lhe infor­mou ter sido seu amigo em uma re­encarnação anterior, período em que seu nome era Allan Kardec, razão pela qual adotou o novo nome. Desde en­tão, dedicou-se exclusivamente a dou­trina espírita. Escreveu várias obras que codificam o espiritismo e a dou­trina reencarnacionista. Entre elas des­tacam-se: O livro dos Espíritos (1857) e O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864).

INTRODUÇÃO

A doutrina da reencarnação é tão antiga quanto a humanidade. É ori­ginária do hinduísmo, mas está pre­sente no budismo, no jainismo e no sikhismo. É defendida pelos hare krishnas, kardecistas e muitos outros grupos na atualidade. Tem fortes vín­culos com a prática da necromancia e está no bojo do Movimento Nova Era. A reencarnação é uma falsa cren­ça inspirada por Satanás para levar o homem à perdição eterna.

SEU SIGNIFICADO

  1. Conceito.
  2. Reencarnação não é o mesmo que encarnação. A Bíblia fala da encarnação do Verbo para enfatizar que Deus fez-se homem (João 1.14; 1 Timóteo 3.16), pois Jesus veio em carne (1 João 4.1,2). A reencarnação é uma crença defendida por quase to­das as religiões derivadas do hinduísmo. O termo significa “voltar na carne”, pois seus adeptos acre­ditam que, na morte física, a alma não entra num estágio final, mas volta ao ciclo de renascimentos. É chamada também de transmigração da alma e metempsicose.

  3. No Oriente.
  4. As reencarnações nas religiões acima menciona­das não são exatamente iguais. No hinduísmo, o “eu” sobrevive à morte e torna a reencarnar. No budismo não existe o “eu”, porquanto não há alma para migrar, não é necessariamente o morto que volta para reencarnar, mas outra pessoa. Os adeptos do hare khrishna acreditam que a alma de quem morre pode reencarnar em se­res inferiores, nos animais e até nos insetos. A reencarnação tornou-se muito popular nos diversos ramos do Movimento Nova Era, no espiritismo, etc.

SEUS OBJETIVOS

  1. Busca da perfeição ou da salvação.
  2. Os adeptos dessa doutri­na buscam a perfeição por meio de um processo evolutivo até que os ci­clos da roda de reencarnações parem de girar. Rejeitando a salvação em Je­sus, acreditam na doutrina do carma: lei que determina o lugar de um in­divíduo na reencarnação, ou seja, a pessoa vai colher o que semeou na suposta encarnação anterior; é o princípio hindu de causa e efeito. Nem todos os reencarnacionistas acreditam na garantia da salvação fi­nal de todos. No entanto, a crença mais comum é que apenas um perí­odo de vida não é suficiente para os seres humanos aperfeiçoarem-se.

  3. Reencarnação e cristia­nismo.
  4. Essas crenças são contrá­rias à teologia bíblica, pois nelas não há espaço para a doutrina da ressurreição dos mortos, da reden­ção pela fé no sacrifício de Jesus no Calvário, do julgamento divino sobre os infiéis, do inferno arden­te. Ensinando a salvação pelo esfor­ço humano, colocam-se em aberta oposição à Bíblia Sagrada.

  5. Reencarnação à luz da Bíblia.
  6. A Bíblia afirma que “aos ho­mens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo“ (Hebreus 9.27). Essa declaração resume o en­sino bíblico sobre o destino do ho­mem após a morte, constituindo-se num golpe mortal contra a doutrina da reencarnação com todas as suas ramificações. Nós vivemos apenas uma vez, e depois da morte, segue-se o juízo. A reencarnação, portan­to, não existe (João 9.1-3).

  7. Não há salvação sem Je­sus.
  8. O Senhor Jesus levou sobre o madeiro todos os nossos pecados (2 Pedro 2.24); este é o único meio de sal­vação. Jesus é o único Salvador! (Atos 4.12). Ele mesmo há de julgar os vi­vos e os mortos (Atos 17:31; 2 Timóteo 4:1).

