Portal Arauto de Cristo, 29 de junho de 2011
A difusão moderna da reencarnação no Brasil, deve-se, principalmente, a propagação das obras de Hippolyte Leon Denizard Rivail, conhecido por Allan Kardec, pseudônimo adotado em 18 de abril de 1857. Kardec nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804 e faleceu com a idade de 65 anos. Na lápide tumular consta a síntese de sua crença reencarnacionista:
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei.
H. L Denizard Rivail era um homem erudito, mas que se deixou fisgar em 1855 por fenômenos sobrenaturais. Desde então, passou a ser guiado por um “espírito” que lhe informou ter sido seu amigo em uma reencarnação anterior, período em que seu nome era Allan Kardec, razão pela qual adotou o novo nome. Desde então, dedicou-se exclusivamente a doutrina espírita. Escreveu várias obras que codificam o espiritismo e a doutrina reencarnacionista. Entre elas destacam-se: O livro dos Espíritos (1857) e O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864).
INTRODUÇÃO
A doutrina da reencarnação é tão antiga quanto a humanidade. É originária do hinduísmo, mas está presente no budismo, no jainismo e no sikhismo. É defendida pelos hare krishnas, kardecistas e muitos outros grupos na atualidade. Tem fortes vínculos com a prática da necromancia e está no bojo do Movimento Nova Era. A reencarnação é uma falsa crença inspirada por Satanás para levar o homem à perdição eterna.
SEU SIGNIFICADO
- Conceito.
- No Oriente.
Reencarnação não é o mesmo que encarnação. A Bíblia fala da encarnação do Verbo para enfatizar que Deus fez-se homem (João 1.14; 1 Timóteo 3.16), pois Jesus veio em carne (1 João 4.1,2). A reencarnação é uma crença defendida por quase todas as religiões derivadas do hinduísmo. O termo significa “voltar na carne”, pois seus adeptos acreditam que, na morte física, a alma não entra num estágio final, mas volta ao ciclo de renascimentos. É chamada também de transmigração da alma e metempsicose.
As reencarnações nas religiões acima mencionadas não são exatamente iguais. No hinduísmo, o “eu” sobrevive à morte e torna a reencarnar. No budismo não existe o “eu”, porquanto não há alma para migrar, não é necessariamente o morto que volta para reencarnar, mas outra pessoa. Os adeptos do hare khrishna acreditam que a alma de quem morre pode reencarnar em seres inferiores, nos animais e até nos insetos. A reencarnação tornou-se muito popular nos diversos ramos do Movimento Nova Era, no espiritismo, etc.
SEUS OBJETIVOS
- Busca da perfeição ou da salvação.
- Reencarnação e cristianismo.
- Reencarnação à luz da Bíblia.
- Não há salvação sem Jesus.
Os adeptos dessa doutrina buscam a perfeição por meio de um processo evolutivo até que os ciclos da roda de reencarnações parem de girar. Rejeitando a salvação em Jesus, acreditam na doutrina do carma: lei que determina o lugar de um indivíduo na reencarnação, ou seja, a pessoa vai colher o que semeou na suposta encarnação anterior; é o princípio hindu de causa e efeito. Nem todos os reencarnacionistas acreditam na garantia da salvação final de todos. No entanto, a crença mais comum é que apenas um período de vida não é suficiente para os seres humanos aperfeiçoarem-se.
Essas crenças são contrárias à teologia bíblica, pois nelas não há espaço para a doutrina da ressurreição dos mortos, da redenção pela fé no sacrifício de Jesus no Calvário, do julgamento divino sobre os infiéis, do inferno ardente. Ensinando a salvação pelo esforço humano, colocam-se em aberta oposição à Bíblia Sagrada.
A Bíblia afirma que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo“ (Hebreus 9.27). Essa declaração resume o ensino bíblico sobre o destino do homem após a morte, constituindo-se num golpe mortal contra a doutrina da reencarnação com todas as suas ramificações. Nós vivemos apenas uma vez, e depois da morte, segue-se o juízo. A reencarnação, portanto, não existe (João 9.1-3).
O Senhor Jesus levou sobre o madeiro todos os nossos pecados (2 Pedro 2.24); este é o único meio de salvação. Jesus é o único Salvador! (Atos 4.12). Ele mesmo há de julgar os vivos e os mortos (Atos 17:31; 2 Timóteo 4:1).
SUAS DISTORÇÕES
- Fonte da teologia cristã.
- Distorção científica.
- Distorção bíblica.
As doutrinas cristãs não podem ser fundamentadas em experiências pessoais, pois os sentimentos humanos acham-se comprometidos em consequência da Queda do homem no Éden (Jr 17.9 cf. Gn 3.1-24). Por isso, Deus revelou-se a si mesmo através da sua Palavra, a Bíblia Sagrada. De onde, pois, vem a doutrina da reencarnação? Dos espíritos malignos manifestos nos médiuns. Está escrito:
Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (1 João 4:1).
Muitas pesquisas são feitas inutilmente com o intuito de procurar os fundamentos científicos da reencarnação. Por outro lado, a ciência confirma o que a Bíblia sempre ensinou: é na concepção que começa uma nova vida — um ser humano individual e único (Salmos 139.15, 16; Zacarias 12.1). Portanto, afirmar que a reencarnação é comprovada cientificamente, como fazem os seus apologistas, é uma distorção da verdade.
Os defensores da reencarnação usam passagens bíblicas para fundamentar suas crenças. Embora rejeitem a Bíblia, reconhecem o respeito que o povo, de modo geral, tem pela Palavra de Deus. Por essa razão, sempre que possível, usam passagens das Escrituras, arrancadas violentamente de seu contexto, para dar roupagem bíblica àquilo em que acreditam. E, assim, conseguem persuadir os incautos.
- Novo nascimento não é reencarnação.
O novo nascimento a que Jesus se referiu no diálogo com Nicodemos nada tem a ver com a reencarnação. Jesus está falando da regeneração, do nascer da água e do Espírito (João 3.3-5). Disse Ele ainda: “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3.6). Nas “reencarnações”, a pessoa nasceria sempre da carne.
O diálogo entre Jesus e Nicodemos, registrado em João 3.1-21, é frequentemente usado pêlos espíritas como prova de que Jesus, ao dizer a Nicodemos que lhe era necessário nascer de novo, estava pregando a reencarnação. Ora, só aqueles que ignoram o significado da palavra grega anõthen – traduzida no v. 3 por ‘nascer de novo’ – é que fazem uso de tal argumento. Porém, o significado literal desse vocábulo é nascer do alto, nascer de cima, nascer de Deus. Portanto, não se refere a um nascimento após um processo biológico, intra-uterino, e sim, por meio da operação do Espírito de Deus no interior do homem. Isto nada tem haver com a reencarnação.
Se a doutrina reencarnacionista fizesse parte dos ensinamentos de Jesus, a grande oportunidade de divulgá-la e confirmá-la seria durante a memorável conversa daquele que era mestre em Israel com Aquele que é o Mestre dos mestres. A pergunta de Nicodemos: ‘Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?’ não poderia ter sido respondida, caso Jesus fosse reencarnacionista, da seguinte maneira: ‘Isto é possível, Nicodemos. Basta você reencarnar?’ Mas a resposta de Cristo foi: ‘Na verdade, na verdade te digo, quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus’. (COSTA, J. Magno. Porque Deus condena o espiritismo. 12. ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 156.)
- João Batista não é Elias reencarnado.
A crença de que João Batista era a reencarnação de Elias é inconsistente, pois Elias não morreu; logo, não se desencarnou (2 Rs 2.11). A expressão “no espírito e virtude de Elias” (Lucas 1.17) não é o mesmo que reencarnação. O próprio João afirmou que não era Elias (João 1.21). O que temos aqui são características pessoais e ministeriais comuns a ambos os profetas. Por isso é que os discípulos entenderam que Jesus falara de João Batista quando disse: “Elias já veio” (Mateus 17.12,13).
CONCLUSÃO
A reencarnação tornou-se comum na vida dos que não conhecem a Deus e a sua Palavra. Políticos, cientistas, empresários e artistas de Hollywood são, hoje, os principais promotores dessa doutrina. Isso mostra que a única maneira de o homem proteger-se do erro é pelo conhecimento da Palavra de Deus (Efésios 6.10-18).
A popularidade da reencarnação é o resultado da tendência humana de procurar escapar do inferno sem a ajuda de Deus. A Bíblia afirma que o “deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho” (2 Colossenses 4.4). Nessa cegueira espiritual, diz-lhe Satanás que não há mais solução, porque o homem está simplesmente colhendo o que semeou na suposta encarnação anterior.
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16:15,16)