SUAS DISTORÇÕES

  1. Fonte da teologia cristã.
  2. As doutrinas cristãs não podem ser fundamentadas em experiências pessoais, pois os sentimentos humanos acham-se comprometidos em conse­quência da Queda do homem no Éden (Jr 17.9 cf. Gn 3.1-24). Por isso, Deus revelou-se a si mesmo através da sua Palavra, a Bíblia Sagrada. De onde, pois, vem a doutrina da reen­carnação? Dos espíritos malignos manifestos nos médiuns. Está escrito:

    Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (1 João 4:1).
  3. Distorção científica.
  4. Mui­tas pesquisas são feitas inutilmente com o intuito de procurar os funda­mentos científicos da reencarnação. Por outro lado, a ciência confirma o que a Bíblia sempre ensinou: é na concepção que começa uma nova vida — um ser humano individual e único (Salmos 139.15, 16; Zacarias 12.1). Por­tanto, afirmar que a reencarnação é comprovada cientificamente, como fazem os seus apologistas, é uma distorção da verdade.

  5. Distorção bíblica.
  6. Os defen­sores da reencarnação usam passa­gens bíblicas para fundamentar suas crenças. Embora rejeitem a Bíblia, re­conhecem o respeito que o povo, de modo geral, tem pela Palavra de Deus. Por essa razão, sempre que possível, usam passagens das Escrituras, arran­cadas violentamente de seu contex­to, para dar roupagem bíblica àquilo em que acreditam. E, assim, conse­guem persuadir os incautos.

  1. Novo nascimento não é reencarnação.
  2. O novo nascimento a que Jesus se referiu no diálogo com Nicodemos nada tem a ver com a reencarnação. Jesus está falando da regeneração, do nascer da água e do Espírito (João 3.3-5). Disse Ele ainda: “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espí­rito” (João 3.6). Nas “reencarnações”, a pessoa nasceria sempre da carne.

    O diálogo entre Jesus e Nicode­mos, registrado em João 3.1-21, é frequentemente usado pêlos espíri­tas como prova de que Jesus, ao di­zer a Nicodemos que lhe era neces­sário nascer de novo, estava pre­gando a reencarnação. Ora, só aque­les que ignoram o significado da pa­lavra grega anõthen – traduzida no v. 3 por ‘nascer de novo’ – é que fa­zem uso de tal argumento. Porém, o significado literal desse vocábulo é nascer do alto, nascer de cima, nas­cer de Deus. Portanto, não se refere a um nascimento após um processo biológico, intra-uterino, e sim, por meio da operação do Espírito de Deus no interior do homem. Isto nada tem haver com a reencarnação.

    Se a doutrina reencarnacionista fizesse parte dos ensinamentos de Je­sus, a grande oportunidade de di­vulgá-la e confirmá-la seria durante a memorável conversa daquele que era mestre em Israel com Aquele que é o Mestre dos mestres. A pergunta de Nicodemos: ‘Como pode um ho­mem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre mater­no e nascer segunda vez?’ não pode­ria ter sido respondida, caso Jesus fosse reencarnacionista, da seguin­te maneira: ‘Isto é possível, Nicode­mos. Basta você reencarnar?’ Mas a resposta de Cristo foi: ‘Na verdade, na verdade te digo, quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus’. (COSTA, J. Magno. Porque Deus condena o es­piritismo. 12. ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 156.)

  1. João Batista não é Elias reencarnado.
  2. A crença de que João Ba­tista era a reencarnação de Elias é inconsistente, pois Elias não morreu; logo, não se desencarnou (2 Rs 2.11). A expressão “no espírito e virtude de Elias” (Lucas 1.17) não é o mesmo que reencarnação. O próprio João afirmou que não era Elias (João 1.21). O que temos aqui são carac­terísticas pessoais e ministeriais co­muns a ambos os profetas. Por isso é que os discípulos entenderam que Jesus falara de João Batista quando disse: “Elias já veio” (Mateus 17.12,13).

CONCLUSÃO

A reencarnação tornou-se comum na vida dos que não conhecem a Deus e a sua Palavra. Políticos, cientistas, empresários e artistas de Hollywood são, hoje, os principais promotores dessa doutrina. Isso mostra que a única maneira de o homem prote­ger-se do erro é pelo conhecimento da Palavra de Deus (Efésios 6.10-18).

A popularidade da reencarnação é o resultado da tendência humana de procurar escapar do inferno sem a ajuda de Deus. A Bíblia afirma que o “deus deste século cegou o enten­dimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evan­gelho” (2 Colossenses 4.4). Nessa cegueira espiritual, diz-lhe Satanás que não há mais solução, porque o homem está simplesmente colhendo o que semeou na suposta encarnação an­terior.

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16:15,16)